Alice no País das Maravilhas é uma obra literária, publicada pela primeira vez em 4 de julho de 1865, na Inglaterra. O livro foi escrito por Lewis Carroll, pseudônimo do autor Charles Lutwidge Dodgson.
Desde sua publicação, Alice no País das Maravilhas chama a atenção por permitir inúmeras interpretações possíveis. Além disso, apesar de ser uma obra infantil, traz temas que oferecem críticas e reflexões à sociedade da época.
A aventura começa assim que Alice decide perseguir um Coelho Branco, mergulhando em sua toca.
O início
O primeiro contato da garota com o País das Maravilhas é uma mesa com uma chave minúscula. Na mesma sala, ela encontra uma portinha que poderia ser aberta por essa chave. Entretanto, Alice é grande demais para passar pela porta, o que muda depois que ela consome o líquido de um frasco com os dizeres “Beba-me”.
Logo após beber, começa a encolher até ter tamanho suficiente para passar pela porta. No entanto, ela esquece de pegar a chave sobre a mesa e agora precisa crescer novamente. Ao comer um bolo com os dizeres “Coma-me” e continuar do mesmo tamanho, a garota começa a chorar.
Enquanto chora, Alice começa a crescer, assim como crescem suas lágrimas, que formam uma verdadeira lagoa ao seu redor. A quantidade de água se torna um problema quando ela volta a reduzir e começa se afogar. Apesar das dificuldades, ela consegue escapar e sai da sala.
País das Maravilhas
Assim que escapa, Alice vê o Coelho Branco novamente, mas não consegue chamar a atenção dele. Em seguida, ela encontra uma lagarta fumando narguilé, sobre um cogumelo. Ao conversar com Alice, a lagarta fala sobre suas próprias transformações e propõe reflexões existenciais.
Ao mesmo tempo, a lagarta ajuda Alice a se acalmar e ainda diz que ela pode crescer e diminuir comendo pedaços do cogumelo. Ela experimenta com o próprio tamanho, e acaba ficando com a cabeça presa em galhos, o que se transforma em motivo para discussão com uma pomba.
Alice, então, consegue fugir e, dessa vez, encontra um gato sorrindo. Ao pedir ajuda para o gato, ele sugere que ela visite a Lebre de Março e o Chapeleiro, dois loucos. A garota encontra os personagens enquanto eles tomam chá e fica surpresa com a forma que eles desrespeitam regras e boas maneiras. Sendo assim, ela se irrita com a loucura dos dois e acaba fugindo dali, indo parar num jardim.
Rainha de Copas
Ao chegar ao jardim, Alice percebe que há uma série de rosas brancas sendo pintadas por soldados (que também são cartas de baralho). Os soldados, ou cartas, revelam para a menina que deviam ter plantado rosas vermelhas, mas erraram as plantas. Assim, eles estão pintando todas para evitar que a rainha descubra, se revolte e corte suas cabeças.
Logo após ouvir sobre o temperamento da rainha, Alice acaba conhecendo a mulher. A Rainha de Copas convida a menina para um jogo de croquete, que conta com animais como tacos e bolas, e desrespeita as regras com frequência.
Além disso, com muita frequência, a nobre ordena que cortem algumas cabeças.
Mais tarde, Alice é convocada para um julgamento, em que o juiz é o próprio rei. O Valete de Copas está sendo acusado de roubo, enquanto as testemunhas e o júri no local parecem não entender nada.
Quando Alice é chamada para, finalmente, depor, ela se irrita e é acusada de coisas sem sentido, como ter três quilômetros de altura. Para retrucar, ela acusa os soldados de serem apenas um baralho, enquanto eles se lançam sobre ela.
Enfim, em meio a tanto caos, Alice acorda e descobre que tudo fora apenas um sonho.
Verdadeira Alice
A história de Alice no País das Maravilhas é completamente fantasiosa e cheia de absurdos, mas tem inspirações no mundo real. Lewis Carroll, ou Charles Lutwidge Dodgson, teve a ideia da aventura enquanto precisava distrair as filhas de um amigo, Loriny, Edith e Alice.
Ou seja, o autor utilizou a inspiração da própria criança para contar uma história para ela. Além disso, ele fez referência a vários lugares e pessoas conhecidas pelas crianças, para poder prender-lhes a atenção.
A primeira versão da história foi escrita em 1864, como um presente para a própria Alice. Mais tarde, o autor acabou reescrevendo a obra com foco num público maior. Foi neste momento, então, que foram criados personagens e cenas que incluíam o Gato de Cheshire e o Chapeleiro Louco.
A primeira edição do livro teve apenas duas mil cópias e foi retirada de circulação por conter erros. Foi só no ano seguinte que a segunda tiragem entrou em circulação e se tornou um enorme sucesso.
Significado
Alice no País das Maravilhas é um dos precursores da literatura nonsense. O gênero é responsável por subverter fantasias tradicionais e criar narrativas que quebram completamente a lógica. E é justamente no absurdo que a obra aposta para se tornar tão especial.
Lewis Carroll investiu na forma inovadora para a época, ao mesmo tempo que apostava em referências do mundo real. Além disso, a história ainda faz referências a obras de literatura e pintura, assim como faz alusão a conhecimentos de psicologia, filosofia e matemática. Ao mesmo tempo, o autor retrata a vida do britânico da época, como a relação com a monarquia, a partida de croquet e o chá da tarde.
Sendo assim, o País das Maravilhas nada mais é do que uma metáfora do mundo que conhecemos, a partir do olhar infantil. Por conta da inocência e das regras arbitrárias do universo das crianças, o mundo pode ganhar sentidos diferentes (muitas vezes com cara de absurdo).
Enquanto passa pelo País das Maravilhas, Alice enfrenta desafios que podem ser comparados aos desafios do amadurecimento. Durante a jornada, as novas pessoas e novas informações podem ajudá-la, mas muitas vezes deixam tudo mais confuso.
Curiosidades de Alice e o País das Maravilhas
- A história também tem um lado sombrio, nos bastidores. De acordo com alguns relatos, o autor tinha o hábito de desenhar e fotografar garotas, inclusive em poucos trajes. Algumas fontes apontam que o livro, inclusive, foi uma tentativa de se aproximar da verdadeira Alice.
- O livro teve uma continuação publicada em 1871: Alice Através do Espelho. Na história, Alice enfrenta vários desafios em um jogo de xadrez enorme.
- A inspiração para o Coelho Branco da história estava em estátuas reais de coelhos, na catedral de Christ Church, conhecida pelas garotas
- Lewis Carroll faz paródias de poemas e canções populares na época, de autores como Isaac Watts, Robert Southey e David Bates.
Fontes: Cultura Genial, DarkSide, Galileu
Imagens: Pinterest, Manifesto 21, BBC, History Collection, Book Riot, Cenário Dilatado, Disney Film Guide