A mitologia romana engloba um conjunto de histórias tradicionais centradas nas origens antigas e na religião politeísta, atribuída ao panteão no Império Romano. Esses mitos tinham um importante propósito social, uma vez que refletiam a política e propunham valores morais.
Desse modo, um tema importante e constantemente explorado foi o heroísmo, enquanto os mitos sobre as práticas religiosas estavam muito mais centrados nos rituais, instituições do que na cosmogonia e na teologia.
Com efeito, a mitologia romana foi amplamente influenciada pelos gregos. Além disso, outra fonte relevante de inspiração foi a religião etrusca. O mito romano mais conhecido que resume a fundação da cidade de Roma e o reino romano envolve Rômulo e Remo alimentando-se da loba. Continue lendo para saber mais.
Mito de Rômulo e Remo
A mitologia conta que Rômulo e Remos eram meninos gêmeos de uma princesa chamada Reia Silvia. Seu pai era o feroz deus romano da guerra, Marte. Dessa forma, o rei temia que quando os meninos crescessem, ele fosse expulso de seu trono. Então ele deixou os meninos em uma cesta no rio Tibre imaginando que logo morreriam.
No entanto, segundo a mitologia romana, os meninos foram encontrados por uma loba. A loba cuidou deles e os protegeu de outros animais selvagens. Eventualmente, alguns pastores encontraram os gêmeos, e um deles levou os meninos para casa e os criou como seus próprios filhos.
Mais tarde, Rômulo mataria o irmão, Remo, e fundaria a cidade de Roma sob uma colina chamada Monte Palatino.
Principais Deuses da Mitologia Romana
O panteão romano de deuses é considerado o maior de todos. Como resultado, os romanos tinham deuses para todas as coisas imagináveis como por exemplo Marte, o deus da guerra, Netuno, o deus do mar, Baco, o deus do vinho e muitos outros. Como lido acima, o cerne mitológico romano teve influência das culturas grega e etrusca.
Todavia, enquanto alguns dos deuses romanos são adaptações dos deuses gregos, outros também são originais, como o deus de duas faces das portas e portões, Janus. Essas divindades deram aos romanos um senso de orgulho nacional, uma compreensão de valor e honra e uma visão de seu próprio destino. Conheça os principais deuses do panteão romano, abaixo:
1. Júpiter – Rei dos Deuses
Júpiter, também conhecido como Jove, é a principal divindade romana. Com seu enorme poder, ele governa a terra e o céu. A águia é seu animal sagrado e o raio é sua arma de identificação. Além disso, ele é chamado dies pater, ou “pai brilhante”, ele é o protetor das leis e do estado, e os romanos acreditavam que Júpiter guardava sua cidade.
Seu pai é Saturno e seu irmão é Netuno. Ele faz parte da Tríade Capitolina e é consorte de Juno. Os romanos o adoravam como Júpiter Optimus Maximus. Esse nome se referia não apenas ao seu governo sobre os deuses e o universo, mas também ao seu poder de fazer leis, controlar os reinos e falar por meio de oráculos. Os romanos o consideravam o equivalente do deus grego, Zeus, e na arte e na literatura romanas, Zeus recebeu o nome de Iuppiter.
2. Netuno – Deus do Mar
Carregando um tridente com três pontas, Netuno montava um cavalo-marinho ou um golfinho e governava o mar. Ele foi o primeiro a ser reconhecido na mitologia romana como estando associado à água por volta de 399 a.C. Sua esposa era Salacia e seus irmãos eram Júpiter e Plutão. Os romanos também o adoravam como o deus dos cavalos, sob o nome de Neptunus Equester. Seu equivalente entre os deuses gregos era Poseidon, que formou a trindade grega de Zeus, Hades e Poseidon.
Netuno tinha a reputação de ser mal-humorado e era conhecido como o deus dos terremotos porque sua raiva e fúria estavam relacionadas ao tremor da terra. Uma lenda famosa sobre Netuno é a de Salacia e os golfinhos. Desse modo, diz a lenda que Netuno viu Anfitrite, sua esposa que era antes uma ninfa das águas, dançando na ilha de Naxos.
Cativado por sua beleza, ele imediatamente se apaixonou e a pediu em casamento, mas ela recusou. Implacável, Netuno despachou um golfinho, para encontrá-la novamente. O espirituoso e charmoso golfinho conseguiu convencer a ninfa a mudar de ideia e concordar com o pedido de casamento. Como recompensa, ele transformou o golfinho em um imortal e deu a ele um lugar de honra nos céus conhecido como constelação de Delphinus.
3. Plutão – Divindade do Submundo
Os três filhos de Saturno – Júpiter, Netuno e Plutão – dividiram o mundo entre eles. O céu e o mar foram para Júpiter e Netuno, respectivamente; e o submundo foi entregue a Plutão. Ele é monogâmico e não se acredita que tenha tido um filho. Por outro lado, ele representa o aspecto positivo do deus que preside a vida após a morte e seu equivalente na mitologia grega é Hades.
O nome Plutão é um cognato da palavra grega Ploutos, o nome do deus da riqueza. Os romanos consideravam Plutão como o doador de ouro, prata e outras substâncias subterrâneas. Ademais, os romanos acreditavam que, se pronunciassem seu nome, morreriam. Curiosamente, o plutônio metálico, que está conectado ao planeta Plutão, é radioativo e, portanto, potencialmente mortal.
