Acidentes radioativos – Classificação e piores desastres da história

Embora a energia nuclear seja limpa, houve casos em que as medidas de segurança falharam e causaram acidentes irreparáveis ​​aos seres vivos.

Acidentes radioativos: classificação e piores desastres da história

Ao longo da história têm-se notícias de poucos acidentes radioativos, no entanto a maioria deles foram potencialmente desastrosos. Para esclarecer, a energia nuclear, apesar de ser uma energia limpa, é uma das fontes alternativas considerada perigosa para a saúde humana e ambiental. Portanto, o uso indevido ou vazamento desse tipo de energia pode causar grave envenenamento por radiação e poluição.

Além disso, a tecnologia nuclear produz resíduos radioativos que entram em contato com os seres humanos e o meio ambiente durante acidentes com reatores e vazamentos de armazenamento de resíduos. Dito isso, a tragédia de Chernobyl, e o mais recente desastre de Fukushima estão entre os piores acidentes nucleares de todos os tempos. Confira a lista completa a seguir.

Classificação de Acidentes Radioativos

No caso de um desastre nuclear, os humanos podem sofrer com o aumento das taxas de câncer e as gerações futuras podem sofrer de defeitos genéticos. Ademais, a radiação no meio ambiente pode resultar na redução significativa do crescimento das plantas e na morte de animais. No entanto, o número de mortes e doenças causadas por um desastre nuclear é difícil de estimar, justamente porquê afeta mais de uma geração de pessoas.

Por esta razão, os desastres nucleares são classificados de acordo com a Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES). INES é uma série de métricas que foram criadas em 1990 como parâmetro para medir a destruição causada por acidentes e colapsos nucleares. Como resultado, o INES organiza desastres nucleares nas seguintes categorias, mostradas na imagem abaixo:

Acidentes radioativos: classificação e piores desastres da história
Fonte: Pinterest

Maiores acidentes radioativos da história

Acidente nuclear de Mayak ou Kyshtym (1957)

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Em 1957, uma falha no sistema de resfriamento do complexo nuclear perto de Chelyabinsk resultou em uma explosão química e na liberação de cerca de 70 a 80 toneladas de material radioativo no ar. Milhares de pessoas foram expostas à radiação e evacuadas de suas casas.

Poucos dias após o acidente, 300 residentes morreram de envenenamento por radiação. Desse modo, o acidente foi categorizado como Nível 6 na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES).

Acidente nuclear de Windscale, Reino Unido (1957)

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No mesmo ano em que ocorreu o acidente radioativo em Chelyabinsk, um incêndio no reator de núcleo de grafite em Cumbria, resultou em uma liberação limitada de radioatividade. O reator foi posteriormente enterrado em concreto.

Embora nenhuma morte tenha sido diretamente ligada a este acidente, ele causou 200 casos de câncer na Grã-Bretanha. Este acidente foi categorizado como Nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES).

Oceano Atlântico Norte (1961)

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Em 4 de julho de 1961, o submarino soviético K-19 estava no Oceano Atlântico Norte quando apresentou um vazamento radioativo. O veículo não tinha sistema de refrigeração para impedir que o reator superaquecesse e explodisse.

Então, sem outras opções, a tripulação entrou no compartimento do reator e consertou o vazamento, expondo-se a níveis de radiação no processo que certamente os matariam. Todos os oito membros da tripulação que consertaram o vazamento morreram de envenenamento por radiação três semanas após o incidente.

O resto da tripulação, o submarino e os mísseis balísticos que carregava também ficaram contaminados. Quando o K-19 encontrou o submarino que havia interceptado seu pedido de socorro, ele foi rebocado para a base. Depois, como foi reformado ao longo de dois anos, o entorno e os operários também ficaram contaminados. Vinte membros da tripulação original do submarino também morreram de doenças causadas pela radiação nos anos seguintes.

Acidente nuclear de Idaho, Estados Unidos (1961)

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O Reator Estacionário de Baixa Potência nº1, ou SL-1, era um reator nuclear localizado no deserto a sessenta quilômetros de Idaho Falls, em Idaho. Em 3 de janeiro de 1961, o reator explodiu, matando três trabalhadores e causando um colapso.

A causa foi uma haste de controle que havia sido retirada incorretamente, mas mesmo após uma investigação que levou dois anos para ser concluída, as ações tomadas pelos trabalhadores um pouco antes do acidente nunca foram descobertas.

Embora o acidente tenha liberado material radioativo para a atmosfera, a quantidade foi considerada pequena, e a localização remota do reator ajudou a minimizar os danos à população vizinha. Ainda assim, o incidente é notável por ser o único acidente com reator nuclear fatal na história dos Estados Unidos e por inspirar uma mudança no projeto de reatores nucleares, de forma que um acidente envolvendo uma única haste de controle não causasse esse tipo de dano.

Groenlândia (1968)

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Em 21 de janeiro de 1968, um bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos estava executando uma missão da Guerra Fria. Desse modo, os bombardeiros americanos com cargas nucleares permaneciam no ar o tempo todo, quando um deles que carregava quatro bombas de hidrogênio, pegou fogo.

