A tribo Dani é um dos grupos étnicos mais conhecidos em Papua Nova Guiné. Apesar do fato de que os Dani foram descobertos somente em 1938, eles se tornaram uma das tribos mais conhecidas da Ilha de Nova Guiné e do mundo.
Desse modo, o povo Dani ocupou uma das partes mais férteis de Papua. Como resultado, muitas vezes eles tiveram que lutar por seu território. Devido a isso, eles se tornaram a tribo caçadora de cabeças mais temida de toda a ilha, todavia eles não comiam seus inimigos, ao contrário da maioria das outras tribos da região.
Assim como todas as culturas, eles têm seus próprios costumes únicos e tradicionais para a vida cotidiana e eventos significativos, como funerais e outros rituais característicos.
Origem e composição da tribo Dani
A tribo Dani vive no Vale de Baliem, situado a 1.600 metros acima do nível do mar, nas terras altas ou montanhas dos Ciclopes em Papua Nova Guiné, com uma população estimada de 250.000 indivíduos. Contudo, não se sabe exatamente a origem dos primeiros habitantes dessa tribo da metade oriental da ilha da Nova Guiné.
Desse modo, o vale tem uma das maiores densidades de população nessa província da Indonésia, com apenas uma cidade, chamada Wamena.
Além disso, os assentamentos Dani estão geralmente localizados nas margens do rio e nas encostas das colinas do Vale. Para esclarecer, esses povoados são divididos em estruturas chamadas Honai, Eweai e Leseai. Leseai é uma unidade usada para reuniões familiares e para cozinhar e comer. Por outro lado, Honai e Eweai são espécies de dormitórios sem ventilação para reter o calor, já que fica muito frio à noite.
Em suma, a tribo é composta principalmente de fazendeiros e caçadores que costumam cantar canções enquanto caçam ou trabalham nos campos, geralmente acompanhados por um instrumento musical conhecido como Pikon. Ademais, o som do Pikon também serve como um sinal de identificação para um grupo amigo ou inimigo.
Tradições culturais e rituais da tribo Dani
Ritual de amputação de dedo
Embora seja um ritual banido atualmente, a tradição de amputar o dedo ou ‘ikipalin‘, era uma tradição funerária Dani. Para essa tribo, os dedos representam harmonia, união e força, bem como trabalham juntos para realizar tarefas, semelhante a uma família. Assim, o ritual de amputação de dedos representava a dor e afastava o azar da família do falecido.
Ademais, a tribo acreditava que o ato de cortar os dedos também agradava o espírito de seus ancestrais e impedia que o espírito do falecido permanecesse neste plano.
Normalmente, as mulheres da família costumavam ter seus dedos amputados. Mas, às vezes, os homens faziam isso caso fosse sua companheira ou outro parente próximo que faleceu.
Para amputar o dedo, o Dani amarrava a metade superior dele com barbante para anestesiá-lo e interromper a circulação. Em seguida, o membro designado da família cortava o dedo com um machado e o tratava com ervas medicinais para prevenir infecções. Então, o dedo amputado era queimado ou guardado em um lugar especial.
Mumificação dos corpos
Embora este ritual também não seja mais praticado hoje, outra tradição fúnebre dos Dani era mumificar os corpos em vez do enterrá-los. Dessa maneira, a tribo praticava a mumificação pela fumaça.
Segundo a tradição, para preservar o corpo, o falecido era untado todos os dias com um bálsamo feito com gordura de porco e acendia-se uma fogueira que ardia por até seis horas.
Posteriormente, eles guardavam os corpos como múmias e às vezes os exibiam na aldeia. Hoje, eles ainda guardam algumas múmias para preservá-las e mostrar respeito aos seus antepassados.
Outros rituais fúnebres dos Dani
Tradicionalmente, em certas ocasiões, em vez do ritual de amputação do dedo, os Dani cortavam uma orelha e não o dedo. Aqui vale ressaltar que nenhum dos rituais de amputação é praticado hoje.
Por fim, outra maneira de o povo Dani expressar sua dor é espalhando cinzas e argila em seus rostos e corpos. Eles também podem decidir não tomar banho por várias semanas após a morte de um familiar ou alguém próximo.
Agora que você conhece as tradições do povo Dani de Papua Nova Guiné, leia também: Vulcão mais antigo do mundo – Descoberto e onde está localizado
Fontes: Hypescience, Extra, R7
Fotos: Reuters