Os Trapalhões foram um grupo cômico que se tornou um dos maiores fenômenos da TV e de bilheteria do cinema popular brasileiro. Desse modo, o quarteto era formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Para esclarecer, tudo começou em 1966, quando os humoristas Renato Aragão (Didi) e Manfried Sant’Anna (Dedé) estrearam um programa de humor exibido pela TV Excelsior, chamado Adoráveis Trapalhões.
Além da dupla de comediantes, o programa televisivo contava com o “galã” Wanderley Cardoso, o “diplomata” Ivon Curi e o “estourado” Ted Boy Marino, entre outros personagens. Entretanto, este elenco acabou se dissolvendo, restando apenas o quarteto formado por Didi, Dedé, Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum e Mauro Gonçalves – o famoso Zacarias.
História
O primeiro programa de Os Trapalhões foi ao ar em 1974, quando o produtor Wilton Franco lançou o humorístico na antiga TV Tupi. Como resultado, o programa era exibido aos domingos, inclusive batendo a audiência de outras emissoras concorrentes. Contudo, diante dos fortes indícios de falência da emissora, o grupo migrou para a Rede Globo a convite de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, conhecido como Boni.
Uma vez que eles mudaram de emissora, o primeiro desafio foi com relação ao contrato. Na época, o humorista Renato Aragão escreveu um documento de três páginas, com exigências para integrar o elenco da emissora carioca, entre elas escolha de diretores e redatores e outras regras.
Após o contrato ser acatado por Boni, houve a pré-estreia do grupo no canal dentro da Sexta Super. Posteriormente, a estreia oficial aconteceu no domingo, dia 13 de março de 1977 antes do Fantástico. O programa contava com esquetes, bem como números musicais e participação de convidados.
Com efeito, o programa era marcado por comédias dos gêneros pastelão e chanchada. Ademais, os integrantes do grupo, principalmente Renato Aragão, fazia paródias com os convidados, além de gravar esquetes inspiradas em cenas e fatos do cotidiano.
Os anos de ouro de Os Trapalhões
O aniversário de 15 anos do grupo foi em 28 de junho de 1981 grupo. A data foi celebrada com um especial que durou sete horas, e contou com a participação de atores da Globo, campanha de doação de órgãos, bem como bolsas de estudos e outras ações sociais. No ano seguinte, os programas passaram a gravados com a participação de plateia.
Já em 1983, o grupo passou a fazer gravações externas e ainda lançou a campanha Nordeste Urgente (campanha que precedeu o atual Criança Esperança). Por conseguinte, no mesmo ano Renato Aragão se afastou temporariamente dos demais integrantes, que migraram para o programa A Festa é Nossa, enquanto Didi, apresentava os Trapalhões sozinho.
Depois que o quarteto ressurgiu nas telinhas, o programa emplacou com ainda mais sucesso. Portanto, o período de 1984 a 1989 foram os ‘anos de ouro’ do grupo dos Trapalhões. Os programas contaram com diversos convidados especiais com Chico Anysio, e o grupo Balão Mágico. Além disso, o humorístico também teve esquetes gravadas fora do Brasil e ainda teve sua identidade visual foi renovada.
O especial de 20 anos do grupo, em 1986, foi comemorado junto com a primeira edição do Criança Esperança”. Já, o ano de 1988, foi marcado por um novo quadro no programa, o Quartel Trapalhão, com a participação de Roberto Guilherme, mais conhecido como Sargento Pincel, alavancando a audiência da emissora.
O fim do programa
No entanto, apesar de todo o sucesso, no ano seguinte o grupo sofreu uma perda irreparável com a morte de Mauro Gonçalves, o Zacarias. O humorista faleceu de insuficiência respiratória, um pouco antes do inicio da nova temporada do programa. Após o triste acontecimento, Os Trapalhões voltou ao ar com diversas mudanças, tanto no elenco como no cenário e nos conteúdos das gravações.
Mesmo ainda se recuperando da recente perda de Zacarias, em 1994, o grupo sofreu mais uma baixa. O saudoso Mussum faleceu devido à problemas cardíacos no dia 29 de julho daquele ano. Inclusive, nesse ínterim, Renato Aragão pensou em sair do grupo e encerrar sua carreira.
Como consequência e em meio à crise de elenco, o programa passou a exibir reprises dos melhores momentos, até as gravações serem retomadas. Foi então, que no ano seguinte, Didi e Dedé – os únicos membros que restaram dos Trapalhões originais – estrearam a nova temporada do programa com tudo diferente. Todavia, não foi suficiente para mantê-lo no ar, sendo encerrado de maneira definitiva em 27 de agosto de 1995.
Após o fim do grupo, Didi fez carreira solo na Rede Globo em programas dominicais com as Aventuras do Didi e A Turma do Didi, além de protagonizar filmes e especiais para a TV. Por outro lado, Dedé estreou no Comando Maluco, exibido no SBT nos anos 2000, retornando à Globo em 2017 para o reboot dos Trapalhões. Curiosamente, o programa entrou no Guinness Book – Livro dos Recordes como o programa humorístico televisivo de maior duração.
Os Trapalhões no cinema
Por fim, o elenco do programa de maior sucesso da televisão brasileira, também participou de uma série de filmes muito bem sucedidos no cinema. Dessa forma, os campeões de bilheteria foram “Os Saltimbancos Trapalhões”, “Os Vagabundos Trapalhões”, além de “A Princesa Xuxa e Os Trapalhões”, entre outros. Atualmente, os filmes produzidos pelo grupo, estão disponíveis em diversas plataformas de streaming pagas e gratuitas na web, como por exemplo a NetMovies.
Filmografia (principais filmes dos Trapalhões)
Lançamentos Anos 90 e 2000
O Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood
Comédia/Musical, 98 min, 2017
Simão o Fantasma Trapalhão
Comédia, 92 minutos, 1998
Os Trapalhões e a Árvore da Juventude
Comédia, 100 minutos, 1991
Lançamentos Anos 80
A Princesa Xuxa e os Trapalhões
Comédia, 112 minutos, 1989
Os Trapalhões na Terra dos Monstros
Comédia, 91 minutos, 1989
O Casamento dos Trapalhões
Comédia, 86 minutos, 1988
Os Heróis Trapalhões – Uma Aventura na Selva
Comédia, 90 minutos, 1988
Os Fantasmas Trapalhões
Comédia, 90 minutos, 1987
Os Trapalhões no Auto da Compadecida
Comédia, 96 minutos, 1987
Os Saltimbancos Trapalhões
Comédia, 95 minutos, 1981
Os Três Mosqueteiros Trapalhões
Comédia, 99 minutos, 1980
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Fontes: Letras, Jornal Cruzeiro, Veja, O Povo, Memória Globo
Fotos: Estrelando/TV