História do beijo na boca: descubra quando tudo começou

O primeiro registro do beijo na boca veio dos hindus, em 1200 a.C. No livro védico Satapatha, ele foi descrito recheado de sensualidade: “Amo beber o vapor de seus lábios”.

História do beijo na boca: descubra quando tudo começou

O costume do beijo na boca tem uma origem desconhecida, mas é uma prática antiga que remonta a muitas culturas diferentes em todo o mundo. Algumas teorias sugerem que o beijo na boca se originou na Índia antiga, onde era uma forma de expressar afeto e respeito entre amigos e familiares.

Outras teorias sugerem que o beijo na boca se originou no Egito antigo, onde era praticado como uma forma de trocar almas. Na Grécia antiga, o beijo na boca era uma forma de cumprimento comum entre amigos e familiares do mesmo sexo, mas era considerado inapropriado entre pessoas do sexo oposto.

Na Europa medieval, o beijo na boca era usado como um sinal de respeito e submissão aos reis e rainhas. No entanto, a prática se tornou mais comum entre os amantes durante o Renascimento, quando o amor romântico e a expressão física de afeto se tornaram mais valorizados.

Origem do beijo na boca

Apesar de não haver uma teoria definitiva sobre a origem do beijo na boca, há algumas mais aceitas pela comunidade acadêmica e histórica.

Uma delas sugere que o beijo na boca teve origem em práticas de alimentação, onde as mães passavam comida mastigada para seus filhos pela boca. Isso teria se tornado uma forma de demonstrar afeto entre membros da mesma família ou comunidade.

Outra teoria relaciona o beijo na boca com o instinto de busca pela saliva. A troca de saliva pode indicar a compatibilidade genética entre os parceiros, o que pode ter evoluído como uma forma de aumentar as chances de sobrevivência dos filhos.

Há ainda a teoria de que o beijo na boca é uma forma de trocar informações sobre a saúde e o bem-estar do parceiro, já que é possível identificar sinais de doenças pela saliva.

Apesar dessas teorias, a origem do beijo na boca ainda é um mistério e pode ter surgido de forma independente em diferentes culturas ao longo da história.

Percurso da história do beijo na boca

Kama Sutra

Vatsyayana, autor do Kama Sutra, descreve o beijo como uma arte sensual que deve ser praticada com atenção e habilidade em um de seus capítulos. O Kama Sutra é um antigo texto indiano sobre sexualidade, do século III d.C.

Segundo o Kama Sutra, existem vários tipos de beijos, cada um com um propósito específico. Por exemplo, o “beijo nominal” é um beijo suave e gentil nos lábios, enquanto o “beijo palpitante” é um beijo mais intenso, que envolve mordidas leves nos lábios e língua.

Além disso, o Kama Sutra também fala sobre a importância de preparar o corpo e a mente para o beijo, incluindo o uso de perfumes e óleos para deixar a pele macia e perfumada.

Hebreus

Os hebreus consideravam o ato de beijar na boca como um sinal de afeto e respeito, utilizavam-no em geral como forma de saudação entre amigos e familiares, principalmente entre pessoas do mesmo sexo.

Os hebreus acreditavam que o beijo na boca poderia ter um significado mais profundo em algumas circunstâncias, como quando usavam para selar um acordo ou demonstrar lealdade a um líder ou governante.

Na Bíblia, o beijo na boca é mencionado várias vezes, como no livro de Gênesis, onde é descrito como um sinal de amor e reconciliação entre irmãos. Já no livro de Cantares de Salomão, o beijo na boca é utilizado como um símbolo de intimidade entre amantes.

Persas

Na antiga cultura persa, o beijo na boca era um gesto de respeito e amizade, mas não tinha uma conotação romântica ou sexual como pode ter em outras culturas. Os persas geralmente beijavam na bochecha, como uma forma de cumprimento, e reservavam o beijo na boca para momentos de grande intimidade, como entre casais casados.

Segundo relatos históricos, durante as cerimônias de coroação de um novo rei persa, o beijo na boca era uma parte importante do ritual de sucessão. O novo rei beijava na boca o antigo rei para simbolizar a continuidade da dinastia e a transferência de poder.

Alguns registros também sugerem que os antigos persas usavam o beijo como forma de selar acordos e tratados entre nações, demonstrando assim a sinceridade e a confiança nas negociações.

Antiguidade Clássica

Na Grécia e em Roma, o beijo na boca era uma forma de cumprimento comum entre amigos e familiares do mesmo sexo. No entanto, a prática era mal vista entre pessoas do sexo oposto, pelo menos em público.

