Ao longo dos anos, a humanidade mostrou que existem algumas maneiras de buscar conhecimento e, assim, mudar a realidade. Filósofos nos fizeram refletir sobre qual é o sentido da vida enquanto cientistas aprofundaram-se tanto, que o movimento dos planetas tornou-se matéria infantil. Atualmente, nosso mundo não comporta mais a ambição dos seres humanos e, no quesito exploração, uma empresa mostrou que tem tudo para deixar seu nome na história da humanidade, estamos falando da SpaceX.
Fundada em 2002, a empresa tem como missão revolucionar a tecnologia espacial. A SpaceX projeta, fabrica e lança foguetes que entregam cargas na órbita terrestre. Apesar de já ser um feito e tanto, a ideia principal da companhia é permitir que humanos possam habitar outros planetas.
Mas, por trás dessa empresa, existe uma mente brilhante que ao longo de sua vida, não teve medo de arriscar. Portanto, para entendermos como a SpaceX chegou onde está, vamos fazer uma breve introdução à história de Elon Musk, um empreendedor norte-americano que revolucionou o mercado tecnológico espacial.
O pequeno gênio
Elon Musk nasceu em 28 de junho de 1971, em Pretoria, África do Sul. Musk é o primogênito de três irmãos. Como todo nerd que cresceu nos anos 1980, Musk foi leitor assíduo de quadrinhos, principalmente aqueles que contam histórias de explorações pelo universo.
Como resultado disso, o pequeno gênio se interessou por computadores logo cedo. Aos 12 anos de idade, Musk criou um jogo codificado em 167 linhas, chamado “Blastar”, que chegou a ser publicado na revista PC and Office Technology. De acordo com biografias sobre Musk, o jogo foi vendido por 500 dólares, o que era muito dinheiro à época.
Em 1989, Elon Musk mudou-se para o Canadá, terra natal de sua mãe, em busca de melhores oportunidades de trabalho. Ingressou na Queen’s University, em Kimgston, Ontário.
Em seguida, em 1992, transferiu-se para a Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, onde obteve bacharelado em Física e Economia. Sua formatura foi em 1995. Nesse mesmo ano, iniciou o PHD em Física na Universidade de Stanford, Califórnia, contudo, em pouco tempo trancou a matrícula.
Primeiros empreendimentos
Ainda em 1995, fundou junto a seu irmão, Kimbal Musk, e um amigo chamado Greg Kouri, a “Zip2”. Uma empresa que fornecia conteúdos para jornais online. Quatro anos mais tarde, a Zip2 foi vendida para a Compaq, famosa fabricante de computadores, por 307 milhões de dólares. Como resultado, Musk faturou cerca de 22 milhões.
Logo em seguida, Musk fundou a “X.com”, empresa de pagamentos e transferências financeiras. Em 2000, a X.com se fundiu com a Confiniti dando origem ao “PayPal”, principal serviço de transferência de dinheiro online. Em 2002, a eBay, empresa de comércio eletrônico, comprou a PayPal por 1,5 bilhão de dólares.
Mars Society e o início de um sonho
Com o dinheiro que recebeu pela venda da PayPal, cerca de 250 milhões de dólares, Musk começou a investir em seus novos empreendimentos relacionados ao espaço. Contudo, um ano antes, em 2001, a rotina do agora casado, e com 30 anos se transformou. Junto a sua esposa, ele mudou-se para Los Angeles, na Califórnia, centro da indústria aeroespacial americana. A partir daí, a história da empresa que viria a se chamar SpaceX começou a ser escrita.
Apesar de, em Los Angeles haver grandes companhias como a Boeing, Nasa e a Força Aérea dos Estados Unidos e outras menores não intimidaram o mais novo entusiasta da indústria espacial. Musk começou a frequentar a Mars Society, um grupo de entusiastas que discutiam sobre viagens espaciais e um dos sonhos de Musk, como colonizar Marte.
