A pandemia do coronavírus forçou a população a buscar formas de prevenção. A mais eficiente delas é, sem dúvida, o uso de máscaras contra a Covid-19. Contudo, nem todos esses equipamentos de proteção funcionam de maneira igual. Por isso, um estudo realizado por cientistas norte-americanos, da Duke University, analisou 14 modelos, incluindo a N-95, a fim de constatar qual protege mais contra o vírus.
A descoberta foi publicada na revista americana Science Advances. Para chegar ao resultado, pesquisadores utilizaram laser, um smartphone e uma caixa onde os participantes do teste foram orientados a conversar. Além disso, todos os experimentos foram gravados, gerando vídeos de 40 segundos dos participantes repetindo frases usando as máscaras.
Sendo assim, o estudo constatou que, quando usadas de modo corretamente, as máscaras contra Covid-19 tem seu desempenho afetado pelo material e composição. Além disso, os cientistas constataram que a a máscara N95 sem válvula, aquela usada por profissionais de saúde, que filtra quase todas as partículas grandes e pequenas, é a melhor para conter a transmissão do coronavírus.
Durante o estudo, os participantes conversaram usando máscaras e a câmera registrava as gotas de saliva emitidas durante a fala. Primeiramente, o teste foi feito sem a máscara. Em seguida, os participantes realizaram o experimento usando cada um dos 14 tipos de máscaras contra Covid-19. Dessa maneira, foi possível medir a eficácia de cada um dos modelos para proteger contra o vírus.
Quais as melhores e as piores máscaras contra Covid-19
De acordo com o estudo realizado, cada um dos 14 modelos de máscaras contra Covi-19 foi classificado conforme a eficiência em filtrar as gotículas de saliva. Além disso, foi possível definir a situação em que cada uma deve ser priorizada. Vale lembrar que a prioridade no uso da N-95 é dos profissionais da saúde, pois eles estão mais sujeitos a ter covid-19 e outras doenças.
O resultado foi encontrado está abaixo:
N-95
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 99,9%
Eficiência em filtrar aerossóis: 95%
Recomendação de uso: Profissionais da saúde
Máscara cirúrgica
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 98,5%
Eficiência em filtrar aerossóis: 89%
Recomendação de uso: Profissionais da saúde
Máscara híbrida
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 96%
Eficiência em filtrar aerossóis: 94%
Recomendação de uso: Em público, locais fechados e lotados
Algodão com duas camadas
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 99,5%
Eficiência em filtrar aerossóis: 82%
Recomendação de uso: Em público, locais fechados e lotados
Máscara de pano
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 98%
Eficiência em filtrar aerossóis: 72,5%
Recomendação de uso: Áreas externas
Máscara 100% algodão
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 97%
Eficiência em filtrar aerossóis: 51%
Recomendação de uso: Áreas externas
Máscara de seda natural
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 56%
Eficiência em filtrar aerossóis: 54%
Recomendação de uso: Áreas externas
Cachecóis, bandanas e lenços
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 44%
Eficiência em filtrar aerossóis: 49%
Recomendação de uso: Somente como último recurso
Máscara com válvula de ventilação
Eficiência em filtrar gotículas maiores: 90%
Eficiência em filtrar aerossóis: 90%
Recomendação de uso: Nunca (não protege os outros)
Máscaras híbridas, como devem ser?
Com a necessidade do uso de máscaras, a N-95 ficou cada vez mais difícil de encontrar. Além disso, diversos órgãos de saúde recomendam que o modelo N-95 seja usado por profissionais da saúde. Desse modo, as máscaras híbridas ficaram bastante populares, sendo fabricadas com tecidos comuns e podendo até mesmo ser personalizadas conforme o gosto de cada um.
Para que as máscaras híbridas protejam contra o coronavírus, recomenda-se que o tecido de composição seja o mais firme possível. Além disso, quanto maior a quantidade de fios, maior a filtragem de partículas. Outro requisito desse tipo de equipamento de proteção, é que tenha mais de uma camada.
Por isso, a OMS recomenda que a máscara híbrida tenha três camadas uma interna que absorve, uma do meio de filtra e uma terceira externa que é feita de material não absorvente, como poliéster.
N-95 e máscaras cirúrgicas
Apesar da eficácia das demais máscaras, a N-95 se mostrou a mais eficiente contra a propagação do vírus. Isso porque, elas selam firmemente ao redor do nariz e da boca, de forma que poucas partículas virais entrem ou saiam. Além disso, esse modelo é composto por fibras emaranhadas para filtrar patógenos transportados pelo ar. Por isso, elas são (e já eram antes da pandemia), as preferidas dos profissionais da saúde.
Outro modelo muito eficaz são as máscaras cirúrgicas. Elas são descartáveis e também são muito usadas em hospitais e outros estabelecimentos da saúde. De acordo com estudos, o material com que elas são fabricadas é cerca de três vezes mais eficiente no bloqueio dos aerossóis da gripe do que máscaras faciais caseiras.
Bandanas e lenços
Além disso, muitas pessoas optam por bandanas e lenços para prevenir a propagação do vírus. De acordo com um estudo publicado pelo Journal of Hospital Infection, esses acessórios não são tão eficientes, filtrando apenas 44% das partículas.
Contudo, o nível de eficácia desses materiais pode ser ainda menor conforme o tempo de uso. Isso porque, segundo o estudo, após 20 minutos de exposição a uma pessoa infectada, por exemplo, o lenço só filtra 24% das partículas. Além disso, a tabela acima também mostra a baixa eficácia de cachecóis, lenços e bandanas.
Entretanto, os acessórios não foram os piores colocados no ranking. Isso porque, a pior máscara para Covid-19 foi o modelo com válvulas de ventilação. Estes equipamentos de proteção podem expelir partículas infecciosas para a atmosfera, ajudando na propagação do vírus.
Enfim, gostou dessa matéria? Leia também essa matéria: Piores dores do mundo – Top 10 mais intensas e insuportáveis
Fonte: Olhar digital, Catraca Livre, Seleções
Imagens: SES, Magazine Luiza, Olhar digital, Americanas, Tribuna do Paraná