Em primeiro lugar, Anhangá é o nome de um espírito poderoso da mitologia brasileira. Nesse sentido, o folclore brasileiro apresenta-o como um protetor das matas, dos rios e dos animais selvagens. Ademais, costuma ter sua representação como um veado enorme, de coloração branca, olhos vermelhos como o fogo e chifres pontudo.
Entretanto, uma das habilidades do Anhangá é transformar-se em outros animais para proteger o meio ambiente. Desse modo, pode adotar a forma de um tatu, boi ou pirarucu. No entanto, relatos mostram que ele se torna até mesmo um ser humano, em especial para afugentar caçadores e madeireiros da floresta.
Sobretudo, as lendas apresentam esse espírito do folclore brasileiro como responsável por punir caçadores que maltratavam os animais ou exploram a natureza. Curiosamente, os relatos envolvem pessoas levando pauladas invisíveis, chifradas e coices. Porém, há ainda aqueles que caíam no encanto de ilusões mágicas, perdendo-se na mata e desaparecendo para sempre.
Apesar disso, estima-se que é possível agradar o Anhangá oferecendo-o aguardente ou fumo de rolo, a fim de pedir sua proteção. Mais ainda, queimar castanhas de caju ou fazer cruzes com madeiras da própria floresta é uma forma de o afastar. Por fim, todas as medidas dependiam diretamente do comportamento do caçador, porque nada funcionaria se ele desrespeitasse a natureza.
Origem e lenda do Anhangá
A princípio, o Anhangá é uma entidade original do folclore brasileiro e das culturas indígenas, principalmente da região amazônica. Desse modo, consiste num espírito metamorfo que toma formas diversas de acordo com a vontade pessoal. Porém, a forma mais comum consiste no veado branco com olhos em chamas.
Nesse sentido, dizem que ele é um espírito protetor da natureza que persegue e pune quem caça nas florestas. Além disso, atinge em especial quem caça filhotes de animais ou animais que estão amamentando. No geral, o principal sinal de sua aproximação é um assobio, e logo em seguida o animal sendo caçado desaparece diante dos olhos do caçador.
Basicamente, Anhangá engana os caçadores desviando de suas balas, mas direcionando o alvo dos ritos para pessoas queridas a eles. Mais ainda, pode provocar febres, visões, delírios e alucinações nos caçadores. Dessa forma, estima-se que esse espírito da natureza tenha surgido junto com as florestas, sendo tão antigo como as árvores mais anciãs da Amazônia.
Apesar disso, estima-se que uma pessoa pode pedir ajuda do Anhangá, caso esteja sendo vitima de um animal na floresta ou escapando de caçadores. Em resumo, basta gritar “valha-me Anhangá” e aguardar a ajuda. Por outro lado, pode-se ainda fazer um pacto com ele, oferecendo-lhe tabaco ou aguardente para obter uma caça bem sucedida ou proteção durante uma travessia.
Curiosamente, os jesuítas consideravam o Anhangá um demônio durante o período da catequização dos indígenas no Brasil. Sobretudo, falavam sobre ele como um diabo cristão. Portanto, era como um espírito maligno que não deveria ser louvado ainda que os indígenas tivessem respeito e medo do espírito.
Curiosidades sobre a lenda
Primeiramente, o Anhangá toma outros nomes de acordo com a forma com que ele toma. Como exemplo, pode-se citar o Mira-anhangá, quando ele está na forma humana, ou o Suaçu-anhangá, quando ele está em forma de veado. Sobretudo, o nome surge do tupi-guarani e parte do vale Anhangabaú, que significa rio o mal espírito ou onde o mal espírito bebe água.
Nesse sentido, na época da colonização de São Paulo, indígenas temiam cruzar o rio, porque sofriam ataques do Anhangá. Ou seja, a princípio consistiu numa criatura maligna da mata. Entretanto, com a chegada dos colonizadores, esse espírito deixou de atormentar os indígenas para afugentar os exploradores que abusavam das florestas.
Curiosamente, acreditam que o atual vale do Anhangabaú contenha prédio e edifícios mal assombrados pelo espírito do Anhangá. Em resumo, nos dias atuais, essa região abriga centenas de prédios altos e escritórios em São Paulo, incluindo o Teatro Municipal. Ademais, eventos catastróficos como incêndios enormes e desabamentos aconteceram nessa região.
Sobretudo, os povos originários e comunidades tradicionais estimam que esses acidentes acontecem porque o Anhangá quer punir os homens por transformar a floresta em zona urbana. Portanto, é um espírito que permanece na região ainda que sua cultura tenha desaparecido em decorrência da colonização e urbanização.
Por fim, estima-se que essa é a única região urbana do Brasil com concentração de casos sobrenaturais em seu entorno. Apesar disso, esses eventos tem diferentes explicações, mas o folclore brasileiro e a cultura indígena defendem o retorno das tradições em respeito ao espírito da floresta.
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Fontes: MultiRio | WikiFandom | Portal São Francisco | Portal dos Mitos
Imagens: Portal dos Mitos