Não demorou muito para membros do clube, repleto de celebridades, como o diretor James Cameron, olhassem para Musk com outros olhos. Principalmente após saber da fortuna que o jovem carregava. Em um jantar para arrecadação de fundos para a Mars Society, Musk assinou de vez sua entrada no clube, com um cheque de 100 mil dólares. A doação foi usada para financiar uma estação de pesquisas a fim de simular as condições de vida em Marte.
A SpaceX nasceu porque Elon Musk queria cultivar plantas em Marte
Quando Musk ingressou na Mars Society, membros do clube discutiam uma maneira de enviar camundongos ao espaço. Porém, não ao espaço profundo, mas sim a um ponto da órbita terrestre mais fácil de ser atingido. A ideia era simular a gravidade marciana e analisar como os organismos vivos se comportariam naquele ambiente.
Entretanto, Musk foi além. E se criassem um veículo robótico que transportasse organismos vivos direto ao planeta vermelho? Foi então que em setembro de 2001, o projeto veio à tona. A Mars Oasis, uma pequena nave carregando uma estufa envidraçada, com sementes embutidas em géis de nutrientes desidratados. A mini estufa pousaria em Marte e enviaria imagens e dados à medida que a carga crescia e morria na superfície do planeta.
O propósito desta experiência era ver se uma colônia sobreviveria no local, assim como obter provas sobre atmosfera e combustível. A criação da nave começou a sair do papel quando Musk fundou a Life to Mars Foundation, que recebeu o investimento de 15 milhões de dólares.
A ideia para uma empresa independente
A Life to Mars Foundation, já nasceu uma empresa grande. Com engenheiros da NASA, autoridades da engenharia aeroespacial e membros da indústria de satélites, a discussão começou mudar de tom. Entre os membros estava inclusive, Michael Griffin, que quatro anos depois, tornou-se diretor da NASA.
A idéia da empresa era adaptar mísseis balísticos para lançar naves ao espaço, como era o costume, já que até então não se pensava em construir um foguete do zero. Para isso, Musk procurou o governo americano, porém não obteve sucesso devido ao alto preço dos produtos.
O desapontamento levou a Life to Mars Foundation para a Rússia, na ideia de comprar mísseis do país europeu. De fato, Musk encontrou um melhor preço na Europa, mas como ainda era novo na área, os russos não fecharam negócio com ele. Os melhores roteiristas, diriam que esse foi o ponto de virada na vida da personagem, e a propósito, foi como um estalo para que Musk tivesse mais uma brilhante ideia: construir seu próprio foguete, com valores muito mais em conta.
O início da história SpaceX
Um ano após o surgimento do projeto Mars Oasis, em seis de maio de 2002, ano que a eBay comprou a PayPal, nasce a “SpaceX”, uma abreviação para “Space Exploration”. Com dinheiro em mãos, companhia estabelecida e uma sede construída na Califórnia, Musk começa apresentar seu modelo de negócios.
O diferencial da empresa, desde seu início seria o baixo preço de sua produção. Um foguete modular enviava uma carga útil de 250 quilos ao espaço pelo custo de 30 milhões de dólares. Por conta desse auto custo, apenas agências governamentais enviavam foguetes ao espaço, e por isso, o mercado não se desenvolvia.
Elon Musk então, anunciou que o primeiro foguete na história da SpaceX transportaria até 670 quilos, por apenas 20% desse valor, cerca de 7 milhões de dólares. Apesar do entusiasmo, não foi fácil projetar motores e protótipos em pouco tempo. Além disso, seria necessário encontrar um local adequado para os lançamentos da nova empresa.
A escolha das Ilhas Marshall
A princípio, a SpaceX queria realizar o primeiro lançamento da companhia no início de 2004, já que os novos motores Merlin estariam prontos nos últimos meses de 2003. Contudo, alguns detalhes criaram obstáculos na vida da empresa recém criada. Um deles foi o local de lançamentos.
