Em 2017 foi lançado o filme, ‘Z A Cidade Perdida’, cujo enredo conta a história do explorador britânico Percy Fawcett, que desapareceu misteriosamente em 1925. Isso aconteceu quando Fawcett buscava encontrar um portal para a tão cobiçada Cidade Z, também conhecida como Cidade Abandonada. Ademais, acreditava-se que o local ficaria na Serra do Roncador, mais de 500 km de Cuiabá, capital de Mato Grosso.
Dessa forma, obstinado a encontrar o portal para a civilização antiga, o explorador britânico, acompanhado de seu filho mais velho, Jack Fawcett e do amigo Raleigh Rimmell foram em busca da Cidade Z. Desaparecendo sem deixar rastros, o que fez com que o explorador ficasse sendo conhecido no mundo todo. Dessa forma, várias histórias, livros e personagens foram inspirados em sua vida de aventuras. Inclusive, o personagem Indiana Jones, de Steven Spielberg.
Desde a chegada dos europeus ao ‘Novo Mundo’, surgiram inúmeros relatos sobre cidades lendárias cobertas com ouro e pedras preciosas. Com isso, muitos exploradores foram em busca de aventura e riquezas, onde alguns desapareceram durante a exploração. E não foi diferente com Percy Fawcett, que realizou sete expedições pela até então desconhecida floresta Amazônica. No entanto, a cidade perdida Z nunca foi encontrada.
Mas, por outro lado, inúmeras cidades e restos de antigos sítios religiosos foram descobertos nas últimas décadas nas selvas da Guatemala, Brasil, Bolívia e Honduras. Enfim, com toda a tecnologia disponível atualmente, quem sabe, um dia a cidade Z não possa ser encontrada.
Percy Fawcett: Quem foi
Antes de se tornar o famoso explorador e um símbolo histórico, Percy Harrison Fawcett foi um militar de formação, que serviu na Ásia, África, Europa e na América do Sul. Em suma, Fawcett nasceu em 18 de agosto de 1867 em Torquay, Inglaterra, onde iniciou seus estudos no Newton Abbot Proprietary College. Posteriormente, frequentou a Academia Militar Real como cadete, se tornando tenente da Artilharia Real em 1886. Ademais, em 1887, já como capitão, serviu em missões em Malta, Hong Kong, Tricomalee e Ceilão. Onde conheceu Nina Paterson, com quem se casou e teve três filhos: Jack, Brian e Joan.
No entanto, seu espírito aventureiro foi herdado de seu avô paterno, que foi membro da Royal Geographic Society (RGS). Além de seu irmão mais velho, que era alpinista e autor de populares romances de aventura e filosofia. Dessa forma, seguindo os passos de seu avô, Fawcett ingressou no RGS em 1901, para estudar mapeamento e topografia.
Ademais, em 1905, foi promovido a major após servir por 3 anos na África Meridional, onde aprendeu técnicas de sobrevivência na selva. Inclusive, foi nessa época que ele conheceu Sir Arthur Conan Doyle. Que posteriormente usaria os arquivos deixados por Fawcett sobre o território da Amazônia, como inspiração para seu famoso romance ‘O Mundo Perdido’.
Percy Fawcett: paixão pela exploração
Tudo começou em 2 de maio de 1906, quando Percy Fawcett foi enviado pela Royal Geographic Society para ajudar o Brasil e a Bolívia no mapeamento da fronteira da Floresta Amazônica. Na época, o explorador tinha 39 anos e era coronel. Em suma, o período que passou mapeando a floresta despertou a paixão de Fawcett pelo local. Dessa forma, entre os anos de 1906 e 1924, ele liderou sete expedições. Onde explorou milhares de quilômetros da Amazônia e ainda ajudou a redesenhar o mapa da América do Sul.
No entanto, o território era em sua grande parte inexplorado, com mata cerrada e de difícil acesso. Além disso, havia tribos indígenas que não falavam português ou espanhol que viviam de maneira natural e nem sempre eram amigáveis. No entanto, as expedições lideradas por Fawcett resultaram em incríveis descobertas, sobre a riquíssima fauna e flora encontrada nos 6 mil quilômetros de extensão da Floresta Amazônia.
