Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre os cintos de castidade. Esses objetos são conhecidos no mundo todo e, supostamente, impediam que mulheres fossem adúlteras durante a Idade Média.
Apesar de ser uma história comum de se ouvir sobre o período, não foi bem assim que as coisas aconteceram. Nessa matéria, aliás, vamos contar um pouco da história dos cintos de castidade e, além disso, mostrar porque eles são mitos.
A primeira aparição do mito do cinto da castidade, por exemplo, acontece em 1405. No livro “O Cinto de Castidade Medieval: O Processo de Criar Um Mito” escrito por Albrecht Classen, ele conta com mais detalhes como esse mito foi formado.
Segundo ele, quando os homens iam para guerra ou faziam viagens longas, suas mulheres teriam que usar o cinto. Além de impedir que elas fossem adúlteras, isso impedia que homens a estuprassem.
O mito
Com o passar dos anos, a figura dos cintos de castidade ganhou bastante fama e ficou no imaginário popular. Apesar de ser bastante popular, estudiosos não encontravam em nenhum lugar menções do objeto em nenhum livro da época. Para completar, além de não estar em nenhuma história, também não existiam textos jurídicos ou mesmo didáticos sobre o cinto.
Sobretudo, também existia o grande problema do próprio cinto, que era inviável para qualquer pessoa utilizar. Eles eram descritos como sendo feitos de metal com cadeados.
Objetos dessa forma, basicamente, impediriam que as mulheres fizessem suas necessidades básicas da forma correta, além de poder causar ferimentos sérios. Por fim, também existem os cadeados, que eram facilmente abertos pro terceiros.
Após diversas pesquisas, foi descoberto que o mito dos cintos de castidade forma inventados durante o Iluminismo. O movimento que trazia como centro principal o conhecimento, queria mostrar que, em anos recentes, coisas terríveis aconteciam, como por exemplo, esses cintos.
O problema é que isso ganhou tanta força, que até mesmo a Grande Enciclopédia Francesa colocava esse objeto como popular. Com tanta força histórica, fica difícil acabar com esse mito de uma vez por todas.
Cintos de castidade em exposições
Em 2017, uma exposição chamada Histórias secretas do cinto de castidade. Mito e realidade, ficou famosa por expôr o mito dos cintos de castidade. Neles são exibidos cerca de 20 tipos de cintos, contando um pouco da história do mito e principalmente mostrando que era impossível que uma pessoa possa viver com ela.
Durante muito tempo, museus renomados acabaram exibindo suas próprias coleções desses objetos. Entretanto, historiadores precisaram de apenas uma análise para mostrar que todos eram falsos, sendo falsificados na mesma época que a falsa história foi difundida.
Os “verdadeiros cintos da castidade”
Com o passar dos anos, com o mito já na mente de muitas pessoas, outros tipos de “cintos de castidade” começaram a surgir. Diversos protótipos feitos de couro foram inventados durante o século XX. Seu principal objetivo era que mulheres não se masturbassem, já que isso era visto com péssimos olhos pela igreja.
Quando as mulheres começaram a trabalhar em fábricas, o cinto também foi cogitado. O lugar que antes pertencia apenas a homens, poderia ser um lugar hostil para as mulheres. Os cinto de castidade impediriam que elas fossem violentadas sexualmente.
Por fim, temos as AR Wear, um produto financiado por crowdfunding em 2013 que foi bastante polêmico. Ele era descrito como “uma proteção vestível para quando as coisas dão errado”. Em suma, o produto era mais resistente que qualquer roupa intima, fazendo com que o estuprador não conseguisse chegar ao seu objetivo.
Apesar de ter conseguido se financiado, até hoje ele não é comercializado.
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Fontes: Terra, Mega Curioso, Acredite ou Não
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