Até o século XIX, as esponjas-do-mar ou esponjas marinhas, eram consideradas como plantas aquáticas. No entanto, em 1825 zoólogos descobriram que as esponjas eram na verdade animais aquáticos, ou em alguns casos é considerado como colônia celular.
Dessa foram, após estudarem suas características, descobriram que são criaturas primitivas, com mais de 600 milhões de anos. Portanto, considerado como um dos seres vivos mais antigos do Reino Animal. Além disso, esses organismos pré-históricos podem viver tanto em águas rasas, quanto em águas com mais de 4500 metros de profundidade.
As esponjas-do-mar são os únicos membros da espécie phylum Porifera, filo dos espongiários (do grego poros = passagem, orifício; e do latim ferre = levar). Que são compostos por milhares de variedades, inclusive algumas que habitam em água doce. No entanto, a maioria habita em águas marinhas.
Devido a suas características, a esponja marinha pode se adaptar bem em qualquer tipo de temperatura, tanto baixa quanto alta. Enfim, esses organismos multicelulares vivem fixos, geralmente sobre rochas ou conchas, apesar de que também podem se fixar em outros tipos de estruturas. Em suma, as esponjas-do-mar não possuem tecidos diferenciados, mas, possuem cores, tamanhos e formas variadas, que vão de acordo com a espécie e ambiente em que habita. Além disso, podem viver isoladas ou em colônias.
O que são esponjas-do-mar?
As esponjas-do-mar fazem parte do filo dos espongiários, são animais que possuem como característica a presença de poros pelo seu corpo. Em suma, são considerados animais multicelulares simples, pois não possuem órgãos verdadeiros, além de heterótrofos, por compartilhar das mesmas características do grupo animal.
As esponjas marinhas são fonte de alimento para moluscos, peixes, ouriços, estrela-do-mar e tartarugas, por isso, algumas espécies de esponjas possuem mecanismos de defesas. Por exemplo, compostos químicos tóxicos, que podem causar dermatites na espécie humana. Entretanto, também são comuns as relações interespecíficas harmônicas, onde as esponjas desempenham a função de refúgio para algumas espécies de peixes e invertebrados de pequeno porte.
Também podem servir como ambiente para desova de certas espécies de peixes, como cobertura ou camuflagem. Como é o caso dos caranguejos do gênero Dromia, que usa pedaços de esponja em suas carapaças, podendo desenvolver uma relação simbiótica com cianofíceas, que produzem fontes de nutrição para as esponjas-do-mar.
Já as espécies do gênero Spongia e Hippospongia eram usadas como esponjas de banho, principalmente na década de 30 em países como Cuba, Flórida e Bahamas. Hoje, no entanto, são usadas esponjas sintéticas por questões de custos menores.
Por possuir capacidade filtradora, esses organismos são considerados como bioindicadores da qualidade da água, o que faz com que sejam usadas em trabalhos de monitoramento ambiental. Além disso, as esponjas marinhas são uma das maiores produtoras de compostos antibióticos, antitumorais e antivirais.
Por fim, temos as esponjas pertencentes da família Cladorhizidaeem, que costumam habitar em águas profundas, não possuem sistema aquífero. Mas são dotadas de filamentos com espículas em forma de ganchos que podem se prender aos crustáceos, onde são absorvidos e digeridos sem a presença de cavidade digestiva. Inclusive, no Brasil há esponjas dessa família, chamadas de Chondrocladia albatrossi.
Estrutura das esponjas-do-mar
Em suma, as esponjas-do-mar possuem uma estrutura simples, com vários orifícios pequenos espalhados pelo corpo, chamados de poros. E é por esses poros que a água entra na cavidade central do corpo do organismo, chamado átrio. No entanto, em algumas espécies de esponjas, há um sistema de canais antes de a água chegar ao átrio. Por fim, a água sai pelo ósculo, abertura situada na parte superior das esponjas marinhas.
Quanto à nutrição das esponjas, são realizadas por células especializadas chamadas de coanócitos, responsáveis por capturar as partículas de alimentos presentes na água e digerir dentro das células. Cujo processo é chamado de filtração, sendo que a digestão do alimento ocorre dentro do coanócito e o que sobra da digestão passa para os amebócitos.
Dessa forma, os amebócitos se movimentam pelo corpo da esponja usando parte do alimento digerido e distribuindo o restante para as demais células do corpo. Por fim, os amebócitos produzem estruturas rígidas que são formadas por calcário ou sílica, chamadas de espículas (do latim spicullum = ponta, farpa). Então, essas espículas se juntam com uma proteína chamada espongina, juntas elas formam a estrutura de sustentação de algumas espécies de esponjas-do-mar.
