A histeria coletiva é um distúrbio psicológico que afeta um grupo de pessoas ao mesmo tempo, mesmo sem causas orgânicas conhecidas. Ou seja, as pessoas apresentam os mesmos sintomas físicos, comportamentos estranhos e até mesmo doenças, sem causa provável.
Também chamada de doença psicogênica de massa, a histeria coletiva é mais comum em grupos restritos. Por causa disso, acontece com mais frequência em trabalhadores de uma mesma empresa ou estudantes de uma mesma escola, por exemplo.
Ainda que sem causas conhecidas, os episódios de histeria são frequentes e comuns ao longo da história. Hoje em dia, costumam ser registrados em crianças e jovens em escolas e internatos.
O que é a histeria coletiva
A histeria é compreendida como uma condição médica, apesar de não ter uma explicação convencional. Mesmo assim, provoca sintomas reais e é transmitida como outro doenças, principalmente por fatores psicológicos e sociais.
Os sintomas de histeria coletiva fazem os pacientes perderem o controle sobre as próprias ações e emoções. Além disso, a condição também pode ampliar os sentidos.
Ainda que esses efeitos sejam motivados por efeitos psicológicos, sem causas orgânicas, também é possível desenvolver outras complicações. Entre elas, por exemplo, náusea, tontura, fraqueza, desmaio e falta de ar.
Histeria coletiva na história
Internato, no México
Em 2006, na Cidade do México, um grupo de adolescentes de um internato católico começou a desenvolver fraqueza, dificuldade de locomoção, febre, náuseas e desmaios. Logo após o fim das férias, outras garotas foram acometidas com a condição, sem causas conhecidas. Das 3.600 estudantes do local, pelo menos 600 apresentaram sintomas da doença.
Aliens vampiros, no Brasil
No Brasil, moradores da Ilha de Colares, no Pará, também viveram um episódio de histeria coletiva. Em 1977, populares relataram a observação de luzes vindas do espaço, mas a história não parava por aí. Segundo eles, os alienígenas queriam sugar sangue humano, o que foi suficiente para espalhar o pânico. Mais de 80 pessoas relataram ter sequelas físicas de ataques, enquanto várias outras afirmaram que foram perseguidas.
Dança mortal, na França
No século XVI, a França viveu um episódio histérico na cidade de Estrasburgo. Num dia de 1518, a moradora Fao Troffea começou a dançar aleatoriamente no meio da rua. Por mais que não fizesse sentido, a dança durou de quatro a seis dias e acabou contagiando várias outras pessoas. Em menos de um mês, mais de 400 pessoas dançavam nas ruas sem parar, sendo que a maioria delas morreu de exaustão, derrames ou ataques cardíacos.
Risada dolorida, na Tanzânia
Em 1962, um grupo de crianças começou a ter uma crise de riso durante as aulas, em Taganica, Tanzânia. Rapidamente as risadas se tornaram contagiantes e atingiram seus pais e vizinhos, chegando a milhares. A histeria coletiva durou seis meses e, apesar de regada a risos, provocava dores nos pacientes. Além disso, algumas pessoas relataram dificuldades respiratória e ataques de choro.
Pânico no aeroporto, na Austrália
Durante um episódio de histeria coletiva em Melbourne, Austrália, uma funcionária do aeroporto acabou passando mal e desmaiando. Em seguida, outras duas mulheres sentiram o mesmo mal estar. Suspeitando de algum atendado com gás, o aeroporto chegou a desligar o ar condicionado, mas isso não resolveu. Na verdade, a situação se alastrou ainda mais e quase 50 pessoas precisam ir para o hospital.
Escola, na Malásia
Durante o que parecia uma manhã comum de aula em Kelatan, na Malásia, a estudante Siti Nurannisaa afirmou ver uma figura sombria. A partir daí, vários alunos da escola começaram a gritar de forma frenética e chegaram a desmaiar. Alunos e professores chegaram a montar barricadas nas salas de aula, se protegendo de algo que nem sabiam o que era. O episódio acabou afetando 39 pessoas.
Cine Oberdan, no Brasil
Em 1938, foi palco de um episódio de histeria coletiva que terminou em tragédia. Um espectador do Cine Oberdan fez um alerta de fogo e, mesmo sem sinais, a sala foi tomada por pânico e correria. O resultado: dezenas de pessoas foram pisoteadas e mais de 30 mortos.
Segundo os investigadores, entretanto, não havia sinal de fogo no local. A principal suspeita é que uma criança com dor de barriga procurava o banheiro, no escuro. Sem saber o fazer, ateou fogo em algumas folhas de jornal para fazer uma tocha. Assim, o espectador teria visto a tocha e iniciado o pânico.
Insetos em fábrica, nos Estados Unidos
Depois do surgimento de boatos que insetos transmissores de um novo vírus resistente, trabalhadores de uma fábrica de tecidos dos EUA começaram a apresentar sintomas de uma doença inexistente. Entretanto, nenhum exame comprovou a existência da doença ou dos insetos. Nem mesmo as análises dos corpos dos supostos infectados demonstrou picadas de alguma criatura.
Guerra dos Mundos, nos Estados Unidos
Em 1938, uma adaptação de A Guerra dos Mundos foi transmitida ao vivo pelo rádio e gerou um dos episódios mais famosos de histeria coletiva no mundo. Narrado por Orson Welles, a obra confundiu ouvintes, que acreditavam estar ouvindo um programa de notícias.
Homem-macaco assassino, na Índia
Em 2001, vários relatos de visitas e ataques de um ser meio homem, meio macaco começaram a circular pela Índia. Com medo da criatura, quinze pessoas chegaram a se ferir ao pular da janela para fugir e pelo menos três morreram. Entretanto, nenhuma evidência da existência do monstro foi encontrada.
Espírito cearense, no Brasil
As aulas de uma escola do interior do Ceará foram interrompidas, em 2010, após um episódio de histeria coletiva. Vários alunos de 12 a 19 anos relatavam a presença do espírito de um estudante no local. Sendo assim, estudantes passaram a entrar em transe na escola, provocando lendas sobre assombrações por ali.
Mesmo com a presença e orientação de psicólogos, parapsicólogos e um padre, os casos não reduziram. Na verdade, desmaios e convulsões se tornaram mais frequentes, até o fechamento da escola.
Fontes: Super, BBC, Mega Curioso, Intrínseca
Imagens: Undark, vt, NY Times, Jundiaí Agora, History, Owaahh, MJA, O Globo, Monstrum Athenaeum, WST, Slug-a-bug, Estado da Arte, Terra