Também chamados de pirilampos, os vagalumes são insetos pertencentes a três famílias da ordem Coleoptera: Lampyridae, Elateridae e Phengodidae (esta última, menor e menos popular).
Originalmente, os animais eram chamados de caga-lumes, por conta da luminescência na traseira. Entretanto, o tempo acabou trocando a letra C por um V, por questões de pudor. Dessa maneira, o nome vagalume (também escrito como vaga-lume) ganhou o sentido de luz que anda sem rumo. Já o nome pirilampo tem origem no grego, em que pyris significa fogo e lampis, luz.
Assim como as variações de nome já indicam, os vagalumes são conhecidos pela capacidade de produzir luz própria.
Por que os vagalumes brilham?
Os vagalumes possuem órgãos luminosos na parte traseira de seu corpo. Ainda que machos e fêmeas sejam capazes de emitir luz, são os machos que dão início ao brilho.
Isso porque a luz é utilizada para atrair as fêmeas. Assim, elas ficam paradas no solo enquanto eles tentam chamar a atenção durante o voo. A partir daí, as fêmeas podem decidir ou não voar e emitir luzes para demonstrar interesse nos machos.
Por meio da emissão, os insetos conseguem se comunicar e, possivelmente, se-acasalar. Como o período de acasalamento é rápido, é comum que um macho cruze com mais de uma fêmea por noite.
Isso significa que quando você está diante de vagalumes brilhando, está assistindo a um belo ritual de acasalamento luminoso.
Luzes
A emissão de luz nesses insetos é conhecida como bioluminescência. Para que ela seja possível, cada vagalume promove reações químicas específicas dentro de seu próprio corpo.
A luciferina é um composto que passa por um professo de oxidação ao entrar em contato com o oxigênio. Assim, então, é produzida a oxiluciferina, que perde energia e gera a emissão de luz.
Durante esse processo, cerca de 95% da energia é convertida em luz. Ou seja, apenas 5% dela gera calor, o que explica porque a luz dos vagalumes é fria. Além disso, o controle de iluminação é conectado ao cérebro dos insetos, que tem total domínio sobre as emissões.
Os padrões de iluminação podem acontecer de diversas formas, dependendo da espécie.
Tipos de vagalumes
Lampyridae
Os insetos dessa família possuem luminescência desde o estado de larvas. Por causa disso, possuem uma defesa natural contra predadores desde cedo. Ao todo, existem cerca de 1800 espécies conhecidas.
Elateridae
É a família com mais espécies catalogadas, com mais de 9 mil conhecidas. Assim como os Lampyridae, também utilizam a iluminação para se defender, mas também para atração sexual e rituais de acasalamento.
Phengodidae
A menor família, com apenas 170 espécies conhecidas. No Brasil, existem cerca de 50 espécies dessa família, sendo que a maioria está dentro da tribo Mastinocerini.
Características
Em comparação com outros insetos, os vagalumes possuem uma vida longa, já que podem viver até três anos. Durante mais de 90% da vida, entretanto, eles estão na forma da larva.
Logo após o fim da metamorfose, um vagalume adulto vive por cerca de 3 a 4 semanas focado no período reprodutivo. Ao fim das cerimônias de acasalamento, as fêmeas botam ovos que eclodem dentro de 15 dias, começando um novo ciclo.
No entanto, as populações de vagalume estão cada vez mais reduzidas. Isso porque seus habitat naturais são destruídos por atividades agrícolas ou expansão urbana. Sem bosques e florestas para viver, os insetos acabam prejudicados.
Além disso, a adoção de luzes artificiais pelos seres humanos cria uma poluição de luminosidade que impede a comunicação entre as criaturas. Com mais iluminação no ambiente, machos e fêmeas não conseguem se encontrar e acabam não se reproduzindo.
Fontes: Brasil Escola, Info Escola, Mega Curioso, Hipercultura
Imagens: Portal dos Animais, Estudo Prático,