A depressão é considerada o mal do século 21. Ela afeta mais de 300 milhões de pessoas pelo mundo todo neste exato momento, segundos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, estima-se que no minimo 11 milhões de pessoas estejam sofrendo com a doença, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números indicam que existem grandes chances de você, que está me lendo, estar convivendo com essa doença.
A depressão cresce, principalmente, nos países mais desenvolvidos. Além disso, ela atinge pessoas cada vez mais jovens. Crianças e adolescentes não escapam da estatística. Ainda não existe consenso sobre a gravidade da doença, porém, sabe-se que ela pode tirar a vida de uma pessoa através do suicídio.
Consequentemente, se a depressão cresce, a pesquisa e o estudo sobre ela também aumenta no mundo ocidental. Alguns pesquisadores descobriram que pode-se notar a depressão pela voz.
Depressão pela voz
Um novo programa de computador foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC). Ele analisa o comportamento de um paciente pela voz. “Nós nos interessamos principalmente por um sintoma que, com o tempo, os médicos perceberam que é comum nos pacientes que sofrem de depressão: uma voz monótona, plana, sem expressão”, disse em entrevista à BBC Stefan Scherer, professor do Instituto de Tecnologias Criativas da USC e um dos pesquisadores do projeto.
Uma série de exercícios de expressão orais são realizados, com a intenção de alcançar um diagnóstico. “Elas arrastam a fala, gaguejam, fazem pausas mais longas, não se esforçam direito para falar como fazem as pessoas sem depressão. A lentidão psicomotora é um dos sintomas da depressão e, sem dúvida, afeta a fala. A coordenação de músculos para produzir a fala é algo bastante complexo”, explicou o pesquisador.
Ferramenta contra a depressão
A máquina causou desconforto na comunidade médica e psicológica, uma vez que foi encarada como substituta de pessoas. Ela entraria no lugar do médico para fazer o trabalho de diagnosticar. Diante tais acusações, os pesquisadores foram rápidos em afirmar que a máquina será apenas uma ferramenta para auxilio dos médicos, e não um substituto – menos ainda, um substituto de terapia psicológica.
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Fonte: BBC