O foguete primeiro foguete da empresa, nomeado “Falcon 1”, em homenagem a nave Millenium Falcon, da saga Star Wars, decolaria da base militar de Vanderberg, conhecido local de lançamentos onde também atuam a Boeing e a Lockheed com projetos bilionários. As grandes dificultaram o processo de lançamento da SpaceX, e caso Musk quisesse fazer algum lançamento ali, teria que aguardar meses.
Foi então que um local adequado para lançamentos próprios, começou a ser desenvolvido pela empresa. O local escolhido foi a ilha de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, onde o exército americano havia conduzia testes com mísseis em décadas anteriores. Apesar do local adequado, a ilha de Kwajalein deveria ser adaptada para os lançamentos, foi então que uma força tarefa começou.
Falcon 1 e os primeiros fracassos
Em novembro de 2005, cerca de seis meses depois de chegarem a ilha, o primeiro lançamento da SpaceX estava prestes a acontecer. Entretanto, o primeiro voo do Falcon 1 teve de ser adiado por conta de uma válvula do tanque de oxigênio que não fechava. A próxima tentativa foi em dezembro do mesmo ano, mas novamente problemas com válvulas e ventos fortes adiaram o lançamento.
O Falcon 1, com seus 21 metros de altura, só pôde de fato ser lançado em 24 de março de 2006, quase quatro anos após da fundação da SpaceX. O lançamento foi um sucesso, mas somente nos primeiros 25 segundos. Por conta de uma peça mal encaixada por um dos engenheiros, o Falcon 1 caiu e explodiu.
Veio então a segunda tentativa. Pouco mais de um ano depois, um novo Falcon 1 estava pronto. Em 21 de março de 2007, o Falcon voou por cinco minutos, concluindo o primeiro estágio, fazendo com que o segundo motor entrasse em ação. Mas, uma forte explosão causada por vibrações na carenagem colocaram mais uma pausa no primeiro lançamento na história da SpaceX.
Terceira tentativa, crise e êxito
2008 foi um dos piores anos financeiramente para Elon Musk. Os dois lançamentos desastrosos ocorridos anteriormente começaram a colocar em cheque se aquilo realmente funcionaria. Foguetes criados do zero, para missões milionárias não poderiam mais falhar.
Em agosto, um terceiro lançamento aconteceu. O foguete estava embarcando um satélite da força aérea e algumas experiências da NASA que juntos pesavam 170 quilos. Sem nenhuma indicação de possíveis problemas, o Falcon 1 subiu. Musk não só foi audacioso o bastante para corrigir as falhas do lançamento anterior, como também mandou que fossem implementadas melhorias e novos recursos no foguete para este terceiro voo.
Uma análise posterior mostrou que as novas versões dos motores Merlin haviam emitido um empuxo inesperado durante o processo de separação, o que levou os estágios a colidirem, danificando a parte de cima do foguete e seu motor. Era a terceira queda dos foguetes Falcon. Entretanto, um novo lançamento e talvez o último foi programado para o mês de setembro.
Caso o quarto lançamento do Falcon 1 não desse certo, possivelmente Elon teria sérios problemas para continuar mantendo a construção dos foguetes. Para o quarto lançamento, programado para o dia 28 de setembro de 2008, a SpaceX foi obrigada a usar um carga inútil. Nem o exército ou qualquer empresa ou governo aceitou colocar algo de valor em um foguete que não tinha conseguido fazer um voo perfeito se quer.
Nove minutos, esse foi o tempo que o Falcon 1 levou até entrar em órbita terrestre em seu primeiro voo perfeito, conforme o planejado pela equipe de engenheiros. O Falcon 1 foi o primeiro foguete de iniciativa privada e combustível líquido a atingir a órbita. Ao todo, o pioneiro teve apenas uma missão comercial, que aconteceu em julho de 2009, quando levou um satélite da Malásia para órbita.
