Em artigo publicado na revista Physical Review, uma equipe de astrônomos sugerem que é muito provável que um “furacão de matéria escura” colida com a Terra à medida que passa pela Via Láctea.
Tal fenômeno não deve causar nenhum problema, pelo contrário: pode fornecer nossa melhor chance de detecção de uma misteriosa partícula chamada áxion.
Áxions
A evidência da existência da matéria escura é muito forte, mas os cientistas até hoje não foram capazes de detectá-la.
Não sabemos ao certo o que a compõe, mas há um número de candidatos possíveis, incluindo partículas massivas de interação fraca (WIMPs), partículas massivas que interagem gravitacionalmente (GIMPs) e áxions, que são partículas elementares hipotéticas.
Agora, temos uma chance de detectar tais áxions: através do fluxo S1, uma coleção de estrelas se movendo de uma forma que sugere que já fizeram parte de uma galáxia anã consumida pela Via Láctea.
Fluxo estelar e matéria escura
A equipe de pesquisadores da Universidade de Zaragoza (Espanha), do King’s College London (Reino Unido) e do Instituto de Astronomia do Reino Unido está estudando o fluxo S1, descoberto no ano passado por outro grupo que analisava dados do satélite Gaia.
Fluxos semelhantes foram observados antes, mas este é o primeiro a cruzar caminho com nosso próprio sistema solar. Além disso, oferece uma oportunidade única para estudar a matéria escura.
Enquanto o S1 se move a aproximadamente 500 km/s pela nossa área, é provável que matéria escura esteja se movendo junto.
Os cientistas criaram vários modelos para a distribuição da matéria escura e sua densidade no fluxo, o que permitiu a formulação de previsões de possíveis assinaturas.
Dificuldades
A equipe explica que não é provável que os detectores WIMP encontrem algo incomum. Mas a presença de tal “furacão” de matéria escura poderia aumentar as chances de detecção de áxions devido a possíveis assinaturas no amplo espectro dessas partículas.
Conforme o fluxo estelar S1 viaja diretamente através do sistema solar, é possível que a matéria escura cruze o caminho de vários detectores espalhados pelo globo que procuram por essas partículas hipotéticas.
Os cientistas observam também que o fluxo poderia oferecer dados para futuros sistemas de detecção, mais avançados do que os em uso atualmente.
Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Physical Review.
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