Bruxaria – História, itens utilizados e bruxas condenadas no Brasil

A prática de bruxaria foi motivo de perseguição, tortura e condenação de diversas bruxas ao longo da história, inclusive no Brasil.

Bruxaria - história, itens utilizados e bruxas condenadas no Brasil

A bruxaria é um conceito comum em histórias de fantasia e ficção, mas com inspiração em momentos da realidade. No passado, estudiosas e pesquisadores de assuntos considerados proibidos ou demoníacos foram consideradas bruxas, e condenadas por isso.

Historicamente, a prática está associada ao uso de habilidades ligadas ao sobrenatural, seja por meio de poderes inatos ou técnicas variadas. Nesses casos, o conceito pode ser diretamente associado à prática de feitiçaria.

Além disso, as definições de bruxaria moderna encaram o tema como uma forma de religião pagã. Nesses casos, a prática não considera conceitos judaico-cristãos ou a existência do diabo, por exemplo, nos rituais.

História da bruxaria

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History

De acordo com buscar arqueológicas, ainda nos períodos em que homens viviam nas cavernas já havia registros de adoração a deusas da fertilidade. Nesse contexto, as civilizações já associavam o misticismo a fatores como proteção, respeito e conforto.

Além disso, foi só a partir da disseminação do Cristianismo pelo mundo, especialmente a partir do terceiro século, que os rituais considerados pagãos começaram a ser vistos como pecaminosos. A partir daí, então, a dita verdade cristão deveria ser dominante diante das crenças consideradas falsas e desvirtuadas, como a bruxaria.

Na Idade Média, por exemplo, mulheres que dominavam práticas de cura pelo uso de ervas medicinais foram acusadas de bruxas hereges. Isso porque, segundo os preceitos da Igreja, elas praticavam rituais que contradiziam as leis divinas. Dessa maneira, diversas mulheres foram perseguidas, torturadas e assassinadas sob acusação de bruxaria.

Por fim, além de acusadas de manipular plantas e curar enfermos – contrariando o desejo de Deus -, elas foram ligadas a pactos demoníacos. Foi nesse contexto que surgiram associações que ainda hoje fazem parte do imaginário das bruxas, como temas obscuros e poderes de voo, por exemplo.

Itens de bruxaria ao longo da história

Guirlanda da morte (ano desconhecido)

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Atlas Obscura

Primeiramente, a guirlanda conta com uma reunião de penas, cabelos e dentes velhos encontrados com um cheiro forte e desagradável. Sua função era provocar doenças ou mesmo a morte nas pessoas que tivesse o item escondido sob sua cama.

Profetizador (1500)

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Atlas Obscura

No Século XVI, era comum que práticas de medicina fossem atreladas às de bruxaria. Dessa maneira, foi criado um item com base no ciclo lunar, a fim de decidir a melhor época para fazer tratamentos em pacientes esperando alguma cura.

Cristal de John Dee (1562)

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Atlas Obscura

John Dee foi um dos maiores nomes da bruxaria do século XVI. Parte disso estava na utilização de um cristal que, supostamente servia para ver o futuro e curar doenças. Apesar da prática ser considerada criminosa na época, ele manteve o hábito por muito tempo, até que ofereceu o item a um outro alquimista. Além disso, em 1651, o novo abandonou o item de bruxaria afirmando que ele guardava um espírito de demônio.

Coração de touro perfurado com um espinho (ano desconhecido)

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Atlas Obscura

Este item servia como uma espécie de proteção contra possíveis feitiços de bruxaria em funcionamento. Itens como esse eram colocados em ambientes vulneráveis, na intenção de afastar a presença e a ação de bruxas no local.

Garrafa para prender bruxas (1850)

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Atlas Obscura

Garrafas feitas com a intenção de prender bruxas eram comuns em algumas regiões durante o século XIX. O item de contra-magia era preenchido com conteúdos como urina, ferro, alfinetes, tufos de cabelo, pedaços de unha, vinho e água do mar. Em alguns casos, também eram colocadas algumas ervas para garantir proteções especiais.

Escada de bruxas (século 19)

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Atlas Obscura

Cada nó presente na escada das bruxas servia cara carregar uma maldição diferente. Por fim, cada uma delas servia para incluir efeitos de bruxaria capazes de provocar morte e doenças em seus alvos.

5 mulheres condenadas por bruxaria no Brasil

Mima Renard

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Pinterest

Em 1692, a franco-brasileira foi queimada numa fogueira na vila de São Paulo. Vítima da caça às bruxas no Brasil, ela era acusada de fazer feitiços e praticar bruxaria para atrair homens.

A história surgiu depois que seu marido acabou assassinado por um outro homem que demonstrara interesse nele. Logo após tornar-se viúva, Renard passou a se prostituir para conseguir o sustento.

Num certo episódio, um de seus clientes acabou morto após brigar com outro homem. Renard acabou denunciada a paróquia como bruxa, condenada à morte numa fogueira pública.

Isabel Pedrosa de Alvarenga

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edinburghlive

Isabel Pedrosa de Alvarenga foi condenada, em 1750, por práticas de bruxaria. Sobretudo, a denúncia dizia que ela carregava um saco com umbigos de criança, panos com sangue, bicos de pássaros e tufos de cabelo para praticar rituais místicos.

Ursulina de Jesus

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Today I Found Out

A mulher foi acusada de bruxaria pelo próprio marido, depois que ele ficou estéril. Influente na cidade de São Paulo, Sebastiano de Jesus ainda contou com o testemunho da amante confirmando a sua acusação contra a própria mulher. Dessa maneira, em 1754 ela foi queimada em uma fogueira pública.

Maria da Conceição

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Ripley’s

Em 1798, Maria da Conceição foi acusada de bruxaria por um padre da cidade de São Paulo. A mulher utilizava seus conhecimentos sobre ervas medicinais para ajudar a tratar e curar doentes. Os membros da igreja, entretanto, condenavam a prática e conseguiram a condenação da mulher como bruxa. Sendo assim, ela acabou queimada numa execução pública.

Fabiane Maria de Jesus

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Jusbrasil

Apesar da maior parte dos casos de condenação por bruxaria ter acontecido há alguns séculos, Fabiane Maria de Jesus foi uma vítima recente. Em 2014, notícias falsas associaram a mulher à prática de rituais de magia negra com crianças, no Guarujá. Enfim, diante dos boatos de sequestros, ela acabou sendo linchada publicamente por um grupo de cerca de cem pessoas.

Fontes: Brasil Escola, Revista Galileu, Aventuras na História

Imagens: Jusbrasil, Ripley’s, Today I Found Out, edinburghlive, Atlas Obscura, Pinterest, History, University of Queensland

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