Quem conta um conto, aumenta um ponto, foi o que ocorreu exatamente com o mito de El Dorado. Em suma, o mito se baseia em uma cidade construída totalmente a base de ouro e enfeitada com várias pedras preciosas. Além disso, havia aqueles que relatavam que brotava ouros da terra, como se fossem plantas, ou que era muito abundante como os peixes no mar.
A princípio, o espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada, durante expedições no Novo Mundo, encontrou o povo muísca. Ademais, ele alegou em relatos de viagem sobre um rei bastante rico, que cobria todo o seu corpo com ouro e jogava pedras preciosas no lago como oferendas aos deuses. Por isso, a ideia de existir um soberano riquíssimo atiçou a ganância e a imaginação dos espanhóis, que realizaram centenas de expedições.
Atualmente, a busca desesperada por El Dorado continua na Colômbia. Desse modo, uma quantidade alta de ouro foi descoberta e roubada por saqueadores, que mesmo nos dias de hoje continuam roubando. Ademais, muitos artefatos foram destruídos, prejudicando o verdadeiro valor desses objetos e possíveis pistas que ofereceriam algo da cultura antiga.
O início do mito El Dorado
Primordialmente, em 1492, Colombo chegou na América, onde ocorreu o primeiro capítulo de choque entre culturas que transformou o mundo. Logo, se desenvolveu um embate brutal entre estilos de vida e crenças bastante opostos. Pois, de um lado estava a urgência de explorar economicamente o novo território e de se apropriar das riquezas que encontrassem. No entanto, de outro lado estavam civilizações com outros valores, costumes e simbolismos.
Ademais, a criação do mito europeu El Dorado consistia em uma cidade perdida, feita de ouro, que estava à espera de conquistadores aventureiros. Dessa forma, esse mito acarretou uma enorme sede dos europeus pelo ouro, que estavam determinados a explorar novos territórios em busca dessa cidade perdida.
Por outro lado, a versão sul-americana revelou a verdadeira natureza deste território e dos povos que ali viviam. Em suma, eles acreditavam que El Dorado não era uma cidade, mas sim um líder muito rico. Ademais, ele se cobria de pó de ouro da cabeça aos pés todas as manhãs. Além disso, ele também se lavava em um lago sagrado todas as noites.
Contexto da cidade El Dorado
O espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada, durante suas expedições no Novo Mundo, encontrou o povo muísca no coração da selva Amazônica. Ademais, ele acabou sendo o responsável por desenvolver a lenda de El Dorado e uma corrida do ouro de duraria séculos. Assim, em 1532, pouco era conhecido sobre as riquezas, perigos e mistérios que cercavam a enorme floresta tropical.
Dessa forma, Quesada falou em seus relatos de viagem sobre um rei bastante rico, que cobria todo o seu corpo com ouro. Além disso, que ele, do meio de uma canoa, jogava pedras preciosas em um lago como oferenda aos deuses. Logo, a ideia de existir um soberano detentor de tanta riqueza atiçou a ganância e a imaginação dos espanhóis.
Por outro lado, a cada contato que tinham com indígenas eles ouviam narrativas que sustentavam a existência desse lugar de fortuna perdido pela floresta. Por exemplo, em 1535, onde Sebastián de Belalcazar dominou o último enclave Inca, e escutou de um nativo a confirmação da existência da cidade.
Posteriormente, com o passar do tempo, a história foi aumentando, e a lenda El Dorado floresceu. Isto é, havia pessoas que alegavam que o ouro chegava a brotar da terra como plantas. Ou também, que era tão abundante quanto os peixes nos rios. Por fim, foram tantos relatos que acreditavam que a cidade foi inteiramente construída no metal, e decorada com pedras preciosas. Portanto, El Dorado foi motivo de diversas explorações para desbravar o território sul-americano em busca da fama e fortuna.
Dessa maneira, conforme cada expedição, uma nova provável localização era apontada. Em resumo, o que se iniciou na Amazônia colombiana cruzou fronteiras e se estendeu para o Equador, Peru, Venezuela, Brasil e Guianas.
O ouro na espiritualidade
O ouro na sociedade muísca era extremamente procurado. Entretanto, não era pelo seu valor material e econômico, mas sim o seu valor espiritual. Ademais, através dele, era possível realizar conexões com divindades. Além disso, era possível trazer equilíbrio e harmonia para a sociedade muísca.
Pesquisas realizadas pelo Museo Del Oro, em Bogotá, e o UCL Institute of Archaeology, em Londres, relatam que nessa sociedade os objetos de ouro eram usados como oferendas para os deuses. Em síntese, o intuito era incentivá-los a promover o equilíbrio do cosmos e assegurar um relacionamento estável entre o povo e o meio ambiente.
Ademais, em 1969, três moradores de um vilarejo, ao sul de Bogotá, encontraram em uma caverna uma jangada de ouro. Além disso, havia nela uma gravura mostrando exatamente a cena de um homem coberto de ouro partindo em direção a um lago sagrado. Logo, sendo a verdadeira história de El Dorado. No entanto, a história se transformou, originando um mito da cidade de ouro, revelando o valor de riqueza material que tinha para os conquistadores europeus.
Entretanto, eles tinham pouco entendimento do valor real que o ouro possuía para a sociedade muísca. Assim sendo, ficaram impressionados imaginando a quantidade de ouro que poderia estar jogada nas águas profundas ou enterrados em locais sagrados na Colômbia.
O mito do El Dorado atualmente
Curiosamente, a busca desesperada pelo ouro da cidade El Dorado continua até hoje na Colômbia. Em síntese, existe uma quantidade impressionante de ouro descoberto e roubado por saqueadores. Entretanto, arqueólogos que trabalham em instituições de pesquisa como o Museo del Oro, em Bogotá, lutam contra essa maré crescente de roubos.
Ademais, em 1970, novos sítios arqueológicos foram encontrados por caçadores de ouro no norte da Colômbia, acarretando uma quebra no mercado mundial do ouro. Posteriormente, com o passar dos séculos, este saqueamento, inspirado no mito de El Dorado, resultou na destruição de vários artefatos de ouro pré-colombianos, que foram derretidos.
Consequentemente, o valor real dos objetos e as pistas que poderiam oferecer sobre uma cultura antiga, foi perdido para sempre. No entanto, algumas coleções de artefatos sobreviveram e fazem parte dos acervos do Museo del Oro, em Bogotá, e British Museum, em Londres.
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Fontes: BBC, Infopedia, 360Meridianos
Imagens: Mistérios da Amazônia, Aventuras na História, Varievo, Mega Curioso