Melioidose: como é a doença causada por bactéria encontrada nos EUA?

Veja como a melioidose, uma doença potencialmente mortal causada por bactérias encontradas no solo e na água dos EUA, se espalha e é tratada.

Melioidose: como é a doença causada por bactéria encontrada nos EUA?

A melioidose, também chamada de doença de Whitmore, é causada pela bactéria Burkholderia pseudomallei e é encontrada principalmente em climas tropicais como o Sudeste Asiático e o norte da Austrália.

Assim, ela pode se espalhar para humanos e animais através do contato direto com água e solo contaminados. Além disso, inalação de poeira ou gotículas de água e a ingestão de água ou alimentos contaminados estão entre os métodos de transmissão.

Causas

A bactéria Burkholderia pseudomallei que causa a melioidose pode contaminar a água e o solo. Animais e pessoas contraem a infecção por inalação de poeira ou gotículas de água, ingestão de água ou contato com solo contaminado, especialmente através de arranhões na pele.

Embora seja raro para uma pessoa espalhar a infecção para outra pessoa, isso pode ocorrer. Além disso, gatos, cães, cavalos, bovinos, suínos, ovinos e caprinos estão entre os tipos de animais que podem desenvolver essa infecção bacteriana.

Sintomas da melioidose

Os sintomas podem incluir dor ou inchaço, febre, abscesso, tosse, febre alta, dor de cabeça, dificuldade para respirar e muito mais. Embora pessoas saudáveis ​​também possam apresentar sintomas da doença, pessoas com certas condições como diabetes, doença hepática, doença renal, doença pulmonar, talassemia, câncer ou certas doenças autoimunes podem ser mais severamente afetadas.

Diagnóstico

O diagnóstico de melioidose baseia-se no isolamento da bactéria Burkholderia pseudomallei do sangue, escarro, urina, fluido do abscesso ou lesões cutâneas de uma pessoa infectada.

Além disso, em alguns casos, os profissionais médicos podem usar um teste de anticorpos no sangue para diagnosticar a melioidose.

Tratamento e prevenção

O tratamento para a melioidose consiste em pelo menos duas semanas de um conjunto de antibióticos administrado na veia, seguido de três a seis meses de antibióticos tomados em comprimidos.

Ainda não existe vacina para a melioidose. Desse modo, para prevenir a melioidose, as pessoas devem seguir as recomendações abaixo:

  • Evite o contato com solo contaminado;
  • Use roupas ou calçados de proteção ao ficar em contato com solo ou água, por exemplo;
  • Lavar ou tomar banho após exposição a água ou solo contaminado;
  • Sempre limpe as feridas o mais rápido possível e cubra quaisquer cortes ou arranhões com curativos à prova d’água;
  • Lavar as mãos com água e sabão líquido após manusear solos ou praticar jardinagem;
  • Observe a higiene alimentar e evite beber água que não seja potável;
  • Os viajantes podem contrair a doença através de esportes aquáticos ao ar livre. O risco de infecção pode ser minimizado evitando a exposição a fontes de água (como rios, lagoas ou lagos) que possam estar contaminadas.

Caso de melioidose nos EUA

Por fim, a B. pseudomallei foi identificada através de amostragem de solo e água na região da Costa do Golfo do Mississippi, observou o CDC em um comunicado de saúde.

A agência disse que não está claro por quanto tempo a bactéria esteve presente no meio ambiente e onde mais ela pode ser encontrada nos Estados Unidos.

Contudo, a modelagem sugeriu que as condições ambientais encontradas nos estados da Costa do Golfo são propícias ao crescimento de B. pseudomallei que é mais comum em climas tropicais e subtropicais.

Dois pacientes não relacionados levaram à descoberta, disse o CDC. Eles viviam em proximidade geográfica na região da Costa do Golfo e adoeceram com melioidose com dois anos de intervalo – em 2020 e 2022 – levando as autoridades estaduais de saúde e o CDC a coletar amostras e testar produtos domésticos, solo e água dentro e ao redor das casas de ambos os pacientes.

Três das amostras obtidas do solo e da água de poças este ano deram positivo no CDC para B. pseudomallei, indicando que as bactérias do ambiente são a provável fonte de infecção para ambos os indivíduos e estão presentes na área desde pelo menos 2020.

Com efeito, o sequenciamento genômico mostrou que a mesma nova cepa do Hemisfério Ocidental infectou ambas as pessoas. Os pacientes foram hospitalizados com sepse devido a pneumonia, e suas hemoculturas foram positivas para B. pseudomallei. Ambos se recuperaram após tratamento com antibióticos.

Melioidose no Brasil

No Brasil, dois casos de melioidose foram confirmados em 2017 no Ceará. Considerada rara, mas de alta letalidade, os primeiros registros no país datam de 2003, no mesmo estado.

Os casos de 2017 aconteceram em Granja, cidade distante 300 quilômetros de Fortaleza. Fora do Ceará, há notificações somente em Alagoas e no Mato Grosso do Sul desde as primeiras notificações.

Os primeiros registros de melioidose no Ceará deram-se em Tejuçuoca, cidade distante 144 quilômetros da Capital. Quatro crianças, todas irmãs e que e moravam na zona rural daquela cidade foram infectadas pela bactéria Burkholderia pseudomallei. Infelizmente, três morreram.

Em 2015, foi criado um grupo para discutir a infecção, já que ela é considerada um problema de saúde pública.

Fontes: JC, Medicina Net, Wikipédia

Bibliografia

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