O Ídolo de Shigir é um totem de quase três metros de altura, dividido em 10 fragmentos decorados com entalhes geométricos e rostos humanos imponentes. A escultura de madeira é mais antiga do mundo, bem como o único artefato de madeira da Idade da Pedra, já encontrado.
Tudo começou em 1890, no norte da Rússia, quando um grupo de garimpeiros estava escavando ao redor do pântano de turfa de Shigir. Lá, eles descobriram pedaços de uma estátua de madeira gigante, repleta de gravuras e marcações. Por muito tempo, a peça batizada de ‘Ídolo de Shigir’ ficou desaparecida, mas foi encontrada novamente durante a década de 1990.
Em 1997, ela foi estudada para determinar sua idade, sendo datada em torno de 9.750 anos. Todavia, o totem foi recentemente remodelado usando tecnologia mais avançada e uma nova data de 12.100 anos foi encontrada, baseada na idade em que a madeira foi esculpida. Essa nova data significaria que ela foi esculpida por volta de 10.000 a.C., que condiz com o final da era do gelo.
Artefato mais antigo do mundo
Segundo os pesquisadores, o ídolo de Shigir é a prova de que os humanos mais antigos, não eram tão primitivos quanto se poderia pensar. Desse modo, as estruturas mais antigas conhecidas na terra estão localizadas principalmente em torno do Mediterrâneo e do Oriente Médio, que teriam sido as primeiras áreas da Terra a se aquecer após o último período glacial da era do gelo.
Portanto, encontrar um artefato intacto como o Ídolo de Shigir é inédito, e nada nem perto de sua idade foi descoberto na mesma área.
Além disso, o totem não é apenas a escultura de madeira mais antiga conhecida, mas tem o dobro da idade da Grande Pirâmide de Gizé. Ela ainda é três vezes mais velha que a antiga cidade da Babilônia e cinco vezes mais velha que as ruínas de Al Khazneh, na cidade antiga de Petra.
O que as gravuras do Ídolo de Shigir representam?
Quanto ao que a escultura representa, parece que seu significado permanecerá para sempre desconhecido, mas ela contém vários símbolos e formas que teriam representações sagradas. Apesar de não saber os nomes dos deuses dos povos antigos que fizeram o ídolo de Shigir, nem o significado das gravuras na estátua, os pesquisadores criaram algumas teorias interessantes.
Em primeiro lugar, acredita-se que as linhas onduladas representam algo como água, um caminho, horizonte ou algo semelhante. Por conseguinte, também há símbolos variados na frente e atrás da cabeça principal. Isso levou a teorias sobre a estátua que representa coisas como a criação do mundo ou um mapa que levaria a algum tipo de local sagrado.
Por fim, a impressão do rosto tridimensional principal, com a boca escancarada, é de aspecto asteca, mas é apenas porque a parte do nariz do rosto principal foi quebrada. Ao todo, existem sete faces, seis das quais são unidimensionais.
Atualmente, a estátua está em exibição no Museu Regional de Sverdlovsk em Yekaterinburg, na Rússia.
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Fontes: Universo racionalista, Sputnik News, O Arquivo
Fotos: Cientificamente