Tumba de Tutancâmon – O incrível tesouro do Egito Antigo e sua maldição

A tumba de Tutancâmon foi descoberta na década de 20 por um arqueólogo britânico. Sendo considerada uma das maiores descobertas da história.

Uma das maiores descobertas do século XX, a Tumba de Tutancâmon, foi encontrada em 4 de novembro de 1922 e aberta oficialmente em 16 de fevereiro de 1923. Após quinze anos tentando achar algo surpreendente no Vale dos Reis, no Egito, finalmente Howard Carter, financiado pelo 5º Conde de Carnarvon George Herbert, obtinha êxito em sua procura.

Em suma, a câmera mortuária do menino rei Tutancâmon com mais de 3.300 anos, estava repleta com seus tesouros. Ademais, se tratava de uma riqueza conservada e intacta com cerca de 5.000 artefatos. Entre os artefatos encontrados estavam peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados. Por isso, a grandiosa descoberta se tornou em um dos monumentos mais famosos e que atrai turistas do mundo todo.

Ademais, o faraó Tutancâmon teve uma vida curta, onde governou dos 10 aos 19 anos de idade, em uma época turbulenta no Egito. Apesar de não ter deixado herdeiros, ele se tornou um dos faraós mais populares da Antiguidade. E graças a descoberta da tumba de Tutancâmon, arqueólogos puderam recriar o cotidiano do Egito Antigo e entender mais sobre a vida e morte da antiga civilização.

Quem foi Tutancâmon?

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Tutancâmon ou Tutancaton, como foi chamado ao nascer, cerca de 1341 a.C., foi um faraó da 18º dinastia que reinou no Egito por 9 anos, de 1336 a 1327 a.C. Ademais, era filho do faraó Amenhotep IV com uma de suas concubinas, chamada Kiya. Portanto, Tutancaton era enteado de Nefertiti, esposa principal do faraó.

Em suma, durante o reinado de Amenhotep IV, ele tentou introduzir o culto a um único deus no Egito, o deus Aton, inclusive, mudou seu nome para Aquenatón. Dessa forma, seu reinado foi marcado por revolução religiosa e política. Ademais, com a morte do faraó em 1336 a.C., após 13 anos de reinado, Tutancaton assume o trono, quando tinha 10 anos.

Então, se casou com sua meia irmã, Ankhesepaton, passando a ser conhecidos pelos nomes de Tutancâmon e Ankhesenamon. Dessa forma, ao incorporar o nome do deus Amon ao deles, sinalizava a volta da velha ordem religiosa ao Egito. Aparentemente, Tutancâmon e sua esposa viviam bem e felizes, porém, não deixaram herdeiros, pois Ankhesenamon teve dois abortos. E o corpo das crianças foram mumificados e colocados na tumba de Tutancâmon.

Enfim, durante seu breve reinado, o faraó restaurou a ordem no Egito, que havia sido bagunçada por seu pai. No entanto, acredita-se que ele tenha sido assassinado pelo ambicioso Ay, um alto funcionário da corte que serviu a vários faraós. Pois, após a morte de Tutancâmon, Ay se casou com a viúva Anchesenamon (que morreu poucos meses depois), para se legitimar no trono.

A descoberta da tumba de Tutancâmon

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Em 1922, o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou a tumba de Tutancâmon isolada no Vale dos Reis, que escapou do saque de ladrões. Em suma, os egípcios acreditavam que após a morte a vida continuava junto aos deuses. Por isso, eram guardados nos túmulos, alimentos, bebidas, móveis, tecidos, joias, ouro e tudo o que fosse necessário para que o faraó fosse bem recebido.

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Dessa forma, a tumba de Tutancâmon serviu como uma fonte de documentos inéditos, que possibilitaram aos arqueólogos conhecerem melhor sobre como viviam. Pois, no túmulo foi encontrado uma grande riqueza, assim como a máscara mortuária do faraó, feita de ouro maciço.

Além disso, foram encontrados dentro da tumba de Tutancâmon:

  • O sarcófago de 110,4 quilos de ouro puro
  • Uma carruagem de ouro
  • Uma estátua de Anúbis representado como um chacal
  • Duas estátuas de sentinelas de madeira douradas
  • Santuários para diversos deuses
  • Um busto dourado da Vaca Celestial Mehet-Weret
  • Jarros de vinho branco e tinto
  • Réplicas de barcos
  • Objetos pessoais como caixas e cadeiras de ébano
  • Uma faca feita de metal proveniente de um meteorito
  • Dois caixões que continham dois corpos de bebês, identificadas como as filhas de Tutancâmon e Anchesenamon.

A maldição da múmia

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Curiosamente, quando a tumba de Tutancâmon foi descoberta, aconteceram várias mortes com pessoas relacionadas a sua abertura. Dessa forma, logo os jornais sensacionalistas ingleses inventaram a ‘Maldição do Faraó’ para explicar as mortes. E a prova de que existia uma maldição, foi a morte do lorde Carnarvon, o nobre britânico que financiou as escavações. Que morreu ao ser picado por um mosquito, cinco meses após a descoberta da tumba de Tutancâmon. Além disso, dias antes da abertura do sarcófago, o canário de Howard Carter morreu, ele era considerado com mascote da equipe de escavação.

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No entanto, as mortes não pararam por aí, três estudiosos ligados à descoberta da tumba de Tutancâmon, o meio-irmão de Carnarvon e até o seu cachorro. Dessa forma, foi divulgado na época uma inscrição na tumba que advertia sobre os riscos de violarem a sepultura: “As asas da morte tocarão aquele que incomodar o faraó”. Entretanto, foi revelado que a tal inscrição foi uma mentira inventada por Howard Carter, que morreu em 1939. Para que ninguém ousasse roubar nada da grande riqueza da tumba de Tutancâmon. Aparentemente, sua mentira deu certo.

Curiosidades sobre a Tumba de Tutancâmon

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Existem manchas marrons espalhadas em todas as pinturas de parede dentro da tumba de Tutancâmon, que já existiam quando foi aberta por Carter. De acordo com estudos, foi revelado que as manchas são causadas por altas concentrações de ácido málico, subproduto metabólico de alguns tipos de fungos e bactérias. Provavelmente, Tutancâmon morreu inesperadamente, portanto, a preparação de sua tumba foi feita às pressas, e com as paredes recém-pintadas, a umidade facilitou o desenvolvimento das manchas.

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De acordo com os pesquisadores, as manchas permanecem inertes, o que pode ser comprovado comparando fotos da época da descoberta da tumba, com fotos recentes. Enfim, por ser consideradas como parte da história da tumba, as manchas não serão removidas.

O faraó Tutancâmon é o único que continua enterrado no Vale dos Reis, local que recebe turistas do mundo todo. No entanto, a tumba de Tutancâmon sofre com danos devido a exposição, por exemplo, o impacto da poeira, risco de inundações devido às mudanças climáticas e até mesmo o turismo em si. Mas, o governo não sabe se restringir a visitação à tumba seria uma solução viável, pois reduziria a fonte de receita garantida.

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Fontes: BBC, Aventuras na História, National Geographic

Imagens: Uol, Sputnik, Portugal Mundial

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