Quem foi Paul Allen? E porque ele é tão importante para o mundo digital?

O co-fundador da Microsoft lutava contra um câncer. Allen era o 44º homem mais rico do mundo.

Paul Allen foi o cofundador da gigante Microsoft. Ele faleceu ontem (15/10), nos Estados Unidos, aos 65 anos.

Ele lutava contra um linfoma não-Hodgkin – um tipo de câncer -, como havia anunciado em seu Twitter há duas semanas.

Allen ajudou Bill Gates a fundar a Microsoft em 1973. Ele saiu em 1983, quando foi diagnosticado com câncer pela primeira vez. Fazendo um tratamento bem sucedido, na época.

Paul Allen

Três anos depois, em 1986, Allen criou uma empresa chamada Vulcan. Que investia em projetos filantrópicos e estudos em diversas áreas. A 44ª pessoa mais rica do mundo, Allen, já havia afirmado que deixaria a maior parte da sua fortuna para caridade.

Sua fortuna, de acordo com a revista “Forbes”, estava avaliada em US$21,7 bilhões. Bill Gates escreveu um comunicando dizendo que Allen era um de seus amigos mais antigos e queridos. Além de dizer que sem ele o computador pessoal não existiria.

Gates ainda disse sobre Allen: “Desde o começo juntos, na Lakeside School, passando pela nossa parceria na criação da Microsoft até alguns projetos de filantropia que fizemos juntos ao longo desses anos, Paul foi um parceiro verdadeiro e amigo querido.”

Allen e Gates

Quem foi Paul Allen? E porque ele é tão importante para o mundo digital?

Apesar da longa amizade, Paul Allen e Bill Gates passaram por alguns episódios de estranhamento. Em 2011, trechos de uma futura biografia de Allen revelaram que ele teria acusado Bill Gates de tentar comprar sua participação na companhia a preço de barganha.

Porém, Allen teria recebido, posteriormente, pedidos de desculpas, tanto de Gates quando de Steve Ballmer, o ex-CEO da Microsoft. Em 2013, Allen e Gates recriaram a foto clássica, na qual aparecem rodeados de computadores, de 1983.Esse foi o ano em que licenciaram o sistema MS-DOS para a IBM.

A fotografia foi recriada durante a visita de Gates ao Computer Living, museu em Seattle (EUA), fundado por Allen. “Ele merecia ter muito mais tempo, mas suas contribuições para o mundo de tecnologia e da filantropia viverão por gerações”, completou Gates.

A doença

Paul Allen sofria com um câncer. Diagnosticado pela primeira vez em 1983, ano em que Allen se afastou da Microsoft para cuidar da saúde. Em 2009, ele tratou um novo câncer, um linfoma não-Hodgkin – que se origina no sistema linfático. Que nada mais é do que a rede do corpo para o combate de doenças.

Há duas semanas, no dia 1º de outubro, Allen postou em seu perfil no Twitter que o câncer tinha voltado.

Escrevendo: “Soube recentemente que o linfoma não-Hodgkin que eu combati em 2009 retornou. Comecei o tratamento e meus médicos estão otimistas de que teremos um bom resultado. Agradeço o apoio que tenho recebido e conto com ele enquanto luto contra este desafio”.

Espaço, esporte e música

Um dos projetos mais recentes de Allen é o Stratolaunch, que pretende ser o avião com maior envergadura já criado. Com objetivo de substituir o ônibus espacial.

Além de diversas outras iniciativas, Allen também era dono do Seattle Seahawks, time da liga profissional de futebol americano (NFL). Do time de basquete da NBA, Portland Trailblazers. E sócio minoritário do Seattle Sounders, de futebol.

Não apenas, Allen era apaixonado por música e tocava guitarra.

A morte de Paul Allen

Allen foi uma pessoa notável, importante, querido e amável. A repercussão foi assim:

“Meu irmão foi um sujeito notável em todos os níveis. Enquanto a maioria conhecia Paul Allen como um especialista em tecnologia e filantropo, para nós, ele era um irmão e tio amado, e um amigo excepcional”, disse Jody Allen, cofundadora da Vulcan.

“Nossa indústria perdeu um pioneiro e nosso mundo perdeu uma grande força para o bem”, postou Tim Cook, presidente-executivo da Apple.

O ex-presidente da Microsoft, Steve Ballmer, postou que Allen era “uma pessoa realmente maravilhosa, brilhante e inspiradora”, além de “um grande amigo”.

Sundar Pichai, presidente do Google, postou: “Perdemos um grande pioneiro da tecnologia – obrigado, Paul Allen, por sua imensa contribuição para o mundo.”

O atual CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que, como cofundador da Microsoft, “à sua maneira quieta e persistente”, Allen “criou produtos, experiências e instituições mágicos e, ao fazer isso, mudou o mundo”.

Um dos maiores produtores musicais do mundo, Quincy Jones disse que Allen era um amigo querido e um guitarrista excelente.

O bilionário Richard Branson, dono do Virgin Group, escreveu que Allen era um pioneiro em viagens espaciais comerciais: “Nós dividíamos a crença de que, ao explorar o espaço em novas formas, podemos melhorar a vida na Terra”.

Allen também foi homenageado no Twitter da NFL, a liga profissional de futebol americano. com uma frase dele: “Você olha para as coisas de que gosta na vida, mas muito mais importante é o que você consegue fazer para tornar o mundo um lugar melhor”.

O perfil do Portland Trailblazers, da NBA, postou: “Sentimos sua falta. Te agradecemos. Te amamos”.

O comunicado de Gates sobre Paul Allen

Eu estou de coração partido pela ida de um dos meus mais antigos e mais queridos amigos. Desde os nossos primeiros dias juntos, na Escola Lakeside, passando pela nossa parceria para criar a Microsoft, até alguns de nossos projetos filantrópicos através dos anos, Paul foi um verdadeiro parceiro e um querido amigo. O computador pessoal não teria existido sem ele.

Mas Paul não se contentou com criar uma única companhia. Ele canalizou seu intelecto e paixão em um segundo ato, focado em melhorar a vida das pessoas e fortalecer comunidades em Seattle e ao redor do mundo. Ele era conhecido por dizer que “se algo tem o potencial de fazer o bem, então nós deveríamos fazer isso”. Esse era o tipo de pessoa que ele era.

Paul amava a vida e aqueles ao redor dele, e todos nós amávamos ele de volta. Ele merecia muito mais tempo, mas suas contribuições para o mundo da tecnologia e filantropia vão viver nas gerações por vir. Eu sentirei saudades tremendas.

Fonte: G1

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