Quem nunca fez uma maratona daquela série badalada do momento? Muitas pessoas já cancelaram suas assinaturas de TV a cabo para assinar alguma plataforma de streaming, provavelmente à popular Netflix. Antes, de tornar-se uma gigante do entretenimento, ao lado de nomes conceituados no mercado do audiovisual mundial, como a HBO e a Disney, a história da Netflix começa antes dos anos 2000, em um mundo muito mais analógico.
Primeiramente, como definir esse sistema de streaming? Basicamente, a Netflix é um cinema em casa, uma vez que disponibiliza um catálogo (enorme) de filmes acessíveis para o assinante com apenas um clique. Além disso, é uma das empresas mais populares mundialmente, devido aos serviços prestados.
Uma das estratégias de crescimento da empresa foi oferecer aos clientes produções próprias, indo além das obras de outros estúdios. Consequentemente, atraiu um grande número de assinantes.
Presente em mais de 190 países, a empresa não começou sua trajetória como plataforma de streaming e, tampouco, fez sucesso imediato. Além disso, apesar do reconhecimento mundial, três países não conseguem acessar o conteúdo: Coreia do Norte, Síria e China. Nesses locais, a plataforma não consegue terreno devido às restrições impostas pelos Estados Unidos.
Quer conhecer mais sobre a história da Netflix? Então vamos começar pelos fundadores da empresa!
Fundadores da Netflix
Em linhas gerais, dois nomes estão à frente da criação da Netflix: Reed Hastings e Marc Randolph. Em suma, tudo começou em 1997, em Scotts Valley, Califórnia. Ou seja, já são 23 anos de existência.
Para contextualizar, Hastings é de Boston, graduado em Matemática e mestrado em inteligência artificial, em Stanford. Logo, em 1991, auxiliou na fundação da Pure Software – que após cinco anos foi vendida.
Em contraste, Randolph é especializado em publicidade e vendas, iniciando sua trajetória empreendedora na MicroWarehouse. Posteriormente, ele se tornou presidente de marketing em uma startup de Hastings, a Atria Software. Essa empresa trabalhava com a identificação de bugs e controle de desenvolvimento para softwares.
Ambos tinham interesses em comum como, por exemplo, o modelo de negócios online da Amazon. Eles também tinham apreço por Elon Musk e pelos criadores do Google. Todos esses indícios, sobretudo, já apontavam para o destino de suas vidas: empreender, juntos, na internet, universo ainda muito prematuro na época.
Antes disso, o investimento inicial, para adquirir 925 títulos disponíveis em DVDs e contratar 30 funcionários da “locadora” Netflix, foi fruto do financiamento de 2.5 milhões de dólares de Steve Kahn. Ainda assim, também investiram o dinheiro da venda da empresa de software da Hastings, que somou o valor de 700 milhões de dólares, sendo a mais cara do Vale do Silício na época.
História da Netflix
Por certo, ingressaram no mercado da locação de filmes que, na época, tinha uma receita de 16 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Mas não estamos falando de uma locadora tradicional. Os clientes alugavam filmes pela internet, e recebiam as fitas em casa, enviadas através dos Correios.
Porém, os empreendedores enfrentaram um empecilho: a fragilidade das fitas VHS, que poderiam estragar ao serem enviadas pelo correio. Entretanto, com a chegada dos DVD’s, o problema foi solucionado e os serviços começaram a funcionar em abril de 1998.
Inicialmente, uma história circulou sobre a origem da Netflix. Falavam que a empresa teria começado quando Hastings, inconformado, teve que pagar 40 dólares de multa em uma locadora por devolver um filme atrasado. Apesar de interessante, a história não passa de um mito.
Logo em 1999, iniciaram o modelo de assinatura mensal, ou seja, o usuário pagava uma taxa fixa, pegava e via a quantidade de filmes que quisesse, sem se preocupar com atrasos na entrega da locação. A empresa enviava os DVD’s pelo correio, já que eram leves e de fácil transporte. Ainda em 1999, a Netflix recebeu um investimento no valor de 30 milhões de dólares.
Negociações de venda
Ainda no início, na história da Netflix, houve duas oportunidades para a venda da empresa. Primeiramente, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, foi um dos interessados na empresa. Em 1998, ele propôs comprar a plataforma por 12 milhões de dólares. Porém, a proposta foi recusada e, hoje, a Amazon é uma das principais concorrentes da plataforma de streaming.