4. Apolo ou Apollo – Deus do Sol, da Música e da Profecia
Reconhecido como o deus da música, do sol e da profecia, Apolo era filho de Júpiter e irmão de Diana. Ele é um dos mais importantes e complexos deuses romanos. Nesse sentido, Apolo é conhecido nos panteões de deuses grego e romano.
Apolo serviu de intermediário entre o povo e os deuses. Devido à sua integridade e veracidade, ele recebeu o dom de profecia. Contudo, ele não é apenas poderoso, mas também representa juventude, sabedoria e beleza. Ele foi o tema de muitas obras literárias e peças de arte diferentes. Como resultado, Apolo era a divindade mais amada de todos eles. Ele representou excelência moral, e seus seguidores dedicaram o Oráculo de Delfos a ele.
5. Marte – Divindade da Guerra
Marte é o deus da guerra e foi considerado o protetor do estado romano. O mês de março que leva o nome de Marte era um mês repleto de festividades e celebrações militares. Por conseguinte, a popularidade de Marte cresceu durante o reinado de Augusto, e ele era o deus militar mais proeminente da história romana.
De acordo com o mito mais famoso, Marte gerou Rômulo e Remo com Reia Silvia, que posteriormente foram responsáveis por fundar Roma.
6. Cupido – Deus do Amor
Cupido, o deus do desejo erótico, do amor, da atração e do afeto, é filho de Marte e Vênus. Eros é seu equivalente na cultura grega. Desse modo, o Cupido é frequentemente visto com um arco e flecha, que é considerado a fonte de poder que induz afeto e desejo na pessoa flechada. O deus do amor tem Psiquê como consorte. Além disso, ele é alado porque acredita-se que aqueles que amam são capazes de voar.
7. Saturno – Divindade do Tempo, da Riqueza e da Agricultura
O reinado de Saturno foi visto como uma idade de ouro de abundância e paz. Ele era conhecido como o deus do tempo, riqueza, bem como agricultura, renovação e libertação. Para esclarecer, o nome Saturno vem da “semeadura” e os romanos o identificaram como uma divindade agrícola semelhante ao deus grego Cronos. Ele era filho de Urano e Gaia e dois de seus consortes eram Ops e Lua. Ops estava associado à riqueza, abundância e recursos, e Lua era a divindade a quem os soldados sacrificavam as armas capturadas.
8. Vulcano – Divindade do Fogo
Os antigos mitos romanos o chamam de deus do fogo, da metalurgia, dos vulcões e da forja, e ele é representado segurando um martelo de ferreiro. Assim, Vulcano era o equivalente romano do deus grego Hefesto. Os romanos também acreditavam que Vulcano representava os poderes destrutivos e fertilizantes do fogo.
Vulcano era filho de Júpiter e Juno. Ele nasceu com o rosto vermelho e desfigurado e foi abandonado pela mãe. Com efeito, ele foi jogado de um penhasco e acolhido por Themis como seu filho quando caiu no mar. A água então se tornou seu novo lar. Certa vez, ele encontrou na praia os restos de uma fogueira deixada por alguns pescadores. As brasas incandescentes o enfeitiçaram, então ele levou as brasas para casa e ficou olhando para as chamas.
Ele observou que metais como ouro, prata e ferro suavam quando trazidos para perto do fogo. Depois que o metal esfriou, ele o transformou em correntes, pulseiras, escudos, espadas e muito mais. Como um gesto de amor, Vulcano fez colheres e facas com cabo de pérola para Thetis, sua mãe adotiva. Ademais, ele criou uma escrava dourada que desempenhava várias tarefas para ele.
9. Mercúrio – Deus do Dinheiro e da Poesia
Mercúrio é um deus romano significativo, pois ele representa sorte, comércio, viajantes, poesia, trapaça e ladrões. Além disso, acredita-se que ele guie as almas para o submundo.
De acordo com a mitologia romana, ele era filho de Júpiter e Maia. Ele é retratado em ídolos e pinturas segurando um caduceu na mão esquerda, assim como seu homólogo grego Hermes, que recebeu uma varinha mágica do deus do sol, Apolo, que depois se transformou em um caduceu. Ademais, como o deus do comércio, Mercúrio era representado em duas moedas de bronze antigas da República Romana, a semuncia e os sextanos.
10. Baco – Deus do Vinho e da Fertilidade
Inspirado no estilo do deus grego Dionísio, Baco era filho da mortal Semele e do rei dos deuses, Júpiter. Semele foi enganado por Juno para vê-lo em sua forma divina. Como resultado, Semele morreu depois de ver a forma real do deus. Júpiter então costurou Baco, seu filho ainda não nascido, em sua coxa, carregou-o por nove meses e, finalmente, deu à luz a ele.
Na mitologia romana, Baco representa a agricultura, vinho e fertilidade, e suas plantas incluíam vinhas e hera venenosa. Ele carregava um cajado coberto de pinha. Seus seguidores eram sátiros e mênades com pés de cabra e damas selvagens que se destacavam durante suas celebrações.
Por fim, na arte, ele é visto como uma criança de cabelos cacheados bebendo vinho, ou um homem muito bêbado, às vezes sendo levado para a cama por ninfas e sátiros. Às vezes, ele é retratado como um jovem vestindo nada além de uma coroa de uvas e folhas de videira.
Então, agora que sabe mais sobre a mitologia romana, clique e leia: Nome dos planetas – Origem, história e relação com a mitologia
Fontes: Hipercultura, Infoescola, Toda Matéria
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