O carro ecológico da Ford é, antes de mais nada, uma invenção de Henry Ford em 1941. Porém, nunca chegou a ter lançamento no mercado, e muito menos uma comercialização. Apesar disso, estima-se ser o primeiro produto dessa natureza na indústria automobilística.
Sendo assim, por que esse produto inovador não teve distribuição em larga escala? Por que nunca vimos fotos históricas com motoristas nesse veículo revolucionário? A princípio, é importante compreender que Henry Ford foi responsável por revolucionar a indústria de transportes no século 20.
Além disso, implementou um dos processos pioneiros na linha de montagem para produção em massa. Desse modo, fundou o que se conhece hoje como fordismo, idealizado em 1913 pelo fundador da Ford Motor Company. Em resumo, consiste numa forma de racionalização da produção capitalista por meio de técnicas e inovações na organização.
Ou seja, há divisão entre produção em massa de um lado e consumo em massa de outro. Portanto, mais do que uma metodologia de produção, o fordismo e a invenção de Henry Ford trabalham diretamente com o consumo. Nesse contexto, o carro ecológico surge como um de seus experimentos inovadores, cuja presença na história é escassa.
O protótipo de Henry Ford
Acima de tudo, o carro ecológico da Ford é um produto com essa categorização por conta do material na produção. A princípio, a empresa foi uma das primeiras no mundo a fabricar o atual bioplástico. Ou seja, um plástico composto por plantas, sendo biodegradável quando em comparação com o plástico tradicional de hidrocarbonetos.
Nesse sentido, Henry Ford utilizou desse material para criar o carro ecológico, com o nome de Soybean Auto. Em uma tradução literal, o nome significa carro de soja, pois foi a matéria prima do bioplástico de sua composição. Posteriormente, o inventor apresentou seu projeto ao público em 1941, para provar que esse material seria o futuro da indústria.
Sobretudo, sua proposta surgiu a partir da convicção de que o bioplástico era dez vezes mais resistente que o aço. Curiosamente, chegou a conduzir um experimento em uma das apresentações do carro ecológico. Em resumo, ele utilizou de um machado para atingir um painel de metal e um de plástico.
Logo em seguida, mostrou que somente o de metal teve impacto, pois ficou amassado profundamente. Antes de mais nada, a ideia de um carro ecológico surgiu do desejo de Henry Ford em juntar suas duas paixões: o amor pela fazenda onde cresceu e a industrialização. Desse modo, buscou usos industriais para plantas como a própria soja, mas também o trigo e cânhamo.
Mais ainda, o empresário via nesse processo uma forma de tonar os carros mais seguros. Portanto, diferente da proposta usual de um carro ecológico, não era um projeto com foco em sustentabilidade. Principalmente, se tratou de uma forma de melhorar os veículos da Ford. Por outro lado, era uma forma de combater a escassez de metais no mundo durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941.
Por que nunca se viu o carro ecológico?
Apesar disso, o carro ecológico teve somente um protótipo que nunca evoluiu para um produto. Ademais, o Soybean Auto teve sua destruição completa poucos meses depois e não houveram réplicas. Mais ainda, existe poucas informações a respeito do veículo original, e a maior parte do interesse sobre o tema são as crescentes preocupações com o meio ambiente.
Basicamente, o que impediu com que houvesse comercialização foi o começo da Segunda Guerra Mundial, em 1941. Mais especificamente, a participação dos Estados Unidos após o ataque em Pearl Harbor mudou completamente o foco da indústria. Em poucos dias, o foco das fábricas passou a ser a produção armamentista e de segurança militar.
Ademais, diversos negócios começaram a fechar em decorrência das mudanças sociais impostas pelo conflito mundial. Como consequência, a população não tinha como foco comprar veículos, muito menos um carro ecológico. Posteriormente, quando a guerra acabou, o país estabeleceu como prioridade realizar a retomada da economia.
Portanto, nos meios de planos de recuperação, Henry Ford percebeu que a ideia inovadora não teria espaço. Sendo assim, o projeto foi abandonado e o protótipo destruído. Por outro lado, um dos fatores de influência diz respeito especificamente ao bioplástico. Logo em seguida à Segunda Guerra Mundial, passou a ter grande abundância de plástico por conta do petróleo barato.
Em outras palavras, o projeto tornou-se desnecessário e perdeu o interesse de uma indústria preocupada com outras questões. Como consequência, os planos de produção em massa do Soybean Auto foram arquivados assim como o projeto de um carro ecológico da Ford.
Curiosidades sobre o Soybean Auto de Henry Ford
Por fim, o que se tem de documentação do carro ecológico Soybean Auto diz respeito ao seu projeto e características básicas. Nesse sentido, quem ficou responsável por criar o veículo foi Lowell E. Overly, designer de ferramentas e matrizes do Laboratório de Soja. Ademais, recebeu a tarefa do próprio Henry Ford, que apresentou a ideia e contou com sua engenhosidade para tirá-la do papel.
Apesar disso, ainda existem mistérios sobre a composição específica do plástico no carro ecológico. Aliás, busca-se conhecer o processo a fim de reproduzir atualmente, com foco tanto na indústria quanto na sustentabilidade. No geral, o que se sabe é que o carro ecológico da Ford tinha 70% de fibra de celulose e 30% de aglutinante de resina.
Mais ainda, a fibra de celulosa tem 50% de fibras de pinho, 30% de palha, 10% de cânhamo e 10% de rami. Curiosamente, esse último era o produto popular para a mumificação no Egito Antigo. Portanto, demonstra a inventividade e criatividade de Ford e Overly em criar uma composição como essa, ainda que não se saiba completamente se essa era a fórmula do bioplástico.
Por outro lado, o carro continha uma estrutura de aço tubular com 14 painéis desse plástico fixados. Sendo assim, porque era um produto mais leve, permitiu com que o carro ecológico Soyvean Auto pesasse menos de uma tonelada. Ou seja, metade do peso dos carros tradicionais da época.
E aí, aprendeu sobre o carro ecológico da Ford? Então leia sobre Rongorongo: o que são os símbolos indecifráveis que desafiam a ciência?