Sabe aquele momento em que alguém abre um queijo azul na mesa e alguém solta: “Mas isso aí tá estragado?” Pois é, a dúvida é mais comum do que parece. Pode ter surgido em alguma conversa com amigos, na família ou até em um pensamento solitário olhando fixamente pra um pedaço de gorgonzola. Afinal, queijo feito com mofo é seguro ou é melhor passar longe?
A verdade é que essa questão já passou pela cabeça de muita gente. O mofo, que geralmente tem fama de vilão, nesse caso pode ser o protagonista de uma experiência gastronômica bem interessante.
Vamos entender melhor como isso funciona? Boa leitura!
Por que o queijo feito com mofo não faz mal à saúde?
Se tem uma coisa que pode dividir opiniões na hora do lanche é o tal queijo feito com mofo. Enquanto alguns torcem o nariz, outros não abrem mão de um bom gorgonzola ou brie. Mas calma, antes de qualquer julgamento, é bom entender: certos queijos com mofo não só são seguros, como fazem parte da tradição gastronômica.
Um artigo do Centro de Tecnologia de Laticínios (Tecnolat) explica um pouco mais sobre isso:
Esses queijos são produzidos com fungos específicos, como o Penicillium roqueforti, e intencionalmente maturados com esses micro-organismos
Tendo isso em vista, fica claro pra gente que o segredo está no tipo de fungo. Esses mofos “do bem”, digamos assim, como o Penicillium roqueforti e o Penicillium camemberti, são introduzidos de forma controlada durante a produção, o que dá aquele sabor e textura únicos ao produto.
Por outro lado, se surgir mofo em queijos que não são do tipo curado, como mussarela, prato ou chedda, o melhor mesmo é não arriscar. Isso porque a presença de mofo nesses casos pode indicar contaminação por bactérias nocivas, como listeria ou salmonela.
Dessa forma, a orientação é clara: nesses casos, o mais seguro é descartar o produto. Afinal, entre uma experiência gourmet e uma dor de barriga, a escolha é fácil, né?
Quais são os tipos de queijos feitos com mofo?
Ao contrário do queijo branco, que surgiu no século XX com técnicas bem estudadas, o queijo azul tem uma origem acidentar?
Isso porque, lá pela Idade Média, um jovem pastor francês esqueceu seu lanche em uma caverna da região de Roquefort. Dias depois, ele voltou e encontrou o queijo coberto por manchas azuis-esverdeadas. Em vez de jogar fora, resolveu provar. Foi aí então que ele descobriu um sabor forte, marcante, completamente diferente do que estava acostumado.
A tal caverna, úmida e com a temperatura ideal, acabou sendo o ambiente perfeito para o desenvolvimento do fungo Penicillium roqueforti, que é até hoje o responsável pelas veias azuladas e o sabor característico desses queijos. Foi assim, no susto e na curiosidade, que nasceu uma das iguarias mais queridas por quem gosta de sabores intensos.
Com o tempo, a técnica foi sendo aprimorada e outros queijos azuis ganharam fama, como o Gorgonzola, o Stilton e o Bleu d’Auvergne. Cada um com sua marca característica, mas todos descendentes daquele erro de cálculo que acabou dando certo. Inclusive, muito certo, né?
Azul
Stilton, roquefort e gorgonzola são apenas alguns exemplos dos famosos queijos azuis. E sim, eles têm tudo a ver com aquele visual marmorizado e sabor marcante que muita gente ama, e que outros costumam estranhar na primeira mordida. O segredo está no uso do fungo Penicillium roqueforti, que é misturado à coalhada durante o preparo.
Depois disso, entra em cena um processo de maturação em que o fungo se desenvolve e cria aquelas veias azuladas tão típicas. É essa ação dos microrganismos que dá ao queijo sua textura especial e um gosto intenso que conquista os paladares mais curiosos.
Branco
Outro tipo de queijo feito com mofo, os queijos brancos, como o brie e o camembert, têm um toque especial, graças ao Penicillium camemberti. Esse fungo cria uma camada externa firme, enquanto por dentro, a textura do queijo fica incrivelmente macia e cremosa, dando aquele contraste perfeito entre a crocância da casca e a suavidade do interior.
A camada externa dura protege o recheio delicado, fazendo com que cada pedaço seja uma verdadeira experiência de sabor. Por isso, não é à toa que esses queijos são supervalorizados nas tábuas de frios e combinam muito bem com frutas, pães e até vinhos.
Quando o mofo no queijo faz mal?
Quando falamos de queijos, a presença de fungos nem sempre é uma má notícia. Na verdade, como a gente já viu, são famosos por terem um queijo feito com mofo como ingrediente essencial, o que garante aquele sabor único.
No entanto, é importante estar atento, pois nem todo mofo é benéfico para a saúde. Combinado? Por exemplo, ao se deparar com um mofo azul em um queijo cheddar, pode ser que você esteja vendo um fungo do tipo usado nos queijos azuis. Mas aqui é onde a tudo muda: esse mofo, se não for o adequado, pode ser perigoso.
Diferente do queijo feito com mofo que segue um processo controlado, esse tipo de fungo não foi destinado ao consumo e pode trazer riscos à saúde.
Portanto, ao escolher queijos com mofo, é sempre bom verificar a origem e o processo de fabricação. Embora muitos queijos com fungos sejam deliciosos e seguros, como os tradicionais queijos azuis, nunca é demais ter cuidado com os tipos de mofo que aparecem em outros tipos queijos.
Fique atento para garantir que você está consumindo algo saboroso sem risco de ter algum problema de saúde. Tá bom?
E aí, o que achou do nosso conteúdo? Conta pra gente! Aproveite e leia também: Origem do pão de queijo – História da popular receita mineira
- Fonte: Mega Curioso, Globo Rural.