Morreu hoje (20) a cantora Elza Soares aos 91 anos dentro de casa no Rio de Janeiro. De acordo com sua assessoria de imprensa, a artista teve uma morte por causas naturais. A divulgação foi feita através de uma nota por meio do Instagram.
Vale ressaltar que hoje também se completam 39 anos da morte do jogador de futebol Garrincha, com quem a Elza Soares foi casa entre os anos de 1966 até 1982. Além disso, os dois tiveram um filho, o Garrinchinha, que morreu em 1986 em um acidente de carro.
Elza Soares foi um fenômeno do Brasil com músicas clássicas como, por exemplo, Se Acaso Você Chegasse. Sendo assim, foi um lançamento de 1960. Além disso, sua obra mais recente foi em 2019 com Planeta Fome. Já em 2020, a cantora recebeu uma homenagem como tema da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Nascimento
A cantora Elza da Conceição Soares nasceu em 1930 no subúrbio do Rio de Janeiro. Na época era uma favela, contudo, atualmente é a Vila Vintém. A artista era filha do operário Avelino Gomes e da lavandeira Rosária Maria da Conceição. Quando era pequena seu pai tocava violão nas horas vagas para escutar a linda voz de sua filha.
Primeiro casamento e filhos
Apesar da boa relação entre pai e filha, quando Elza Soares completou 12 anos foi obrigada por ele a se casar. O motivo disso seria que após a tentativa de investida de um dos rapazes que moravam por ali na cantora, o homem entendeu que a honra dela só seria limpa através do casamento.
Por isso, com o jovem ela teve 6 filhos. Sendo assim, o primeiro foi o Carlinhos. Já o segundo, foi o Raimundo, que morreu quando ainda tinha um ano de vida, quando ela tinha 15 anos. O terceiro morreu ainda no parto. Em seguida, veio Gérson, Dilma e Gilson. Quando tinha 21 anos, o marido dela morreu.
O começo como cantora
Elza Soares trabalhava como encaixotadora em uma fábrica de sabão no Engenho de Dentro. No entanto, fez um teste na Rádio Tupi em 1953 para começar sua vida artística. Sendo assim, o alvo foi o programa de calouros Ary Barroso, onde venceu ao conquistar a primeira posição como melhor cantora.
Portanto, começou os seus trabalhos artísticos como crooner na Orquestra Garam Bailes até 1954. Depois de 5 anos, começou a trabalhar na Rádio Vera Cruz. Já no ano seguinte, trabalhou no Festival Nacional da Bossa Nova. Em 1963, Elza Soares foi a representante do Brasil na Copa do Mundo no Chile.
Casamento com o Garrincha
Elza Soares conheceu o jogador de futebol Garrincha durante a Copa do Mundo no Chile, onde fez uma performance com sua bela vez. Na época, o esportista estava casado quando os dois iniciaram um relacionamento. Por isso, Garrincha se divorciou e se casou com Elza Soares e ficaram juntos por 17 anos.
O casal teve um filho. No entanto, Garrinchinha morreu em um acidente de carro em 1986. Depois que Garrincha se aposentou, o futebolista agrediu fisicamente a cantora. Mesmo com a gravidade das agressões, situação em que Elza quebrou os dentes, ela não fez denúncias sobre o crime.
No entanto, depois de alguns anos ela veio à tona com a música Maria da Vila Matilde. Por meio dela a cantora traz a letra: “cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”. Além disso, em 1969 ela publicou um livro em que conta com riqueza de detalhes sobre sua relação com Garrincha. A obra se chama Minha Vida com Mané.
Principais obras da cantora Elza Soares
Confira abaixo algumas de suas principais canções como, por exemplo:
- A Carne
- Banho
- Dentro de cada um
- Deus há de ser
- Dindi
- Exú nas escolas
- Língua
- Maria da Vila Matilde
- Mulher do Fim do Mundo
- O que se cala
Premiação em Londres
Em fevereiro de 2000, Elza Soares entrou para a lista de talentos musicais mundiais. Sendo assim, a emissora BBC, em Londres, elegeu a cantora com o título de A Melhor Cantora do Universo.
Por isso, comemorou com o público inglês durante uma apresentação no Shepherd’s Bush Empire. Durante a performance, trouxe diversos sucessos de seu repertório.
Livros e documentários sobre Elza Soares
Em 1997, José Louzeiro publicou o livro Cantando para não Enlouquecer. Outra biografia foi feita pelo jornalista Zeca Camargo em 2018 com o nome de Elza. Para o projeto foi necessário 40 horas de depoimentos com a autorização da cantora. No mesmo ano, a diretora Elizabete Martins Campos lançou o documentário My Name Is Now.
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