No inicio de 2021, a sede do Congresso dos Estados Unidos foi invadida por um grupo de homens que se intitulam o “Tribalismo Masculino” ou “Masculinismo”. Em síntese, o tribalismo masculino trata-se de uma seita violenta, cujos integrantes usam chifres e pelos de bisão na cabeça.
Fazendo referência aos vikings, esse movimento masculino possui objetivos radicais e violentos, e ainda disseminam ódio contra mulheres, grupos LGBTs e negros. Eles são contra as conquistas por direitos iguais na sociedade. Para eles, as mulheres são apenas objetos para a reprodução humana e nada mais.
No entanto, não se trata de uma seita nova, as primeiras referências ao grupo surgiram há décadas. Porém, foi a partir dos anos 2000 que ganharam mais força através de debates, fóruns anônimos e na Deep Web.
Mas, foi em 2016, com a eleição de Donald Trump, que o grupo ganhou mais força, impulsionados por novos grupos. Por exemplo, os negacionistas da ciência e as teorias da conspiração, também chamados de all-right (direita alternativa) e o QAnon.
Tribalismo masculino
O grupo tribalismo masculino ou masculinismo são manifestantes que usam roupas tribalistas, cujos princípios estão ligados aos ideais vikings, espartanos, romanos e indígenas norte americano. Ademais, o grupo foi responsável pela invasão à sede do Congresso dos Estados Unidos no último dia 6 de Janeiro.
Mas, não é a primeira vez que adeptos do tribalismo se manifestam. Pois um homem vestido com pele de urso foi fotografado diante do retrato de Charles Summer, que foi um importante senador americano que defendeu a abolição da escravidão no século XIX. No entanto, o que chamou a atenção foi o fato do integrante do grupo segurar em suas mãos um cajado e um escudo policial.
Os masculinistas são conhecidos pelas práticas violentas e radicais, com ideais extremos. Pois, odeiam e desprezam as mulheres e acham que elas não têm papel na sociedade, que servem apenas como reprodutoras. Por isso, devem ser caçadas, mantidas presas e estupradas.
Durante suas manifestações, o grupo tribalismo masculino reivindica pela virilidade do homem, que acreditam estar perdida nos últimos temos. Por exemplo, a virilidade da caça, da guerra e a religião, sendo que alguns dos adeptos são mais religiosos do outros.
Tribalismo masculino e o perigo para a sociedade
Entre os perigos associados ao tribalismo masculino, podemos destacar o mais preocupante que é a violência contra as mulheres ou feminicídio. Mas, infelizmente não é o único perigo, a perseguição de grupos LGBTs, inclusive pessoas que estudam sobre gênero e sexualidade.
No entanto, no Brasil também há adeptos desse grupo violento, que costumam gravar vídeos com ameaças vestidos de gladiador ou espartanos. Nesses vídeos eles alegam que o país precisa se livrar de ameaças comunistas e feministas, além de pedir para que os homens lutem por sua virilidade.
Mas, não param por aí, em fóruns abertos, grupos de brasileiros chegam a defender abertamente estupros e assassinatos de mulheres.
Movimento QAnon
Um dos integrantes do tribalismo masculino que invadiu o Congresso americano foi identificado como Jake Angeli, de 32 anos. Também conhecido como Q Shaman é um conhecido influencer digital da extrema-direita americana que vive no Arizona.
Entretanto, sempre que aparece está vestido com referências a povos tradicionais indígenas dos EUA ou aos vikings. Ademais, é porta-voz do movimento chamado QAnon, que difunde teorias nas redes sociais.
Por exemplo, a de que Donald Trump estaria em uma guerra secreta contra os pedófilos e adoradores de Satanás que fazem parte do alto escalão do governo, da imprensa e do mundo empresarial.
Dessa forma, os adeptos do tribalismo masculino lançam hashtags e coordenam ataques (virtuais e físicos) as pessoas que consideram como inimigos. Por exemplo, políticos, celebridades e jornalistas que acreditam estar encobrindo pedófilos, porém, sem qualquer tipo de prova.
Em suma, o grupo radical do tribalismo masculino ou masculinismo é formado por homens violentos com ideais descabidos que odeiam mulheres, gays e negros e tudo o que eles representam. Portanto, são um perigo para a sociedade e para a manutenção da paz e direitos adquiridos ao longo da história.
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Fontes: Diário do Centro do Mundo, G1
Imagens: CNN Brasil, Gazeta do Povo, Expresso, Globo