Reprodução e Regeneração das esponjas-do-mar
A reprodução das esponjas-do-mar é a assexuada, chamado de brotamento, cujo processo consiste na formação de pequenas saliências laterais, os brotos ou gemas. Em suma, esses brotos podem se separar da esponja que os originou, passando a constituir então novos indivíduos, ou pode permanecer ali e formar uma colônia.
Mas, também pode ocorrer de forma sexuada, porém, com menos frequência. Ademais, nesse caso, nos coanócitos formam-se gametas masculinos e femininos (espermatozoides e óvulos). Em suma, os gametas masculinos da esponja são liberados pelo ósculo, fecundando o óvulo de outra esponja da mesma espécie. Por fim, quando ocorre a fecundação, forma-se uma larva ciliada, posteriormente ela se fixa dando origem a uma nova esponja.
As esponjas-do-mar possuem a capacidade de se regenerar, ou seja, quando uma parte do seu corpo é lesionada ou perdida, a esponja consegue repor essa parte.
Curiosidades sobre as esponjas-do-mar
1 – Esponjas-do-mar: primeiros animais do planeta
De acordo com estudos, as esponjas-do-mar existem há pelo menos 640 milhões de anos, ou seja, antes mesmo dos dinossauros ou de qualquer outro animal. Por isso, são consideradas como organismos pós-apocalipse, capazes de sobreviver às mudanças climáticas.
2 – Algumas esponjas-do-mar são gigantes
As esponjas-do-mar possuem os mais variados formatos, tamanhos e cores, no Havaí existe uma esponja marinha com mais de 3,5 metros de largura e 2 metros de comprimento. De acordo com biólogos marinhos, a esponja tem cerca de 2 mil anos. Em suma, a gigante esponja está localizada há mais de 2 mil metros de profundidade e foi descoberto por um submarino que explorava o local.
3 – Esponjas marinhas na Amazônia
Também existem esponjas-do-mar na Amazônia, em torno de 60 espécies habitam lá, inclusive uma muito parecida com a do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada. Em suma, essas esponjas fazem parte do recife de corais localizado em uma área sem muita luz. O que vem surpreendendo os cientistas, pois no local as esponjas não podem fazer fotossíntese, além disso, a taxa de oxigênio é baixa. Por isso, os corais são chamados pelos cientistas de ‘uma das maiores surpresas da biologia marinha moderna’.
Mas, infelizmente, os corais da Amazônia estão ameaçados, graças às empresas de petróleo que querem explorar a região, o que colocaria em risco a vida marinha caso houvesse vazamentos.
4 – Algumas espécies possuem um escudo químico
Como já mencionamos, as esponjas-do-mar possuem sistema de defesas, sendo que um tipo de esponja, a crambe crambe, desenvolveu a capacidade de criar um escudo químico para se proteger. Além disso, produz uma espécie de neblina tóxica para manter outras espécies de animais afastados.
5 – As esponjas Puffball
A espécie de esponjas-do-mar Puffball laranja se parece muito com um personagem de desenho animado. Porém, a esponja está servindo de inspiração para engenheiros sobre projetos arquitetônicos. Pois, as Puffball possuem estruturas internas mais finas do que fios de cabelo. Porém resistente o que pode ser a solução para aumentar a resistência de estruturas feitas pelo homem. Por exemplo, rodas de bicicleta e prédios.
6 – São alimentos de organismos maiores
Recifes e corais possuem a capacidade de sobreviver mesmo em ambientes com pouca fonte de nutrientes, e pesquisadores acreditam que isso acontece devido à presença das esponjas-do-mar. Pois, durante o processo de digestão das esponjas, elas filtram litros de água, transformando carbono e nitrogênio em nutrientes para organismos maiores. Por exemplo, lesmas-do-mar e caranguejos, cujo processo é conhecido como ‘circuito da esponja’. Portanto, as esponjas são responsáveis pela conservação de corais e recifes.
Enfim, através das pesquisas realizadas nas esponjas-do-mar, cientistas vêm conseguindo decodificar a história da vida na Terra. Além da importância de preservar esses organismos, pois são responsáveis por manter a saúde e o equilíbrio do ecossistema marinho.
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Fontes: Meus Animais, Planeta Biologia, Greenpeace, Uol
Imagens: Estudo Prático, Mar Sem Fim, Pinterest, Escola Educação, Wikipedia