Sarcófagos, o que são? Como surgiram e risco de abrir nos dias de hoje

Os sarcófagos foram criados para proteger corpos e múmias de antigos reis e faraós e egípcios e ainda hoje encantam pelo charme e mistério.

Sarcófagos - o que são, como surgiram e risco de abrir nos dias de hoje

A princípio, o nome sarcófago pode ser utilizado para qualquer caixa ou caixão. Entretanto, o termo ficou popularizado especialmente para se referir aos caixões de forma humana utilizados para guardar múmias no Antigo Egito.

Assim com os caixões, os sarcófagos servem para proteger e preservar os corpos dos mortos. Além disso, os dois também guardam semelhanças em termos de investimento em decorações e personalizações de design.

A palavra tem origem na língua grega e significa comedor de carne. Isso porque os corpos eram “comidos”, ou seja, decompostos, depois que eram guardados lá dentro. Em egípcio, o recipiente era chamado de neb-ankh, ou senhor da vida.

História dos sarcófagos

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Ancient History

Os sarcófagos surgiram como uma forma alternativa de enterrar os mortos no Antigo Egito. Anteriormente, eles eram enterrados na areia do deserto, onde o calor fazia com que eles se dissecassem rapidamente.

Apesar de útil, no início esses caixões traziam mais problemas. Os corpos decompostos acabavam deteriorando os volumes, o que fez com que os egípcios desenvolvessem a mumificação, a fim de garantir a preservação do cadáver e do recipiente. Com a nova técnica, os mortos ficavam ressecados e conservados, assim como acontecia naturalmente na areia.

Por outro lado, eles também tinham uma função religiosa. Os egípcios acreditavam que os caixões eram a “casa do ka” do morto, sendo ka a força vital de cada pessoa, mantida mesmo na eternidade. Uma vez que seria a morada eterna da alma do morto, o sarcófago exigia muito cuidado e dedicação durante sua fabricação.

Além disso, eles não serviam apenas para guardar reis, faraós e nobres, mas também sacerdotes. Por outro lado, os que não conseguiam bancar um sarcófago especial e cheio de adornos acabavam sendo enterrados em caixões comuns de madeira, mas também viravam múmias antes disso.

Estilo e adornos

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Lightnet

Antes do desenvolvimento dos sarcófagos complexos, caixas de madeira ou simples tábuas grossas eram utilizadas para proteger os corpos dos mortos. Com o tempo, eles evoluíram para casas erguidas em tijolos, como mastabas.

Foi durante o Primeiro Período Intermediário (de 2181 a 2055 a.C.) que o investimento na decoração passou a ter mais valor. As paredes dos túmulos traziam pinturas nos murais e os caixões egípcios ganhavam adornos para combinar com elas, bem como inscrições de textos religiosos.

Um pouco mais tarde, foram desenvolvidos os primeiros com forma humana. Essa inovação ficou ainda mais popular no século seguinte, com um visual que lembrava o deus Osíris, com barba, braços cruzados e par de olhos wedjat (ou olho de Hórus) colocado na tampa.

Cultura dos sarcófagos

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NBC News

Esses caixões especiais eram importantes principalmente pela relação que os egípcios tinham com a morte. Diferente da crença típica do mundo ocidental contemporâneo, eles acreditavam que o corpo precisasse ser preservado para que a alma pudesse retornar a ele em algum momento.

Para eles, destruir o corpo era a verdadeira morte. Ao permitir a destruição total de um corpo, o nome, a existência e a memória da pessoa era completamente apagada, o que era muito mais aterrorizante do que a morte física.

Apesar disso, eles não acreditavam que as múmias pudessem acordar, conceito popularizado em obras de terror posteriores. Tanto é que todos os sarcófagos eram selados apropriadamente, para evitar aberturas posteriores.

Sarcófagos e arqueologia

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Discover Africa

Pesquisas arqueológicas realizadas ainda hoje encontram sarcófagos preservados em territórios do Antigo Egito. Em 3 de outubro de 2020, o Ministério de Antiguidades do Egito anunciou a descoberta de 59 sarcófagos guardando múmias de mais de 2.500 anos.

Os caixões – supostamente pertencentes a sacerdotes da 26ª dinastia – estavam em três poços de 12 metros, juntamente com 28 estatuetas do deus Seker, comumente associado a rituais de morte.

Além da descoberta ter surpreendido por conta do estado de preservação dos corpos, também chamou a atenção para uma importante discussão: o risco da abertura de sarcófagos nos dias de hoje.

Isso porque, além de guardar os cadáveres preservados, os volumes também poderiam conter doenças ou vermes que oferecessem riscos para a saúde do mundo atual. Uma vez que foram selados há milênios, os recipientes podem preservar vírus desconhecidos e sem curas para a humanidade, que seriam espalhados durante a abertura para todos profissionais envolvidos, de arqueólogos a membros da imprensa.

Fontes: Infopedia, Fascínio Egito, Jornalismo Júnior, Aventuras na História

Imagens: Ancient History, Lightnet, Ancient Origins, Discover Africa, NBC News

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