Em primeiro lugar, o Nevoeiro de Londres teve início no dia 5 de dezembro de 1952. Basicamente, um grande nevoeiro cobriu a cidade de Londres, como consequência da poluição atmosférica. Entretanto, esse fenômeno entrou na história como um dos maiores desastres ambientais da história britânica.
No geral, as razões por trás desse evento se mantiveram misteriosas por seis décadas. Porém, cientistas recentemente encontraram a origem do nevoeiro, responsável pela morte de 12 mil homens e a hospitalização de 150 mil pessoas. Apesar dos anos decorridos do Nevoeiro de Londres, esse acontecimento ainda é estudado para se entender as mudanças climáticas no mundo.
Por outro lado, grande parte das pesquisas tentam lidar com as consequências do fenômeno, principalmente as sequelas nos sobreviventes. Além disso, a investigação científica e o evento como um todo inspirou produções culturais, como o livro O Nevoeiro de Stephen King que tornou-se também um filme.
O que causou o Nevoeiro de Londres
Antes de mais nada, o Nevoeiro de Londres foi interpretado inicialmente como um evento climático comum. Nesse sentido, cabe ressaltar que o clima londrino envolve neblinas, chuvas constantes e dias nublados de forma constante. Entretanto, o que a princípio parecia um nevoeiro comum começou a ter uma cor amarelada e um forte odor.
Gradativamente, o nevoeiro passou a ter cores diferentes e cheiros ainda mais forte. Sobretudo, os moradores da época descrevem que no dia seguinte após o início do fenômeno, o ar estava com uma cor de sopa de ervilha e fedendo a lixo a céu aberto. Ademais, os relatos apontam que a visibilidade foi ficando cada vez pior e que respirar era difícil.
Em resumo, o Nevoeiro durou torno de cinco dias, somente desaparecendo no dia 9 de dezembro. A princípio, os cientistas associam a autoria do Grande Nevoeiro de Londres à poluição, mais especificamente ao carvão. Basicamente, o vilão responsável por esse evento climático foi o carvão, aliado às condições climáticas de um outono muito frio na região.
Primeiramente, os londrinos costumavam usar do carvão como forma de aquecimento, tanto em casas quanto em indústrias. Desse modo, a chegada de uma frente fria da Europa continental durante o outono fez com que se iniciasse um processo de queima intensiva de carvão. Porém, o material utilizado na época era de baixa qualidade, pois o país ainda se recuperava da Segunda Guerra Mundial.
Por outro lado, para além do aquecimento das indústrias, grande parte das fábricas utilizava o carvão para operação dos maquinários. Além disso, os carros utilizavam diesel para circular na rua e era grande o número de locomotivas a vapor. Sendo assim, toda essa configuração deu início ao Nevoeiro de Londres.
Como aconteceu esse fenômeno?
Sobretudo, o trabalho da equipe liderada por Renyi Zang, da Universidade do Texas A&M, foi responsável por mapear as origens e processos do Nevoeiro de Londres. Desse modo, o trabalho publicado na revista científica Proceedings of the National Academies of Sciences partiu das análises atmosféricas em duas cidades chinesas.
Em resumo, Xian e Pequim também estavam propensas à poluição, mas a pesquisa ainda contou com experimentos no laboratório. Desse modo, foi identificado que, durante o fenômeno climático em Londres o ar apresentava uma forte concentração de sulfato. No geral, o sulfato é a partícula de ácido sulfúrico, o que explicou a mudança na tonalidade e odor do nevoeiro.
Além disso, por meio dessa constatação foi possível compreender os efeitos nocivos à saúde humana. Nesse sentido, os pesquisadores identificaram que em situações de neblina, o sulfato fica acumulado em gotas de água por causa de interações químicas. Em especial, esse processo acontece quando o sulfato entra em contato com o dióxido de enxofre e de hidrogênio.
No geral, essas substâncias são produzidas por meio da queima de carvão. Porém, também são percebidas na queima de óleo e no escapamento de veículos. Sendo assim, um conjunto de reações químicas envolvendo o sulfato e essas substâncias levou a uma formação de uma neblina ácida e corrosiva.
Dessa maneira, as partículas corrosivas tendem a cobrir todas as superfícies que entram em contato, incluindo o pulmão humano. Por fim, essa cadeira reativa das substâncias explica a toxidade do Nevoeiro de Londres.
Quais foram as consequências do Nevoeiro de Londres?
Em primeiro lugar, durante os cinco dias do Nevoeiro de Londres houve um alto número de hospitalizações. Atualmente, e de acordo com o que se sabe, foram cerca de 150 mil hospitalizações. Porém, ainda houveram 12 mil mortes de homens, mulheres e crianças.
No geral, as hospitalizações e mortes foram motivadas principalmente por problemas pulmonares ou respiratórios. Sobretudo, as pesquisas mostram diagnósticos recorrentes de broncopneumonia e bronquite purulenta aguda.
Desse modo, estima-se que mais de mil toneladas de partículas de fumo, 140 toneladas de ácido clorídrico e 37o toneladas de dióxido de enxofre foram liberadas no céu de Londres durante o nevoeiro. Consequentemente, o adoecimento massivo levou a uma série de sequelas que ainda são estudadas atualmente, até em um nível genético.
A princípio, uma das consequências mais importantes do Nevoeiro de Londres foi a adoção do Clean Air Act. Em resumo, esse é um documento com medidas para redução do dióxido de enxofre e fumos provocados pela queima do carvão. Por fim, também houve o início de um movimento ambiental na Europa, de modo a defender a limpeza do ar.
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Fontes: Aventuras na História | Gizmodo | DN | Observador
Imagens: Aventuras na História | Pinterest | Observador