Novos projetos e contrato com a Nasa
Antes mesmo de lançar o Falcon 1, Musk já havia colocado no papel um outro projeto ambicioso, o Falcon 9. O nome tem tudo a ver com a máquina, já que o número nove, significa o número de motores que o foguete tem. Com toda essa potência, e muito mais capacidade de transporte de carga, a ideia era fazer com que o Falcon 9 concorresse a contratos bastante rentáveis que a NASA ofereceria em breve, para suprir as missões feitas por um ônibus espacial que estava se aposentando.
Contudo, seria necessário que o Falcon 1 mostrasse resultados positivos, para que outras empresas confiassem no trabalho da SpaceX. Após o lançamento bem sucedido, Musk se viu em um impasse. A verba para bancar mais foguetes estava acabando, sem contar que outros empreendimentos também dependiam dos dólares do milionário. Musk deveria escolher um deles para salvar.
Porém, Musk não precisou escolher. Um fundo de investimentos dos seus ex-colegas de PayPal o ajudaram Musk a continuar escrevendo a história da SpaceX. Além disso, em dezembro daquele ano, veio um contrato de 1,6 bilhão de dólares com a NASA, o que deu sobrevida para a SpaceX.
Reutilização de foguetes
A ideia inicial de Elon Musk era reduzir o preço dos foguetes a uma fração do que era cobrado antes da SpaceX entrar no mercado. Por isso, o primeiro passo para esse feito foi construir os próprios foguetes e espaçonaves, o que já caiu em muito o valor original pago pelos governos mundiais. Porém, Musk quis ir além, ele propôs reutilizar os foguetes. Caso isso realmente se concretizasse, a SpaceX seria a primeira empresa na história a alcançar tal feito.
Caso isso se tornasse possível, cerca de 70% do material construído do foguete seria reutilizado, o que faria com que os preços despencassem. Com a construção do Falcon 9, os testes para um pouso controlado começaram a acontecer.
O primeiro Falcon 9 fez seu teste inaugural em julho de 2010 e diferente do Falcon 1, o foguete chegou a órbita em sua primeira tentativa fazendo um voo perfeito. Junto ao Falcon 9, a SpaceX lançou a nave de carga Dragon, a primeira de uma empresa privada que chegou a órbita terrestre e voltou em segurança, pousando no oceano pacífico.
Tentativas, erros e acertos
Em 2011, o projeto da SpaceX de fazer um pouso controlado foi anunciado, e a cada vez que um Falcon 9 decolava, era feita uma tentativa de pouso na volta do foguete. Como um projeto pioneiro, certamente houve falhas, e não foram poucas.
O vídeo acima foi feito pela própria empresa, mostrando que inúmeras tentativas foram feitas, até que o grande feito de conseguir pousar um foguete acontecesse. Mas antes disto, outros projetos além dos foguetes estavam a todo vapor, incluindo a evolução da nave Dragon.
Em maio de 2012, outra Dragon lançada pelo Falcon 9 chegou até a estação espacial internacional e conseguiu se acoplar, com a ajuda de um braço mecânico e de astronautas que estavam por lá em missão. Isso comprovou que a SpaceX podia ser usada por governos e empresas para levar encomendas para o espaço.
Ainda em 2012, a SpaceX faz uma parceria com uma empresa de funerais de luxo, e começou a levar cinzas humanas para o espaço. Entre os milionários que tiveram suas cinzas jogadas em órbita, está o ator James Doohan, que interpretou o “Scotty” em Star Trek.
Feitos do Falcon 9
Com tantos testes acontecendo, a SpaceX foi se especializando cada vez mais no lançamento e pouso dos foguetes, aliás pelo menos na tentativa de pousá-los. Em 2014, dois testes realizados com o Falcon 9 foram bem sucedidos. Um Falcon 9 pousou no Oceano Atlântico após um lançamento e foi também em setembro deste ano que a empresa fechou mais um contrato com a NASA, permitindo que a SpaceX transporte astronautas. A SpaceX torna-se a primeira empresa privada da história a fechar esse tipo de contrato.
