Atlântida – Origem e história dessa cidade lendária

A cidade de Atlântida desperta a curiosidade nos povos há milênios, e o que todos querem saber é se ela existiu de fato ou é apenas uma lenda.

A lendária cidade de Atlântida sempre esteve na imaginação popular, fazendo parte de filmes, literatura e muitas histórias ao longo dos anos. Dessa forma, são muitas hipóteses quanto à civilização que vivia na cidade perdida ou se ela realmente existiu e qual sua relação com a população originária da América.

De acordo com a lenda, Atlântida era sede de uma antiga civilização que existiu no oceano Atlântico, a oeste da Europa e África. Ademais, a ilha teria submergido há milhares de anos, causado por um cataclismo geológico. No entanto, a primeira vez que a lenda é citada foi nos diálogos Timeu e Crítias, do filósofo grego Platão.

Porém, o texto do diálogo é ambíguo e não deixa claro se falava de um evento real ou se tratava apenas de uma alegoria.  Por isso, várias interpretações foram criadas ao longo dos séculos.

Origem da lenda de Atlântida

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Segundo Platão, Atlântida era uma ilha vasta que se encontrava perto das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar no oceano Atlântico). Onde era habitada pelos atlantes, descendentes do filho de Poseidon (deus do mar), chamado Atlas. Em suma, os atlantes eram um povo riquíssimo regido por leis justas, que tinha empreendido a conquista do mundo mediterrâneo, mas Atena os repelira. Dessa forma, quando seus costumes provocaram a ira dos deuses, um maremoto tragou a cidade de Atlântida em um dia e uma noite.

De acordo com a origem mitológica, a região das ilhas foi dada em uma divisão entre para os filhos de Zeus, Atena e Hefesto. Enquanto que a região além do Estreito de Gibraltar foi dada a Poseidon, e foi nessa região que estaria localizada a ilha de Atlântida.

Posteriormente, Poseidon construiu anéis de proteção ao redor da ilha para proteger a mortal Clito, por quem Poseidon se apaixonou e teve cinco filhos gêmeos. Então, o filho mais velho foi nomeado rei e chamado de Atlântico. Ademais, a ilha foi dividida em dez partes, uma para cada filho de Poseidon, formando então os dez reinos de Atlântida.

Ao longo dos anos, Atlântida se tornou próspera e independente, com riquezas, alimentos e animais em abundância, cuja população vivia em harmonia. No entanto, com as novas gerações, o elemento divino foi se enfraquecendo e consequentemente a cidade caiu em decadência. Dessa forma, começou os vícios, ambições e corrupções, até que a punição final foi dada por Zeus.

Evolução do mito de Atlântida

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Devido à riqueza de detalhes descrita por Platão, como características, descrições geográficas, sociais e políticas das cidades de Atenas e Atlântida, sua narrativa adotou um caráter de registro histórico. Por isso, muitos acreditaram que a ilha realmente existiu e estaria submersa em algum ponto do Oceano Atlântico. Dessa forma, motivando buscas e investigações, cujo objetivo era identificar a localização de Atlântida.

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Inicialmente, acreditava-se que a ilha de Creta poderia ser o local da cidade perdida, porém, após investigações arqueológicas e geológicas, a hipótese foi descartada. Mas, as investigações não pararam por aí, e outras regiões foram incluídas nas investigações. Por exemplo, o Continente Americano, a Suécia, os Mares do Sul, os arquipélagos dos Açores, ilha da Madeira, entre outros. No entanto, mesmo após 2 mil anos de investigações, pesquisas e buscas, nunca houve uma teoria que sustentasse a existência da lendária Atlântida.

Por isso, os próprios neoplatônicos consideram que se trata apenas de um mito, que foi transmitido ao longo dos séculos.

Alguns historiadores acreditavam que os índios que viviam na América na época de Colombo pudessem ser atlantes que conseguiram se salvar antes que a cidade fosse submergida. Mas, a ideia foi ridicularizada no século XVI pelo cronista como o cronista jesuíta José de Acosta em sua Historia natural y moral de las Indias (1580).

Por fim, nos dias de hoje, a maioria dos títulos acadêmicos publicados sobre Atlântida abordam que o texto de Platão não tem caráter histórico.

Teoria mais aceita

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Acredita-se que Platão adaptou um conflito real ocorrido entre Egípcios e uma confederação de ilhas no Mediterrâneo, que invadiram o Egito e outras zonas continentais. Como o conflito se tornou bastante conhecido, é possível que Platão tivesse criado uma ficção baseada nesse evento específico. Pois, o texto de Platão apresenta várias sugestões de que Atlântida estava sendo descrita como um mito e não uma cidade real. Mas, é claro, que essa teoria também não pode ser tida como a verdade absoluta.

Novas descobertas sobre a cidade de Atlântida

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Nas últimas décadas, arqueólogos e pesquisadores vêm investigando sobre a cidade lendária, e especulam que ela esteja localizada em um desses lugares: entre a costa de Portugal e Espanha, ao noroeste próximo a Irlanda ou no Mediterrâneo em um arquipélago grego. Já um documentário do Discovery Channel acredita que a localização seja na verdade próximo a ilha Santorini, destruída por uma erupção vulcânica em 1650 a.C.

Pois, de acordo com o documentário, as ruínas de Santorini sugerem que uma civilização sofisticada floresceu ali por milhares de anos antes de seu fim. Em suma, a erupção chamada de Akrotiri cobriu a região com 60 metros de cinzas eliminando uma cidade inteira da civilização minoica. Dessa forma, acreditam que os minoicos ou até mesmo seus ancestrais poderiam ser os atlantes.

Com as escavações que vem sendo realizadas há mais de um século, foram encontrados objetos de arte requintada, tecnologia e uma engenharia muito avançada para a época. E que correspondem às descrições de Platão sobre Atlântida. No entanto, a localização de Santorini não condiz com a relatada por Platão, porém, o tempo e o espaço no passado não eram considerados da mesma forma que são atualmente.

Enfim, a lendária cidade de Atlântida continua um mistério, que desperta o imaginário popular sobre sua existência ser real ou apenas um mito.

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Fontes: História do Mundo, Istoé, Net Mundi

Imagens: Uol, R7, Super Abril

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