Dois anos depois, em 2000, a própria Netflix apresentou uma proposta de 50 milhões de dólares para ser comprada pela falecida Blockbuster. Na época, a empresa liderava o mercado de videolocadoras. No entanto, a Blockbuster recusou a oferta por não acreditar que a Netflix daria lucro – engano fatal, uma vez que a Netflix opera em mercado global e a Blockbuster faliu.
Novas etapas da plataforma
Em 2002, Randolph passou o cargo de CEO para Hastings. Segundo esclareceu, ele preferia estar à frente quando ainda era startup, justificando que Hastings também foi o responsável pela plataforma. Todavia, Randolph passou a atuar com investimentos e também é cofundador de uma empresa de software.
Posteriormente, em 2007, o formato streaming em vídeo surgiu. Ao mesmo tempo, na história da Netflix, obteve-se o resultado de 1 bilhão de DVDs alugados. Porém, já era um período em que a forma como se consumia entretenimento mudava. Nesse mesmo ano, a assinatura do plano era de US$ 16,99, para ter acesso à 17 horas de vídeo. Após seis meses, foi registrado cerca de 10 milhões de visualizações.
Em 2009, a Netflix lançou um concurso para que equipes desenvolvessem o melhor algoritmo de recomendação de conteúdo para assinantes. Como resultado disso, os cientistas da BellKor’s Pragmatic Chaos ganharam o prêmio de 1 milhão de dólares pelo desenvolvimento.
Contudo, o algoritmo melhorava em pouco mais de 10% o que já existia na plataforma. Por fim, não foi usado devido ao valor.
Expansão mundial
Em 2010, a empresa começou sua expansão e iniciou os serviços no Canadá, estreando pela primeira vez em uma região fora dos Estados Unidos. Antes disso, em 2008, problemas técnicos no banco de dados interferiram nas operações, acumulando três dias sem envio de DVD’s aos assinantes. No entanto, os arquivos foram recuperados, começando a utilizar o Amazon Web Services, servidor em nuvem. A migração total, basicamente, se estendeu até 2016.
Em 2012, a Netflix chegou na Europa, exatamente no Reino Unido e na Irlanda. Contudo, no final do mesmo ano, a plataforma chegou a Escandinávia, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega. Logo após, em 2013, foi a vez da Holanda, marcando 3 bilhões de dólares em assinatura.
Por fim, o streaming já registrava 32 milhões de usuários nos EUA e 10 milhões pelo mundo. Em 2015, estreou na Austrália e Nova Zelândia e, posteriormente, no Japão, primeiro país da Ásia.
Em 2011, a Netflix resolveu dividir o negócio de DVD’s do streaming. Por conseguinte, o novo nome para os serviços de DVD’s era Qwikster. Porém, a divisão criava, praticamente, duas empresas e os assinantes precisariam aderir às duas.
Além disso, na época as pessoas ainda não tinham aderido ao streaming. Portanto, Reed Hastings não seguiu adiante com a ideia, porém, muitos clientes já tinham cancelado as assinaturas.
Netflix no Brasil
A história da Netflix no Brasil começou em 5 de setembro de 2011. Em suma, o faturamento em 2015 no Brasil somava 1,1 bilhão de reais, ou seja, resultado melhor do que nas TV’s abertas. Entretanto, no ano de lançamento a Netflix, assinou contrato de licença com estúdios como:
- Paramount Pictures;
- Sony Pictures Television;
- NBC Universal International Television;
- TV Bandeirantes;
- ABC Television;
- CBS Television;
- Dorimedia;
- MGM;
- Lionsgate;
- Summit;
- Miramax;
- Relativity;
- BBC Worldwide;
- Televisa;
- Telemundo;
- TV Azteca;
- Caracol;
- Telefe e;
- Disney.
Para se ter uma ideia, nos três primeiros meses de 2017, foram 2,64 bilhões de receita. Atualmente, acumula mais de 94 milhões de assinantes. Cada país tem um conteúdo próprio, portanto, o Brasil tem pouco mais de 3.500 títulos, à frente do Canadá e países europeus. No início, a assinatura no Brasil era de 15 reais.
Produção original
A história da Netflix vai chegando no seu auge. Portanto, sendo um sucesso no mundo inteiro, passou a investir em produções próprias. A primeira série de distribuição exclusiva foi Lillyhammer, que conta a história de um mafioso isolado em uma pequena cidade da Noruega. Ademais, em 2013, estreou House of Cards, uma das grandes apostas da Netflix. Acima de tudo, nessa produção foram investidos cerca de 100 milhões de dólares, para duas temporadas, de 13 episódios cada.