Além de todo o conhecimento adquirido em suas explorações, Fawcett também se deparou com o lado obscuro e misterioso da Amazônia. Por exemplo, a exploração do trabalho dos seringueiros, a extração de borracha, comercialização de escravos indígenas para trabalhar em seringais e minas, além da execução deles.
Por fim, durante suas expedições, Fawcett conviveu com comunidade indígenas, com quem aprendeu sobre os costumes e a cultura. Mas, as aventuras nem sempre eram tranquilas, pelo contrário, era muito difícil e cheia de obstáculos, onde Fawcett e sua equipe viram a morte de perto inúmeras vezes.
No entanto, ele nunca desistia e seu fascínio só aumentava, principalmente após se deparar com inscrições em um alfabeto desconhecido, no Ceilão, atual Sri Lanka. Que eram semelhantes a outras encontradas em uma suposta cidade perdida na Bahia, Brasil. Então, ele decidiu que acharia essa tal cidade.
A Cidade Perdida Z
Em 2011, com a descoberta da cidade inca Machu Picchu, o fascínio de Percy Fawcett pelo desconhecido se intensificou. Além disso, rumores sobre uma cidade secreta nas selvas do Chile feita de ouro e prata, despertaram o espírito aventureiro do explorador. Então, em 1912, Fawcett formulou teorias sobre a existência de uma cidade chamada ‘Z’, que ele acreditava se tratar do berço da civilização.
Entretanto, em 2014, quando ia dar início a expedição, ele foi convocado para servir o exército britânico como oficial reserva da artilharia real na Primeira Guerra Mundial. Dessa forma, ele usou seu tempo para estudar mais sobre a história brasileira, assim como a arqueologia local e arquivos.
Então, em 1920, ao retornar ao Brasil, organizou a tão sonhada expedição exploratória através de um acordo com o então presidente, Epitácio Pessoa. Mas, não achou nada na Bahia, partindo para o Mato Grosso, em busca da cidade Z. Em suma, Fawcett acreditava que a cidade teria sido criada por descendentes da cidade lendária Atlântida, formada por cartagineses, fenícios ou povos gregos. Enfim, devido a tempestades no Centro-Oeste, a primeira missão fracassou, o que não impediu que Fawcett continuasse com suas tentativas. Dessa forma, foram sete expedições realizadas por ele em busca da Cidade Z, sem obter sucesso.
A última expedição de Percy Fawcett
Em 20 de abril de 1925, financiado pelos jornais, aos 57 anos, Percy Fawcett, juntamente com seu filho mais velho, Jack e seu amigo Raleigh Rimell e mais dois trabalhadores brasileiros saíram de Cuiabá. Cujo destino era a selva Amazônica. Em suma, durante toda a viagem, por onde passava Fawcett documentava tudo e enviava ao jornal.
Ademais, no dia 29 de maio daquele ano, o explorador britânico e sua equipe chegaram até um território ainda inexplorado. Sendo que, seu último relato foi entregue aos peões da fazenda do coronel Hermenegildo Galvão. Onde ficaram hospedados antes de seguir para o Norte em direção ao território dos índios Xingu.
Juntamente com seu último relato, Fawcett enviou uma mensagem para sua esposa Nina, que dizia: “Esperamos atravessar esta região em poucos dias …. Nós não podemos temer qualquer falha.” Então, ele e seus companheiros sumiram sem deixar rastros, e mesmo após inúmeras missões de resgate, nunca foram encontrados. Pois, com medo de que descobrissem a cidade antes dele, Fawcett nunca divulgava sua localização exata.
Enfim, seus corpos nunca foram encontrados, portanto, não se sabe ao certo o que realmente aconteceu. De acordo com Fawcett, a cidade Z estaria na região da Serra do Roncador, local onde há vestígios de arte rupestre. Além de teorias sobre tesouros indígenas enterrados desde antes da época colonial.
Então, se você gostou dessa matéria, também vai gostar dessa: Cidade de Petra – História e curiosidades sobre a cidade perdida
Fontes: Aventuras na História, Viagem em Pauta, Uol, Mega Curioso
Imagens: Escriba Café, Wikipedia, Notívagos