O que é memória fotográfica? Como desenvolver essa habilidade?

Você tem memória fotográfica? Veja o que significa ter essa habilidade e como você pode estimulá-la no seu dia a dia.

A memória fotográfica é cientificamente conhecida como memória eidética. Em suma, é a capacidade que algumas pessoas têm de lembrar com alto nível de precisão os detalhes de uma imagem que viram. Eles podem evocar os objetos em uma pintura ou fotografia, as palavras exatas de um texto e até mesmo os detalhes físicos de um lugar onde estiveram.

Um dos aspectos essenciais e também mais debatidos da memória eidética ou fotográfica é que, aparentemente, ela não requer o uso de mnemônicos (técnicas de memória).

Outro aspecto interessante é que aparentemente pessoas com memória fotográfica não precisam parar por muito tempo para visualizar a informação para memorizá-la, com poucos segundos sua mente terá “escaneado” a maior quantidade de dados, podendo guardá-los para muito tempo.

O que a ciência diz sobre a memória fotográfica?

De acordo com pesquisadores, é impossível ter uma memória fotográfica perfeita. O que pode acontecer é ter casos de pessoas com uma memória excepcional. Ou seja, possuir uma memória visual mais apurada, favorecendo para que se lembre de rostos, números, paisagens de modo geral, sem muita riqueza de detalhes.

Ao longo da história, várias pessoas alegaram ter memória fotográfica, mas nem sempre conseguiram comprovar. Porém há casos comprovados como o de, Nikola Tesla (inventor), Guilherme Del Toro (diretor e roteirista), entre outros.

Em quem aparece a memória eidética?

Foi demonstrado que a memória fotográfica aparece em uma pequena porcentagem de crianças, com idade entre 6 e 12 anos. Em contraste, em adultos é praticamente inexistente .

Alguns pesquisadores explicaram esse fenômeno da idade, estabelecendo a hipótese de considerar a memória eidética como uma forma de memória imatura. Aos poucos, essa forma de lembrar vai sendo substituída por representações mais abstratas, pois habilidades cognitivas mais avançadas são adquiridas com a idade.

No entanto, em alguns estudos verificou-se que as habilidades eidéticas permanecem muito estáveis ​​ao longo do período pré-escolar e escolar. Além disso, esse tipo de memória parece não estar relacionado ao pensamento abstrato ou ao desempenho da leitura.

Memoria fotográfica mito x realidade

A memória eidética tem como característica a habilidade em se guardar lembranças de forma total e instantânea. Mas não apenas a imagem em si, e sim uma combinação de fatores, sendo o visual, o som, o espaço e as falas.

Portanto, a memória fotográfica perfeita é um mito entre os humanos. No entanto, o que pode acontecer é de casos isolados de pessoas com, como os cientistas denominam, memória visual apurada.

Que envolve em se lembrar de datas com precisão, acontecimentos em modo geral, e não detalhado, além de sabores, rostos, músicas, sequências, etc.

O que se conclui é que para os humanos a memória não é uma habilidade inata, mas sim que pode ser aprendida. Ou seja, assim como um músculo exercitado se desenvolve, da mesma forma a memória. Com treinamento correto, é possível adquirir uma memória fotográfica.

Se para os humanos a memória fotográfica é quase impossível, para alguns animais já é outra história. A universidade de Kyoto, Japão, realizou um estudo com seres humanos e chipanzés.

Ao final do estudo, chegaram à conclusão que chipanzés jovens possuem memória fotográfica. Pois conseguiam acertar sequências de números em uma tela sensível ao toque, com muita velocidade, antes mesmo de olhar toda a tela.

Casos de memória fotográfica

Não foram muitos os casos comprovados de memória eidética, mas há registros de alguns casos entre personalidades famosas. Onde cada um usou sua habilidade de maneira surpreendente em suas carreiras.

1- Nikola Tesla

Memória fotográfica: saiba o que é e como desenvolver a sua

Nikola Tesla era conhecido como o pai do futuro, pois era um cientista que estava à frente de sua época. E é graças a ele, que podemos desfrutar da energia e tudo que usamos com ela.

Tesla criou mais de 700 invenções, sendo que todos os seus projetos eram armazenados apenas na memória. Ou seja, ele não fazia anotações, mas com sua memória fotográfica, guardava projetos complexos e livros inteiros em sua mente.

2- Kim Peek

Kim Peek foi inspiração para o filme Rain Man (1988), devido sua extraordinária habilidade de memorização e leitura dinâmica. Dos 12 mil livros que leu, memorizou 98% das palavras.