Logo, a plataforma passou à investir bilhões de dólares na programação original, aperfeiçoando o conteúdo de forma que alcançasse vários públicos. Como resultado disso, a primeira série produzida para o meio online recebeu indicações ao Emmy, ganhando em seis categorias, além de dois Globos de Ouro.
Além disso, não obstante, a Netflix ganhou público por salvar séries canceladas, por exemplo, a quarta temporada de Arrested Development, The Killing, Três é Demais e Gilmore Girls.
Por fim, após muitos pedidos, finalmente, em 2016, a plataforma liberou download de conteúdos para serem assistidos offline. Inicialmente estava disponível em tablets e smartphones e, por último, em PCs. Porém, contrariando as demais produções cinematográficas, os filmes originais não eram disponibilizados em salas de cinema.
Linha do tempo – Evolução da Netflix
- 1997 – Primeiramente, Reed Hastings e Marc Randolph criam a empresa com locação de filmes online
- 1998 – Lançamento do primeiro site de vendas e aluguel de DVDs: netflix.com.
- 1999 – Lançamento do serviço por assinatura mensal com locação ilimitada de DVDs
- 2000 – Lançamento do sistema de recomendação personalizada de filmes, que utiliza as classificações dos assinantes.
- 2002 – Com 600 mil assinantes nos EUA, a Netflix faz uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Nova York, com o símbolo NFLX.
- 2005 – Número de assinantes passa para 4,2 milhões.
- 2007 – Início do serviço de transmissão online com acesso a filmes e séries pelo computador.
- 2008 – Parcerias com fabricantes de eletrônicos para transmitir conteúdo online no Xbox 360, em aparelhos Blu-ray e conversores de TV.
- 2009 – Parcerias com fabricantes de eletrônicos para transmitir conteúdo online no PS3, em TVs e outros aparelhos conectados à Internet.
- 2010 – Disponibiliza a plataforma no Apple iPad, iPhone e iPod touch, no Nintendo Wii e em outros aparelhos conectados à internet. Netflix chega ao Canadá.
- 2011 – Início do serviço na América Latina e no Caribe.
- 2012 – Netflix chega à Europa, Reino Unido, Irlanda e nos países nórdicos. Aliás, primeiro Emmy de Engenharia da história da Netflix.
- 2013 – Netflix chega à Holanda. Logo, foi lançado os primeiros títulos de programação original, dentre eles House of Cards, Hemlock Grove, Arrested Development e Orange is the New Black.
- 2014 – Netflix chega em mais seis países europeus (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça). Recebe 31 indicações ao Emmy, incluindo melhor série dramática, melhor série de comédia, melhor documentário ou especial de não ficção, com House of Cards, Orange is the New Black e The Square, respectivamente. Contudo, é a primeira rede de televisão por internet a ser indicada para o Emmy e chega a mais de 50 milhões de assinantes.
Expansão
- 2015 -Primeiramente, Netflix chega na Austrália, Nova Zelândia e Japão. Depois chega na Itália, Portugal e Espanha. Primeiro filme original Netflix, Beasts of No Nation, é lançado.
- 2016 – Netflix chega em mais 130 países, contabilizando 190 países em todos os continentes. Além disso, temos o lançamento de uma dos seus fenômenos culturais, Stranger Things.
- 2017 – Primeiro Oscar da história da Netflix, com Os Capacetes Brancos, na categoria de Melhor Documentário Curta-Metragem. Além disso, atinge 100 milhões de assinantes no mundo todo e fecha acordos de produção com Shonda Rhimes e Jenji Kohan.
- 2018 – Ganha o Oscar de Melhor Documentário Longa-Metragem com Ícaro. Além disso, a companhia também fecha contratos com Ryan Murphy, Kenya Barris e Jason Bateman. Promove Temporada do Amor, trazendo comédias românticas clássicas e populares como A Barraca do Beijo, O Plano Imperfeito, Sierra Burgess é uma Loser, Felicidade por um Fio e um dos filmes da Netflix mais vistos de todos os tempos, Para Todos os Garotos que Já Amei. Estreia produções originais internacionais da Dinamarca (The Rain), da Índia (Jogos Sagrados), do México (A Casa das Flores) e da Espanha (La Casa de Papel, Elite). Sendo assim, foi o serviço mais indicado ao Emmy em 2018, com 112 indicações, empatando com a HBO no número de vitórias, com um total de 23 prêmios, para séries como Godless, Seven Seconds, GLOW e Queer Eye.
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