Nix, conforme a história da mitologia grega, era considerada uma das Deusas Primordiais sendo a personificação da noite profunda. Segundo a teogonia de Hesíodo, poema mitológico em 1022 versos hexâmetros escrito por Hesíodo no século VIII-VII a.C, a deusa Nix é citada, principalmente na narração do nascimento dos deuses gregos.
Com efeito, Nix também é vista como defensora das bruxas e feiticeiras e, além disso, deusa dos segredos noturnos. Ademais, controla a vida e a morte dos homens e dos deuses, atraindo respeito e temor. Assim sendo, até Zeus, deus dos trovões, a respeitava.
Origem
Primeiramente, antes de mais nada, Nix é filha de Caos e a segunda figura a surgir do vazio, e, logo depois, seu irmão gêmeo Érebo, cuja personificação é a escuridão. Em seguida, aparece Gaia, a personificação da Terra, Tártaro, a personificação das trevas e Eros, a personificação do amor e da criação. Sendo assim, irmãos de Caos.
Em suma, Nix, assim como Hades, deus grego do submundo, ficava invisível ao usar um capuz. No entanto, a deusa da noite também surge em duas versões distintas. Ou como uma deusa benéfica simbolizando a beleza da noite ou como cruel mediante maldições e terror. Além disso, ela também é recebeu o título de Deusa da Morte, ou seja, a primeira rainha do mundo das Trevas.
Em virtude de dons proféticos, Nix foi responsável pela criação da arma que Gaia entregou a Cronos para destronar Urano. Contudo, a deusa conhecia o segredo da imortalidade dos Deuses podendo tirá-la e transformar um Deus em mortal. Não obstante, foi o que fez com Cronos logo após ser destronado por Zeus.
Simbolismo
A mitologia ainda traz que Nix recebeu outros nomes gregos, por exemplo Eufrone e Eulalia, ou seja, “Mãe do bom conselho”. Em síntese, não há uma certeza sobre a localização do seu império, haja vista que alguns indicam o norte do Ponto-Euxino, no país dos Cimérios.
Em contrapartida, outros falam da Espanha, – a Esméria. Na Itália, sobretudo, os povos viam Nix tanto coberta por estrelas acima da cabeça e archote derrubado, quanto também a representação de uma mulher nua, com longas asas de morcego e um facho de luz na mão.
Contudo, outro simbolismo atribuído a Nix era com uma coroa de papoulas e um manto negro, estrelado. Na mitologia grega, basicamente, a papoula estava associada a Hipnos, o deus do sono e filho de Nix. Ademais, era sua planta eleita e, portanto, representado com os frutos na mão.
Eventualmente, também há registros que de Nix aparece em um carro arrastado por cavalos pretos ou por dois mochos. E ainda assim, a deusa da noite cobre a cabeça com um véu estrelado e uma lua minguante na testa ou como brincos.
Ademais, outras versões trazem a deusa da noite no mundo subterrâneo, entre Hipnos e Tânatos, seus dois filhos. Logo, a representação de um garoto travando-lhe uma tocha, símbolo do crepúsculo. Pelo contrário, a versão dos romanos mostra sua representação ociosa e adormecida.
Por fim, dentre todo o simbolismo, constata-se que há uma mistura de pesadelos, demônios e monstros. Sendo assim, é por meio do inconsciente no sono noturno que surgem as criaturas.
Filhos de Nix
Resumidamente, os filhos de Nix retratavam a hierarquia em poder para os deuses. Destaca-se que muitos deles eram divindades do mundo subterrâneo e ligados a forças irredutíveis. Entretanto, alguns descendentes da deusa da noite são abstrações personificados e há variaçoes sobre seus respectivos mitos.
Na tradição Órfica, basicamente, o universo e deuses primordiais vieram do Ovo Cósmico de Nix. Entre alguns poetas Nix era vista como mãe de Urano e de Gaia. Por conseguinte, Hesíodo se referiu a ela como Mãe dos Deuses e junto a Érebo precediam tudo.
Os filhos de Nix, por fim, são poderosos e habitam o mundo inferior. Assim, detém poderes e forças. A história diz que Nix se uniu ao seu irmão gêmeo Érebo, e teve dois filhos: Éter e Hemera. Após isso, a deusa gerou outros filhos sem união com outro ser.
Lista dos filhos da deusa da noite:
- Moros – personificação da sorte e do destino;
- Queres ( Daemones) – personificação da morte violenta e da fatalidade;
- Tânato – personificação da morte e irmão gêmeo de Hipnos;
- Hipnos – personificação da sonolência e o deus do sono, irmão gêmeo de Tânato;
- Os Oniros – mil personificações dos sonhos;
- Momos – personificação do sarcasmo e da ironia;
- Oizus – personificação da tristeza, angustia e miséria;
- As Hespérides – deusas primitivas e representam a primavera o espírito de fertilidade da natureza;
- As Moiras – três irmãs impiedosas e deusas do destino;
- Nêmesis – personificação do destino e vingança divina;
- Apáte – personificação da fraude e engano;
- Filotes (Daemon) – personificação da amizade e carinho;
- Geras (Daemon) – personificação da velhice;
- Éris – deusa da discórdia;
- Lyssa – personificação da ira e da loucura produzida pela raiva;
- Epifron (Daemon) personificação da prudência, atenção e cuidado;
- Hécate – deusa da magia negra e bruxaria;
- Éter – Deus Primordial do céu acima do céu e do ar puro respirado pelas divindades;
- As Erínias – três irmãs que personificam a vingança, conhecidas também com As Fúrias;
- Hemera – Deusa Primordial da luz;
- Caronte – barqueiro do mundo dos mortos;
- Morfeu – deus dos sonhos.
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