Lixo por toda parte, poluição que não acaba mais e, claro, desmatamento e consumo desregrado dos recursos naturais. Isso tudo parece uma história de terror antiga, que de tanto ser contada ninguém mais tinha medo de que acontecesse o pior. Agora, no entanto, a Ciência alerta que a sexta extinção em massa da Terra já começou e o pior, os seres humanos podem ser “a bola da vez”.
Conforme estudo publicado pela revista Science Advances, desde que os dinossauros desapareceram da Terra, há, pelo menos, 66 milhões de anos, nosso planeta não enfrentava um momento tão intenso e rápido de extinção de espécies. De acordo com o estudo – desenvolvido por pesquisadores das Universidades de Stanford, de Princeton e da Califórnia – não há sombras de dúvidas de que sexta extinção em massa já está em andamento.
Ainda conforme a publicação científica, dessa vez a coisa parece ainda mais sérias, já que durante a sexta extinção em massa as espécies animais estão desaparecendo até 100 vezes mais rápido que nas cinco anteriores.
As extinções anteriores
Aliás, para quem não sabe, a primeira extinção em massa (Extinção do Ordoviciano) ocorreu há 450 milhões de anos, quando mais de 60% dos invertebrados marinhos foram extintos. A segunda foi a Extinção do Devoniano, há 360 milhões de anos, encerrando a idade dos peixe com o desaparecimento de 70% da vida marinha, especialmente de corais, estromatoporoides e os placodermos, peixes que tinham a cabeça e o tórax coberto por placas dérmicas.
Na terceira grande extinção, conhecida também como Extinção Permo-Triássica, foi a vez de 95% de todas as espécies marinhas e de 70% das espécies continentais morrerem. Isso aconteceu há 251 milhões de anos, aproximadamente. A Extinção do Triássico- Jurássico, a quarta das grandes extinções em massa, aconteceu há 200 milhões de anos e colocou fim em 20% de todas as famílias marinhas e de arcossauros (grupos de répteis grandalhões), bem como dos grandes anfíbios da época.
A quinta extinção em massa, como todo mundo já sabe, foi há quase 66 milhões de anos e limpou da Terra dos dinossauros e outros répteis gigantes. Esse período também ficou conhecido como Extinção K-T ou Cretáceo-Terciário.
Sexta extinção em massa
Embora a grande aposta seja a extinção do ser humano, ainda não é possível dizer, com certeza, sobre o que a extinção em massa que está em andamento pode trazer à Terra. Até porque outros bichos também estão ameaçados. O estudo, aliás, levou em consideração as extinções documentadas de vertebrados (animais com esqueletos internos), como rãs, répteis e tigres, tomando como base os registros fósseis e outros dados históricos.
Para chegar às apostas que foram divulgadas sobre a sexta extinção em massa, os cientistas compararam a taxa moderna de perda de espécies com as taxas naturais de desaparecimento de espécies antes da atividade humana dominar o mundo. Mas, como não é possível dizer, com certeza, qual seria essa última taxa, os estudiosos utilizaram uma taxa de extinção estimada, duas vezes maior que as estimativas amplamente utilizadas.
Dessa forma, se antigamente a taxa de extinção era de dois desaparecimentos de mamíferos por 10 mil espécies a cada 100 anos, logo a estimativa é de que a taxa média de perda das espécies de vertebrados nos últimos 100 anos é 114 vezes superior do que seria se o mundo não estivesse sob influência das atividades humanas.
Causas
Ainda conforme o estudo, as causa da sexta extinção em massa, obviamente, englobam os motivos que todo mundo suspeita, desde a mudança climática, a poluição, o desmatamento e todas as formas atuais de agressão ao meio ambiente que praticamos hoje. Acredita-se que cerca de 41% de todas as espécies de anfíbios e 26% de todos os mamíferos correm risco de desaparecer com a sexta extinção em massa.
Deu até para sentir um medinho dessa tal de sexta extinção em massa, não é mesmo?
Fonte: O Globo