Apesar de estar presente no mundo desde 2006, a gripe aviária, também conhecida como gripe H5N1, voltou a ganhar destaque recentemente no Brasil. Isso porque, neste ano, foi confirmado um caso da doença em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Até então, os registros por aqui envolviam apenas aves silvestres, o que torna esse episódio especialmente preocupante para a avicultura e para a vigilância sanitária.
Vamos saber mais sobre isso? Boa leitura!
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária ou gripe do frango, é uma doença infecciosa que afeta principalmente as aves, mas pode, em alguns casos, atingir outros animais e até seres humanos. Ela é provocada pelo vírus influenza A, H5N1.
Esse tipo de gripe costuma circular entre aves silvestres, especialmente migratórias, sem causar grandes impactos.
A transmissão da gripe aviária entre as aves acontece, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas ou com superfícies contaminadas pelo vírus. Isso inclui fezes, secreções respiratórias, água e até ração.
No Brasil, a gripe aviária foi detectada pela primeira vez em 2023, em aves silvestres, ou seja, aquelas que vivem livres na natureza. Até então, os casos estavam restritos a esse grupo.
No entanto, em 2024, o cenário mudou: um caso da doença foi identificado em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Essa foi a primeira vez que o vírus atingiu uma granja brasileira.
Esse tipo de ocorrência exige ações rápidas, como o isolamento da área, abate sanitário dos animais contaminados e algumas medidas rigorosas de controle para evitar a disseminação.
Além disso, a identificação do vírus em granjas pode afetar as exportações de carne de frango, já que muitos países impõem restrições sanitárias nesses casos.
Como saber se a minha ave está com gripe aviária?
Identificar se uma ave está com gripe aviária pode ser um desafio, mas alguns sinais costumam chamar atenção.
Entre os sintomas mais comuns estão: dificuldade para respirar, secreção no bico ou nos olhos, penas arrepiadas, queda na produção de ovos, perda de apetite e fraqueza.
Em casos mais graves, a ave pode apresentar inchaço na cabeça, manchas roxas na crista ou nas patas, e até morrer repentinamente, sem muitos sinais prévios.
É importante lembrar que nem todo sintoma respiratório significa gripe aviária, já que as aves também podem ser afetadas por outras doenças. Por isso, se notar qualquer mudança no comportamento, na alimentação ou na aparência da ave, o ideal é procurar um médico veterinário o quanto antes.
Além disso, quando há suspeita da doença, o correto é evitar o contato direto com a ave doente e informar imediatamente os órgãos de defesa sanitária animal. Em casos como esse, todo o cuidado é pouco.
O que a gripe aviária causa nos humanos?
Apesar de ser algo bem raro, a gripe aviária pode sim atingir os humanos. Esse tipo de infecção geralmente acontece quando há um contato muito próximo com aves contaminadas, vivas ou mortas, ou ambientes com fezes, penas ou secreções infectadas.
Não é comum a transmissão de pessoa para pessoa, mas quando alguém é contaminado, os sintomas podem aparecer de forma parecida com os da gripe comum, só que, em alguns casos, mais intensos.
Os sinais mais frequentes incluem:
- Febre acima de 38°C
- Dor de garganta
- Dores no corpo, principalmente nas articulações
- Sensação de mal-estar generalizado
- Fraqueza e cansaço excessivo
- Dor abdominal
- Calafrios
- Espirros e coriza
- Tosse seca persistente
- Conjuntivite
Vale lembrar que , se esses sintomas aparecerem após algum contato com aves ou ambientes de risco, é importante procurar atendimento médico o quanto antes. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de uma recuperação tranquila.
O que acontece se comer frango com gripe aviária?
Muita gente se pergunta se é possível pegar gripe aviária ao comer frango, mas a resposta é não. De acordo com o Ministério da Agricultura, o consumo de carne de frango ou ovos não representa risco de transmissão da doença, desde que estejam bem cozidos.
Isso porque o vírus da gripe aviária não resiste às altas temperaturas do cozimento e, além disso, a forma de contágio não está relacionada à ingestão.
O maior risco é para quem lida diretamente com aves doentes, como criadores, tratadores ou profissionais que atuam em granjas e ambientes com alta exposição a aves vivas ou mortas contaminadas. O próprio Ministério explica:
O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
Logo, o problema não está no prato, e sim no contato direto com os animais infectados ou com secreções e superfícies contaminadas.
Pode comer ovo de galinha com gripe aviária?
Assim como acontece com a carne de frango, o consumo de ovos também não representa risco de transmissão da gripe aviária. Muita gente ainda tem essa dúvida, mas, segundo autoridades de saúde e o próprio Ministério da Agricultura, não há motivo para preocupação nesse sentido.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou essa segurança ao afirmar:
Não há risco da pessoa se contaminar consumindo carne de frango e ovos. Pode consumir com tranquilidade.
Isso porque o vírus da gripe aviária não é transmitido por meio da ingestão desses alimentos, principalmente quando passam por cozimento adequado.
Até hoje, não há nenhum caso registrado no mundo que comprove contaminação por meio do consumo de carne ou ovos de aves infectadas.
Como a gripe aviária é transmitida para humanos?
Até o momento, o Brasil não registrou nenhum caso confirmado de gripe aviária em humanos. O risco de contaminação para a população em geral é considerado muito baixo.
As pessoas que ficam mais expostas são aquelas que trabalham diretamente com aves. Isso porque a principal forma de transmissão do vírus é através do contato com secreções das aves infectadas, como saliva, fezes e urina.
A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, explica:
Esse vírus é especialmente transmitido pelo contato com saliva, fezes e urina das aves. Por isso, quem trata desses animais corre um risco maior.
Ou seja, o cuidado maior é voltado para quem lida diretamente com as aves. Para a maioria das pessoas, especialmente quem vive em áreas urbanas e consome produtos de origem confiável, o risco de contrair a gripe aviária continua sendo extremamente baixo.
Qual remédio é bom para gripe aviária?
A boa notícia é que, apesar de ser uma doença séria, a gripe aviária tem tratamento. Quando diagnosticada precocemente, é possível controlar os sintomas e ajudar o corpo a se recuperar com o apoio de algumas medicações.
Entre os mais indicados pelos médicos estão anti-inflamatórios, antitérmicos para controlar a febre e remédios para aliviar náuseas e outros desconfortos.
Mas é importante deixar claro: esse tipo de gripe costuma afetar os humanos de forma mais grave do que a gripe comum. Por isso, ao perceber os primeiros sintomas, especialmente após contato com aves ou ambientes de risco, o ideal é procurar atendimento médico o quanto antes.
A gripe aviária pode matar humanos?
Sim, infelizmente a gripe aviária pode ser fatal para humanos, embora isso seja raro e geralmente envolva casos com complicações mais sérias.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2003 e o final do ano passado, foram registrados 939 casos confirmados da doença em humanos, espalhados por 24 países. Desses, 464 evoluíram para óbito, o que representa cerca de 49% dos casos.
Esse número chama atenção justamente porque, apesar de ser uma doença que raramente atinge pessoas, quando isso acontece, pode se manifestar de forma grave.
A maioria dos casos mais sérios está ligada a situações de exposição intensa e prolongada a aves contaminadas, principalmente em regiões onde o acesso a tratamento médico imediato é limitado.
Por isso, o monitoramento contínuo, a prevenção e o diagnóstico rápido continuam sendo as melhores estratégias para evitar complicações.
E aí, o que achou do nosso conteúdo? Aproveite e leia também: Gripe e resfriado, qual a diferença entre eles? 5 dicas para diferenciar
Fonte: Rede São Luiz, G1, Infomoney.
