Há cerca de dez mil anos atrás, animais gigantes dominavam o mundo. Seres que hoje em dia possuem um tamanho mais compacto, na Era Glacial eram dez vezes maiores. Essa era a chamada megafauna. Criaturas colossais espalhavam-se por todo o mundo e ainda hoje é possível encontrar vestígios delas, como o pinguim gigante.
Embora não saibamos com precisão como era sua aparência, já que grande parte do que acreditamos conhecer vem de reconstruções realizadas no computador, os fósseis não mentem a respeito de seu tamanho. Aliás, é através desses fragmentos ósseos preservados pela natureza que podemos viajar no tempo.
Curiosamente, ninguém sabe ao certo onde e quando um fóssil pode aparecer. Só para ilustrar, Lucy, nossa ancestral, foi encontrada por acaso, quando uma equipe de pesquisadores retornava de outra escavação. Da mesma forma, através do acaso, foi uma criança quem descobriu um fóssil de pinguim gigante na Nova Zelândia.
A descoberta do fóssil
Expedições escolares são a melhor forma de mostrar aos alunos como o mundo real é importante para complementar o que existe nos livros. Pois bem, foi em uma dessas explorações didáticas em Waikato, na Noza Zelândia, que um grupo de crianças encontrou um pinguim gigante fossilizado em uma rocha.
Contataram autoridades responsáveis e a ossada passou a ser responsabilidade do Museu de Waikato. Ali especialistas da Universidade de Massey e do Bruce Museum, nos Estados Unidos, analisaram o fóssil e fizeram uma reconstrução digital e tridimensional. Ademais, buscaram semelhanças entre esse pinguim e outras espécies encontradas ao redor do mundo.
No entanto, os paleontólogos determinaram que esse pinguim gigante tratava-se de uma espécie completamente nova. Então, classificaram-na como Kairuku waewareoa e também pontuaram que o material tem cerca de 27 milhões de anos e é um dos esqueletos de pinguim gigante mais completos já encontrados.
O pinguim gigante neozelandês
Embora possua semelhanças com pinguins gigantes da espécie Kairuku, também econtrado na Nova Zelândia, essa criatura possui características únicas, como as pernas mais longas que o tornam mais alto. Só para ilustrar, esse pinguim gigante media aproximadamente 1,4 m.
Como resultado dessa altura, acredita-se que o pinguim nadava e mergulhava mais rápido que o convencional. Apesar desse ser um achado único, vale ressaltar que a Nova Zelândia é um polo de fósseis de pinguins gigantes. Especialistas apontam que há 80 milhões de anos a região abrigou pelo menos 10 espécies desse pinguim.
Aliás, ainda mais alto que esse fóssil, existiu o Crossvallia waiparensis, um pingum de 1,6m. Assim como o Kairuku, pinguins gigantes podem ter sobrevivido à extinção dos dinossauros não-aviários e, com a falta de predadores marinhos, conseguiram adaptar-se e fugiram de tubarões e mamíferos aquáticos por nadarem mais rápido.
Do pinguim gigante ao pinguim normal
Acredita-se que o pinguim gigante era 60% maior que o pinguim-imperador, a maior comparação que temos atualmente e uma das espécies mais populares da ave. Além disso, Kairuku waewareoa significa “pernas compridas” em maori conta com pernas mais finas que os pinguim normais, mostrando que essa característica é, provavelmente, primitiva.
Ademais, outra característica específica do pinguim gigante é seu bico mais comprido e afiado em comparação ao de seus descendentes. O Icadyptes salasi é um pinguim gigante nativo do Peru e chamou a atenção por seu bico semelhante a uma lança e muito diferente do que vemos no pinguim moderno – e não estamos falando do inimigo do Batman.
Por fim, estudos a respeito dessas aves estão em processo de realização e muitas informações novas podem surgir. Além disso, ainda existem fósseis de pinguins gigantes espalhados por aí e, ao passo que encontrados, trarão ainda mais informações para a ciência a respeito da megafauna do passado.
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