Em primeiro lugar, Calypso é uma ninfa da mitológica ilha de Ogígia, cuja etimologia do nome significa esconder, encobrir e ocultar. Porém, no sentido de ocultar conhecimento. Nesse sentido, essa figura mítica representa o oposto de Apocalipse, que por sua vez significa revelar, mostrar.
Desse modo, existem leituras que sugerem que a ninfa foi uma deusa da morte originalmente. Além disso, outras versões a respeito de sua história a colocam como uma das deusas fiandeiras. Em outras palavras, ela teria sido uma das poderosas feiticeiras que tinham o poder da vida e da morte nas mãos.
No geral, Calypso é conhecida na mitologia grega como a ninfa dos amores platônicos, os amores não correspondidos. Em especial, essa associação acontece devido ao seu mito, presente na Odisseia de Homero.
Origem e mito
A princípio, a filiação de Calypso está associada à diferentes figuras mitológicas. Geralmente, Oceano e Tétis são seus progenitores, mas também existem versões que a afirmam como filha do Titã Atlas e da ninfa marítima Pleione.
De qualquer modo, o principal elemento do mito de Calypso se inicia a partir do fato de que ela era uma prisioneira na gruta da Ilha de Ogígia. Além disso, a história dessa ninfa faz parte do poema épico Odisseia, escrita por Homero na Antiguidade. Basicamente, essa figura mitológica surge na narrativa quando o herói Ulisses fica naufragado na costa da ilha de Ogígia após sucumbir à exaustão.
Segundo a narrativa épica, Ulisses teria se perdido das rotas para o reino de Ítaca, onde era rei, e ficou a deriva no oceano durante nove dias. Porém, Calypso o encontrou nas margens do oceano que rodeava Ogígia e o acolheu, tratando de seus ferimentos e o alimentando durante um tempo. Entretanto, a ninfa acaba se apaixonando pelo herói da Guerra de Troia.
Apesar disso, Ulisses precisa retornar para seu lar, onde a esposa e o filho o aguardam. Além disso, como rei de Ítaca ele precisava retomar o trono para que os inimigos não usurpassem seu poder. Contudo, Calypso passa os dias a tecer e fiar, como fazia normalmente. Além disso, o promete juventude eterna e imortalidade caso o herói aceitasse ficar com ela para sempre.
A maldição de Calypso
Dessa maneira, sete anos se passam sem que Ulisses consiga se esquecer de sua família, e sem que Calypso consiga o deixar ir embora. Como consequência, o rei de Ítaca decide orar para que a Deusa Atena o ajude a retornar para casa. Porque percebeu a dor do protegido, Atena decide dividir a situação com Zeus e pede que o mesmo intervenha.
Sendo assim, Zeus ordena que Calypso liberte Ulisses. Entretanto, a ninfa do mar se enfurece, reclamando que os deuses podem dormir com quantos indivíduos quisessem e ela não poderia ficar com seu amado. Apesar de se sentir injustiçada, a ninfa liberta Ulisses.
Mais ainda, a mitologia conta que o amor dela era sincero e seu coração era tão bondoso que ela também forneceu recursos para que ele retornasse em segurança. Nesse sentido, o forneceu uma jangada, com provisões e proteções para que ele retornasse ao lar sem se perder no caminho.
Entretanto, a perda de seu amado acabou levando Calypso a beira da loucura, chegando ao ponto em que ela tentou se matar. Porém, por ser imortal, tudo que a ninfa pôde fazer foi sofrer com a saudade do amor não correspondido. No geral, sua maldição está associada à repetição desse ciclo.
Basicamente, as Moiras, que são consideradas filhas do destino, enviam um herói para a ilha de Ogígia a cada 1000 anos. Como consequência, Calypso acaba se apaixonando pelo enviado, mas eles nunca podem ficar juntos. Assim, o herói vai embora e deixa a ninfa com o coração partido.
Representações de Calypso na cultura
Primeiramente, Calypso inspirou incontáveis artistas ao longo das décadas, em especial por sua associação com o amor não correspondido. Porque era uma imagem de beleza e sofrimento, protagonizou pinturas e peças teatrais no mundo inteiro. Além disso, serviu como símbolo do amor platônico em canções e poemas.
Por outro lado, existem versões contemporâneas de sua representação. Em especial, cabe citar a saga literária Percy Jackson, escrita por Rick Riordan. No geral, a série de livros tem ambientação no universo mitológico, e apresentam Calypso em alguns fragmentos dentro do contexto de sua maldição.
Apesar do protagonista Percy Jackson não ficar com a ninfa do mar, porque ele estava apaixonado por outra pessoa e tinha uma missão para cumprir, o autor a deu um final feliz. Em resumo, outro herói na parte final da saga, chamado Leo Valdez, se encontra com a ninfa e decide retornar para a ilha a fim de ficar com ela.
E aí, gostou de aprender sobre Calypso? Então leia sobre Circe – Histórias e lendas da feiticeira mais poderosa da mitologia grega.
Fontes: Dez mil nomes | Brasil Escola | Visão de Rebeca
Imagens: Wahooart