No início de 2015, mais testes de pouso são realizados. Desta vez, a ideia é pousar um foguete Falcon 9 em uma pequena plataforma em formato de navio no meio do oceano. A SpaceX tem duas plataformas para esse tipo de pouso, inclusive, elas tem nomes bem peculiares: “Apenas leia as instruções” e “É claro que ainda te amo”.
Segundo Elon Musk explicou, os nomes foram tirados de naves do livro The Player of Games, do escritor Iain M. Banks, um dos favoritos de Musk. Em seguida, dezembro de 2015, poucos dias antes do Natal, uma Falcon 9 faz mais uma aterrissagem vertical com perfeição, após lançar satélites em órbita.
O pouso perfeito só aconteceu mesmo em 2016, quando a empresa conseguiu colocar um foguete de maneira perfeita em cima de uma das plataformas da SpaceX no meio do oceano. Como resultado disso, a SpaceX subiu alguns degraus em evolução na história do setor.
A criação do Falcon Heavy
Desde o início, ficou claro que as ambições de Elon Musk são de chegar ao planeta vermelho. Entretanto, chegar lá não é o único objetivo. Musk quer criar um ambiente propício para a sobrevivência de humanos no local. Para isso, seria necessário uma quantidade imensa de materiais para construção de um local adequado.
Com o Falcon 9, muitas viagens seriam necessárias, já que o foguete só comporta quatro toneladas. Por isso, a SpaceX criou o Falcon Heavy, maior e mais pesado foguete da história da empresa. O Falcon Heavy tem 27 motores de propulsão e capaz de carregar até 70 toneladas em vôos próximos a terra. Além disso, ele pode ser reutilizado.
O Falcon Heavy é o maior foguete em capacidade de carga já construído pelo homem. Além disso, é o maior a ser lançado nos Estados Unidos desde o Saturno 5, para missão Apolo 11, em 1969. O lançamento do Falcon Heavy aconteceu em seis de fevereiro de 2018, e foi um grande evento midiático.
Tesla no espaço e mais um lançamento
A bordo do Falcon Heavy, em um lançamento perfeito, estava um carro Tesla, da Tesla Motors, outro empreendimento de Musk. Além disso, um manequim vestido de astronauta acompanha o carro. O lançamento teve mais de 400 mil pessoas assistindo simultaneamente o boneco viajando pelo espaço.
Assim como o Falcon 9, a ideia de Musk e reutilizar o Falcon Heavy. Por isso, a espaçonave foi dividida em três partes, cada uma carregando nove motores. Assim que a missão fosse completada, elas deveriam voltar para terra em segurança para novos lançamentos. E o incrível é que de fato conseguiram isso, com duas das cores pousando com perfeição, e uma com um pouco mais de turbulência.
Ainda em 2018, a SpaceX lançou o projeto “Big Falcon Rocket”, o possível maior foguete da história, que posteriormente foi rebatizado de Starship. Esse é o veículo que será usado em missões turísticas tripuladas. Entre elas, o sonho de Elon Musk, de ir para Marte.
O Big Falcon Rocket será ainda maior que o Falcon Heavy. Ele será capaz de transportar até 150 toneladas. Em uma possível viagem tripulada e com mantimentos para Marte, a carga do Big Falcon Rocket seria de 50 toneladas, já que para uma viagem desta distância, seria necessário muito combustível.
Viagem tripulada: SpaceX entra para história mais uma vez
Que a SpaceX domina o transporte de cargas, não é segredo para ninguém. Dessa forma, naves reutilizáveis e a construção caseira de foguetes proporcionaram a empresa o monopólio do mercado em pouco tempo. Mas Elon Musk já deixou claro que quer ira além. O contrato fechado com a NASA em 2014 para transportar astronautas para lua saiu do papel em 2020.
