O Vaudeville foi um gênero teatral de entretenimento popular com início na França, entre o fim do século XIX e o início do século XX. O movimento, no entanto, não tinha exatamente uma forma de ligação por meio de enredo, com função principal de divertir e ganhar dinheiro.
O nome do movimento fazia referência a uma espécie de Teatro de Variedades, mas na verdade vem do termo em francês “voix de ville”, ou voz da cidade.
Nos Estados Unidos e Canadá, a situação socioeconômica após a Guerra Civil favoreceu o modelo de negócio. Isso porque era fácil e viável reunir vários artistas numa mesma apresentação, com a intenção de divertir a classe média.
No entanto, o surgimento de tecnologias como o rádio e o cinema, bem como a Grande Depressão de 1929, acabaram provocando a decadência do movimento.
Características do Vaudeville
Os espetáculos de Vaudeville misturavam atos de música e comédia, geralmente no início da noite. Entre as principais atrações era possível conferir números musicais, mágica, dança, comédia, performance com animais, acrobacias, atletas, representação de peças clássicas, performance de ciganos, etc.
No início, as principais apresentações eram consideradas grosseiras e obscenas demais para a família. Sendo assim, era comum que somente homens comparecessem aos eventos.
Com o sucesso, no entanto, as apresentações passaram a atrair toda a família. Além disso, a organização dos eventos em bares e casas de espetáculos também ajudou a ampliar cada vez mais os públicos.
Outro importante ponto era a característica itinerante, que fazia com que as cidades tivessem alta rotatividade de apresentações.
The Black Vaudeville Show
Por conta do racismo e exclusão dos principais shows, os negros americanos acabaram, então, criando o seu próprio evento: o Black Vaudeville.
Em 1898, Pat Chappelle criou a primeira companhia exclusiva de negros, com shows diferentes dos tradicionais criados pelos brancos. A partir dessa variante do Vaudeville, surgiram influências que afetaram a origem de Jazz, Blues, Swing e Shows da Broadway.
Entre as mulheres, as The Hyer Sisters foram as primeiras afro-americanas dentro das apresentações. Durante o auge do movimento, Aida Overton Walker tornou-se a única mulher negra autorizada a se apresentar em shows exclusivos para brancos.
Mesmo com a rejeição social dos artistas negros, alguns achavam que a opção de carreira ainda era melhor do que seguir trabalhos braçais ou serviçais para outras famílias.
The Minstrel Show
Com o sucesso do movimento Black Vaudeville, os brancos passaram a imitar os negros durante as apresentações. A prática, no entanto, surgiu como uma sátira racista que apostava na caracterização de brancos como personagens negros.
O movimento de Minstrel Show trazia as infames Blackfaces, mas manteve uma alta popularidade entre o público. Mesmo após o declínio dos principais movimentos de Vaudeville, o show ainda recebia muita atenção.
Em meados de 1860, os negros tentaram a reproduzir o evento, criando o conceito do Black Minstrel Show. Nessas apresentações, mesmo sendo negros, os artistas traziam apropriação de práticas racistas, como as Blackfaces, por exemplo.
Artistas de destaque do Vaudeville
Benjamin Franklin Keith
Benjamin Franklin Keith é considerado o pai do Vaudeville, nos Estados Unidos. Sua carreira começou em 1870, quando ele passou a atuar em circos itinerantes. Com o tempo, abriu o seu próprio teatro e desenvolveu uma política que proibia shows com características muito vulgares. Dessa maneira, foi capaz de conciliar públicos distintos e criar uma forma de teatro acessível.
Tony Pastor
Antonio “Tony” Pastor trabalhou em vários concertos ao longo da carreira, incluindo o Minstrel Show. No entanto, suas apresentações tinham foco em públicos mistos, com a presença de homens, mulheres e crianças, além de atrações de atuação e cantoria.
Vaudeville ao redor do mundo
Na Inglaterra, o teatro de variedades da época ocorria nos Music Hall. Durante a Era Vitoriana, esses estabelecimentos reuniam atrações de dança, canto e comédia, além de bares com comida, tabaco e álcool.
Na mesma época, na França, outro gênero acabou se confundindo com o Vaudeville. O Burlesco tinha influência do movimento, mas mantinha o foco no público masculino e em temas sexuais.
Diferente dos atos com fogo na risada e na diversão, as artistas burlescas usavam figurinos chamativos e faziam acrobacias de forma mais elegante, ao mesmo tempo em que traziam erotismo para o palco. Além disso, a apresentações eram concentradas nas mesmas casas de show, diferente dos compostos itinerantes do Vaudeville.
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