A cosmologia é o ramo da astronomia responsável por estudar a origem, estrutura e evolução do universo. De acordo com as várias informações acumuladas pelos cientistas dessa área do conhecimento, o cosmos é isotrópico, ou seja, é o mesmo independente da direção que olharmos. No entanto, surgiram novidades sobre a expansão do universo.
Um recente estudo revelou que, ao contrário do que os pesquisadores acreditavam, a expansão do universo pode variar sim de um lugar para o outro. Provavelmente você já ouviu falar do famoso Big Bang, o evento que originou nosso querido planeta azul, a Terra.
Pois bem, desde que isso aconteceu, os pesquisadores usam a Constante de Hubble para determinar a velocidade de exansão do universo. Contudo a espécie de radiação cósmica remanescente do Big Bang não é tão exata para determinar essa expansão isotrópica. É muita informação, né? Mas, calma, que a gente explica direitinho.
Se o universo é infinito, como ele está se expandindo?
É importante começar já respondendo essa pergunta. Pois bem, acontece que, como não é possível medir o tamanho do universo, é comum dizer que ele é infinito. Aliás, essa é a teoria mais aceita que temos hoje. Porém, o que dava credibilidade para isso, era a ideia de que o universo mantinha um padrão na sua composição. Todavia, não é bem assim.
Embora existam fortes indícios de que o universo é homogêneo e infinito, não há evidências capazes de tornar isso uma regra geral. Portanto, tornou-se apenas um senso comum. Contudo, a última teoria deixada por Stephen Hawking antes de sua morte, sugere que o universo é finito e até mais simples do que parece. Bom, é fácil pra ele falar.
A complexidade dessa expansão
Primeiramente, antes de falar da expansão do universo em si, é preciso conhecer as “engrenagens” que a movem. Então, o fator responsável por isso é a chamada energia escura e, embora seja invisível e imensurável, ela é muito importante para entendermos a evolução do universo nos últimos 4 bilhões de anos.
No entanto, apesar de saber sua importância, os cientistas não a compreendem corretamente. Irônico, né? Mas, nem dá para culpá-los, ainda mais diante da complexidade do universo. A questão é que alguns detalhes passaram despercebidos na primeira análise, e agora toda a teoria em torno da isotropia vem sendo questionada.
A pesquisa responsável por levantar o debate estudou 842 aglomerados de galáxias. Sim, estudaram as maiores estruturas gravitacionais do universo utilizando telescópios espaciais. Como resultado das informações coletadas, foi revelado que as taxas de expansão do universo não coincidem em todos os lugares onde localizam-se esses aglomerados.
Segundo Konstantinos Migkas, principal autor do estudo, dessa forma foi possível identificar a existência de uma região que parece se expandir mais devagar que o resto do universo. Em contrapartida, encontraram também uma que parece se expandir mais rápido.
A Constante de Hubble
Assim como dissemos acima, o universo está em expansão desde que o Big Bang. Sendo assim, já aproximadamente 13,8 bilhões de anos, o cosmos está se movimentando. Curiosamente, isso foi demonstrado em 1929, quando o astrônomo Edwin Huble baseou-se na proposta apresentada pelo físico Georges Lemaître e descobriu que as galáxias mais distantes estão afastando-se de nós de uma forma muito rápida.
Dessa forma, a teoria sugere que, em algum momento no passado, todas as galáxias estavam localizadas em um mesmo local. Contudo, o Big Bang foi o grande marco de início dessa movimentação. Como resultado disso, foi estabelecida a lei de Hubble-Lemaître, que engloba a Constante de Hubble (H0).
Segundo essa constante, o universo está expandindo-se a 70 quilômetros por segundo mais rapidamente a cada 3,26 milhões de anos-luz. No entanto existe um problema com essa constante, já que existem dois métodos de cálculos para ela, e ambos entram em conflito.
Isso reformula o que sabemos sobre o universo?
Bom, de acordo com Thomas Reiprich, coautor do estudo de Migkas, aqueles alomerados que existem sob as mesmas propriedades, como temperatura, por exemplo, apresentam um padrão de diferenças. Algumas são mais brilhantes em uma direção e menos brilhantes em outras.
Contudo, isso não significa que essa afirmação estabeleça uma nova lei. Na verdade, esses resultados apenas levantam mais questionamentos, já que podem ter outras explicações. Aliás, uma delas é a possibilidade de aglomerados de galáxias serem puxados por outros aglomerados, criando assim uma ilusão de uma taxa de expansão diferente.
Porém, considerando que esse estudo explora grupos de até 5 bilhões de anos-luz de distância, é impossível tratar algo como uma certeza ou verdade absoluta. Portanto, no fim das contas, resta apenas uma parafrase da máxima de Sócrates, só sabemos que nada sabemos.
Todavia, isso não significa que a ciência desistirá de entender o cosmos, muito pelo contrário, esses estudos mostraram que estamos prontos para descobrir coisas inesperadas no espaço. O universo é o limite.
E então,o que achou dessa matéria? Se gostou, confira também: O que a teoria do Big Bang realmente diz e o que existia antes desse evento.