Antes disso, 2019 foi um ano movimentado para a companhia. Além de continuar lançando satélites para órbita e reutilizando os foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy, começaram os testes com a Dragon para viagens tripuladas. Em março de 2019, uma Crew Dragon fez uma acoplagem na Estação Espacial Internacional e pela primeira vez na história. E sem ajuda de um braço mecânico a propósito, o que tornou o feito ainda mais impressionante. Dessa forma, a SpaceX definitivamente entrava para história.
Um mês depois, em abril, um acidente aconteceu com uma Dragon, que explodiu durante um teste, mas ninguém ficou ferido. Já em 2020, a Crew Dragon finalmente realizou sua primeira viagem tripulada. Em 30 de maio, os astronautas da NASA, Robert Behnken e Douglas Hurley subiram a bordo de um Falcon 9. O foguete transportou uma cápsula Crew Dragon em direção a Estação Espacial Internacional.
Em outra ocasião, a SpaceX marcou seu nome na história. Foi a primeira vez que uma empresa privada realizou uma viagem espacial tripulada. Além disso é a primeira missão tripulada a sair de solo americano em uma década. A missão partiu da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida.
Satélites Iridium e projeto Starlink
Se a questão inicial era se a SpaceX estaria crivando seu nome na história, acredito que não reste dúvidas de tal feito. Certamente, a empresa tornou-se sinônimo de exploração espacial e é a grande esperança para viagens rumo a outros lugares antes inalcançáveis.
A história da SpaceX também é marcada por um projeto de internet acessível para pessoas de todo o mundo. O Starlink, é uma rede de satélites que será construída pela SpaceX para prover internet. A rede será composta de satélites e receptores terrestres de baixo custo e alto desempenho. Ou seja, Musk quer levar internet a todos os cantos do planeta.
Serão aproximadamente 12 mil satélites que a empresa foi autorizada a colocar em órbita já no início dos anos 2020. O desenvolvimento da rede de internet começou em 2015, entretanto, os satélites protótipos foram lançados com sucesso em 22 de fevereiro de 2018. De acordo com o projeto, estima-se que 50% dos 11.943 satélites serão lançados até 2024 e o restante até o final de 2027, quando a primeira fase da Starlink estará completa.
Pioneira e revolucionária
Desde o início de sua história, a SpaceX deixou claro que surgiu para dar novos rumos à humanidade. Em suma, Elon Musk não é considerado um gênio atoa. Assim, para aqueles que sonham em conhecer o espaço, talvez a SpaceX o realize.
A chamada Missão Lunar tinha sido programada para entrar em órbita até o final de 2018, e assim comemorar os 50 anos da missão lunar da Apollo 8. Apesar do atraso, estima-se que ela aconteça em 2023, ou antes disso. Sendo assim, será a primeira missão tripulada a nosso satélite natural desde 1972, quando a Apollo 17 foi à lua.
Apesar de surgir concorrentes de peso, como Blue Origin, pertencente ao dono da Amazon, Jeff Bezos e a Virgin Galactic, não há dúvidas de que Elon Musk surgirá com algo novo. Em síntese, a história da humanidade está definitivamente sendo contada em tempo real, sinta-se privilegiado.
Gostou de conhecer a história da SpaceX, uma das empresas mais revolucionárias de todos os tempos? Então vai mais algumas dicas relacionadas ao espaço sideral, como por exemplo, por que o espaço é escuro? e 20 fatos sobre o cosmos que valem a pena saber.
Fontes: Oficina da Net; Canaltech; Observador; E biografia.
Imagens: ABC; Oficina da Net; Business insider; Mars Society; Hype Science; Wired; Geek Hunter; El País; National Geographic; Capcome Space; Britannica, Galileu; Tec Mundo; Pinterest; Meio Bit; Yahoo!; Uol; Space News; Gizmundo; GIPHY.