O local de pouso de emergência mais próximo foi na Base Aérea de Thule na Groenlândia, mas não houve tempo suficiente para alcançá-lo, então a tripulação abandonou o bombardeiro.

Quando caiu, a carga nuclear se rompeu e a área ficou contaminada com radiação. Como resultado, o incidente de 1968 causou a interrupção imediata das missões de guerra. Por outro lado, explosivos mais estáveis ​​foram eventualmente desenvolvidos para que as armas nucleares tivessem menos probabilidade de explodir e causar um acidente.

Tchecoslováquia (1976 e 1977)

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A usina nuclear de Bohunice foi a primeira a ser construída na Tchecoslováquia. O reator foi baseado em um projeto experimental que deveria funcionar com urânio extraído do local. No entanto, a primeira instalação desse tipo teve vários acidentes e teve que ser fechada mais de 30 vezes.

Dessa maneira, dois trabalhadores morreram em um incidente de 1976, mas o pior acidente ocorreu em 22 de fevereiro de 1977, quando um trabalhador removeu as hastes de controle incorretamente durante uma troca de combustível de rotina. Este erro simples causou um vazamento radioativo massivo, e o acidente resultante ganhou uma classificação de nível 4 na Escala Internacional de Eventos Nucleares.

Todavia, o governo soviético encobriu o acidente, então nenhuma estimativa confiável de vítimas foi divulgada ao público. No entanto, em 1979, o governo desapropriou a usina, e espera-se que seja totalmente desmontada até 2033.

Three Mile Island, EUA (1978)

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O acidente de 1978 na usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, foi o pior desastre da história dos Estados Unidos. Embora o acidente não tenha ceifado nenhuma vida e liberado apenas poucas quantidades de resíduos radioativos, ele provocou protestos sobre o programa de energia nuclear do país.

Acidente nuclear de Chernobyl, Ucrânia – ex-União Soviética (1986)

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Considerado o pior desastre nuclear do mundo até agora e classificado como Nível 7 do INES, o acidente nuclear em Chernobyl aconteceu devido a uma súbita onda de energia durante um teste do sistema do reator nº 4. A tragédia ocorreu na madrugada de 26 de abril de 1986.

É difícil dizer com precisão o número de mortes atribuíveis ao acidente de Chernobyl, porque as pessoas que foram expostas a baixos níveis de radiação muitas vezes morrem pelas mesmas causas que as pessoas não expostas.

A confusão sobre o impacto do acidente deu origem a afirmações altamente exageradas de que dezenas ou mesmo centenas de milhares de pessoas morreram como resultado do acidente. Na verdade, um número de mortos muito menor pode ser diretamente atribuído à radiação de Chernobyl.

Vinte e oito trabalhadores de emergência morreram de síndrome de radiação aguda, 15 pacientes morreram de câncer de tireoide e estima-se que o número total de mortes por cânceres causados ​​por Chernobyl pode chegar a 4.000 entre as 600.000 pessoas que receberam as maiores exposições.

Atualmente, mais de cinco milhões de pessoas vivem em áreas consideradas ‘contaminadas’ com materiais radioativos do acidente de Chernobyl.

Goiânia, Brasil (1987)

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Um dos piores incidentes de contaminação nuclear do mundo ocorreu em Goiânia, no Brasil. Um instituto de radioterapia da capital foi desativado, deixando para trás uma cápsula contendo um isótopo radioativo de césio ou césio-137.

Em 13 de setembro de 1987, dois catadores encontraram a unidade, carregaram-na em um carrinho de mão e venderam para um ferro-velho. O proprietário convidou amigos e familiares para ver o material azul brilhante dentro, expondo-os inadvertidamente à radiação. Sem saber do perigo, eles expuseram amigos e familiares por toda a cidade. Ao todo, 245 pessoas foram expostas à radiação e quatro pessoas morreram.

Ademais, o acidente gerou cerca de 7 toneladas de rejeitos do césio-137. Esses rejeitos foram concentrados em tambores cimentados e cobertos por concreto e vegetação em um repositório em Abadia de Goiás, no mesmo Estado.

Fukushima, Japão (2011)

Acidentes radioativos: classificação e piores desastres da história
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O derretimento da Usina Nuclear Fukushima Daiichi em 11 de março de 2011 é um dos piores desastres nucleares da história mundial. Embora tenha sido classificado como Nível 5 na Escala INES, mais tarde foi escalado para o Nível 7 devido a grandes quantidades de radiação.

O acidente radioativo que ocorreu após um grande terremoto e um tsunami de 15 metros deixou mais de um milhão de pessoas desabrigadas. Embora o número de mortes diretas no incidente seja estimado em zero, cerca de 1.600 pessoas morreram devido aos procedimentos incorretos de evacuação.

Agora que você já sabe quais foram os maiores acidentes radioativos da história, clique e confira: Meme Chernobyl – Como o nome da cidade ganhou tons de piada online

Fontes: Techmundo, Globo.com, Brasil Escola

Fotos: Pinterest

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