Quando lia, cada globo ocular de Kim acompanhava uma página do livro, simultaneamente. Mesmo com sua genialidade, nasceu com macrocefalia, o que lhe causava dificuldades motoras.

3- Guilherme Del Toro

O diretor e roteirista, Guilherme Del Toro, conhecido pelo visual incomparável usado em seus filmes, é graças a sua memória fotográfica. Que lhe proporciona inesgotáveis histórias, que fizeram dele tão aclamado em Hollywood.

4- Sergei Rachmaninov

Memória fotográfica: saiba o que é e como desenvolver a sua

O pianista russo, Rachmaninov, conseguia memorizar partituras complexas com perfeição em poucas horas. E era capaz de executa-las com muita genialidade e perfeição. O que no caso de outros músicos, poderia levar semanas.

5- Teddy Roosevelt

Memória fotográfica- o que é? E saiba como explorar essa habilidade

Theodoro Roosevelt foi o vigésimo presidente eleito dos EUA, e em meio às suas funções de Estado, conseguia ler de dois a três livros por dia. Além de ser capaz de citar páginas inteiras de livros ou jornais, sem esquecer nenhuma palavra.

Como ter uma memória fotográfica?

Memória fotográfica: saiba o que é e como desenvolver a sua

As memórias são criadas a partir da junção entre os neurônios e as sinapses. Ao acessar uma lembrança, os neurônios enviam sinais ao cérebro, criando uma sequência representando a memória.

Portanto, quanto mais forte for a sinapse, mais as chances de acessar a memória completa. Ou seja, quanto mais se usa o cérebro, mais as chances de aperfeiçoar a memória.

O que pode ser um problema hoje em dia, pois o uso da tecnologia para armazenar, diminui o esforço do cérebro em guardar dados.

Mas é possível desenvolver a memória, para isso existem inúmeras técnicas de memorização no mercado. E uma das técnicas mais antigas se chama Palácio das memórias.

Palácio das memórias de Simônides

A técnica palácio das memórias foi criada pelo poeta grego, Simônides (556 a.C.-468 a.C.). Que consiste em fazer associação entre o que desejamos lembrar com espaços, lugares, ou cômodos de um palácio.  Ou seja, você treina seu cérebro a fazer um mapeamento mental.

Outra técnica é o sistema de Peg, que é ideal para memorizar listas, consiste em associar o quer que seja memorizado, com o que a mente já sabe. Em suma, você atribui palavras para cada lista de números, criando uma imagem na mente para cada uma.

Então, anexa àquilo que deseja memorizar as imagens pré-memorizadas na mente, e assim, se cria uma conexão viva na mente, facilitando o acesso à memória.

Memorizando textos

Agora se o objetivo é memorizar textos maiores, use o método da primeira letra. Mas, não é um trabalho muito fácil, afinal tem que decorar a primeira letra de cada palavra do texto. E de preferência na primeira leitura, tentar memorizar o que foi lido, ao invés de ficar lendo e relendo várias vezes.

Há outro método de memorização indicado pelos psicólogos, em que você deve relacionar a memória ao humor. Ou seja, para acessar uma lembrança, volte ao humor que estava quando o fato a ser lembrado aconteceu.

As técnicas de memorização são fundamentadas basicamente em, visualizar, associar e recordar. Portanto, para ter uma memória fotográfica, você precisa encontrar a técnica que melhor funcione para você. Mas o principal é, treine e não desista.

O homem que se lembra de tudo

Por fim, o escritor e jornalista Joshua Foer provou que é possível treinar para obter uma supermemória. Ele acabou vencendo o concurso anual nos Estados Unidos e é autor do best-seller “Um Passeio na Lua com Einstein” e da sua obra mais recente “Desafios da Memória”.

Joshua nasceu em Washington no ano de 1982. Formou-se no Silliman College, Yale University, em 2004. Seus artigos foram publicados no The New York Times, The Washington Post e The Nation.

Em 2005, Joshua Foer era um jovem jornalista que foi ao Campeonato de Memória dos Estados Unidos para escrever uma reportagem. Sua curiosidade inicial sobre os feitos de memória dos participantes acabou se transformando em uma paixão que o levou a competir – e vencer – nos campeonatos do ano seguinte.

Assim, em 2006, Foer ganhou o seu primeiro campeonato de memória e estabeleceu um novo recorde estadual nas “tarjetas de velocidade”, ao memorizar uma barra de 52 cartas em 1 minuto e 40 segundos.

Fontes: Hypescience, Mega curioso, Super curioso, Hiper cultura

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