Os gregos viam o beijo na boca como uma demonstração de afeto e respeito entre amigos, familiares e até mesmo entre mestres e discípulos. Ou como forma de contato com os deuses, em certas práticas religiosas.

Os romanos, por outro lado, valorizavam muito o beijo na boca como uma forma de demonstrar carinho e paixão, associando-o à intimidade amorosa e sexual. O gesto era um prelúdio para outras formas de contato físico.

Igreja Católica

Durante a Idade Média, a Igreja Católica não encarava o beijo na boca com bons olhos, considerando-o um comportamento pecaminoso e imoral. A Igreja Católica tolerava o beijo entre marido e mulher apenas como um meio de procriação, e mesmo assim, eles deveriam realizá-lo com moderação e sem o uso da língua.

O beijo na boca entre pessoas do mesmo sexo era condenado e considerado um pecado mortal. No entanto, a prática do beijo entre homem e mulher casados se tornou mais aceitável a partir do Renascimento, quando o amor romântico e a expressão física de afeto entre homem e mulher se tornaram mais valorizados.

Com o passar dos séculos, a visão da Igreja em relação ao beijo na boca foi se tornando mais liberal e tolerante, especialmente no século XX.

Civilizações pré-colombianas

Nas civilizações pré-colombianas, o beijo tinha diferentes significados e práticas entre os povos.

Os maias, por exemplo, praticavam o beijo na boca como um gesto de cumprimento e respeito entre pessoas de alta posição social. Já os astecas reservavam o beijo na boca para casais apaixonados e o consideravam um ato íntimo.

Os incas, por sua vez, não tinham o hábito do beijo na boca e preferiam expressar afeto e carinho de outras maneiras, como abraços e carícias.

Algumas culturas indígenas das Américas, usavam o beijo na boca como forma de transmitir conhecimento e sabedoria entre anciãos e jovens. Para outros grupos, no entanto, era um gesto desconhecido.

Chineses e japoneses

Na cultura chinesa, o beijo na boca não tinha uma grande importância e não era uma prática comum em público. Ele era reservado para momentos íntimos entre casais. Além disso, o contato físico em público não era muito aceito na China.

Já no Japão, a tradição do beijo na boca não fazia parte da cultura tradicional, sendo considerada uma influência ocidental. No entanto, ao longo do tempo, os casais adotaram o beijo na boca como uma forma de demonstrar afeto, mas ainda praticam com menos frequência do que em outras culturas ocidentais.

Além disso, o contato físico em público não é muito comum no Japão, e muitas vezes os casais preferem se abraçar ou dar as mãos.

A importância do beijo na boca para as relações atuais

Do ponto de vista psicológico ou psicanalítico, o beijo na boca é uma forma de expressão física. E como tal, pode ter um impacto significativo nas relações atuais. O beijo é uma forma de comunicação não verbal que pode transmitir uma grande quantidade de informações sobre os sentimentos e desejos de cada parceiro.

O beijo na boca pode ter um efeito poderoso no bem-estar psicológico dos parceiros. Ele pode desencadear a liberação de neurotransmissores como dopamina, oxitocina e serotonina. Esses neurotransmissores estão associados ao prazer, ao bem-estar emocional e à sensação de vínculo afetivo entre os parceiros.

Além disso, o beijo pode ser uma forma de demonstrar carinho, afeto, amor e desejo pelo parceiro. Ele pode ajudar a estabelecer e fortalecer a intimidade emocional e física entre os parceiros, contribuindo para um relacionamento mais saudável e satisfatório.

No entanto, a importância do beijo na boca pode variar entre as culturas e indivíduos. Por exemplo: os indígenas brasileiros desconheciam a prática do beijo antes da chegada dos europeus. Assim como os japoneses, para quem, até recentemente, não tinham sequer uma palavra para o ato: kissu, que veio do inglês kiss.

O ato de beijar, em grande parte, é cultural. Os meios de comunicação – como filmes de Hollywood, novelas brasileiras e a tradição do romantismo europeu – disseminaram amplamente esse costume.

Já faz mais de um século, Charles Darwin, o autor da teoria da evolução, escreveu sobre o beijo. “Nós, europeus, estamos tão habituados ao beijo, como sinal de afeto, que o poderíamos considerar inato para a Humanidade. No entanto, não é o caso.”

Fonte: Super Abril, g1, hypeness

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