Realizado em 3 de setembro (de 2017), o teste nuclear da Coreia do Norte deixou o mundo inteiro em alerta, assim como um série de outros exercícios militares ostensivos que o país vem praticando.
Mas, o problema do teste nuclear, de forma específica, é que mesmo meses após as explosões, tremores de terra tem sido sentidos na área de provas de Punggye-ri, uma zona de montanhas no noroeste do país. Um bom exemplo disso foi o terremoto de magnitude 6,3, sentido na superfície mais de 90 dias depois dos teste nuclear da Coreia do Norte.
E esse não foi a única vez que o solo tremeu em decorrência das explosões. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, em inglês), no sábado (9 de dezembro), duas réplicas de abalos foram identificadas no subsolo: um com magnitude 2,9, e outro, com magnitude 2,4.
Por que o teste nuclear da Coreia do Norte ainda produz tremores?
Segundo especialistas do USGS, quando um grande teste nuclear acontece, a crosta da Terra ao redor da região acaba se movendo e, por causa de uma reação bem parecida com a inércia, esse movimento demora a desaparecer. Aliás, semanas ou até meses são necessários para que a movimentação sesse por completo.
E, no caso do teste nuclear da Coreia do Norte, não foi qualquer bomba que explodiu. Como o próprio país afirmou em seus comunicados, o teste foi feito com uma bomba de hidrogênio, muito mais poderosa que a bomba atômica.
Por causa disso, o especialistas explicam que tremores de terra como o de magnitude 6,3 e as réplica seguintes com magnitude decrescentes são comuns e até mesmo esperados à medida que a rocha continua se movendo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, depois dos testes nucleares que aconteceram em Nevada, réplicas de abalos sísmicos também foram registradas. A diferença, segundo os pesquisadores, é que as investigações no local mostraram tremores muito menos potentes e em menor número que os causados pelo teste nuclear da Coreia do Norte.
A região do teste pode desaparecer?
Sobre o estado do local de testes norte-coreano, os especialistas americanos explicam que quanto mais explosões tiverem no local, mais energia será liberada e maior será o estresse distribuído, assim como as rochas rompidas.
Logo, a região de Punggye-ri pode ser terrivelmente danificada ou até mesmo destruída, assim como o sistemas de túneis escavados pelo governo do país nas montanhas ao redor.
E, embora a Coreia do Norte ainda não tenha deixado claro se os abalos inutilizaram por completo o local de testes, o governo já anunciou que a próxima prova com mísseis não será subterrânea.
Os tremores podem despertar um vulcão?
Outra polêmica envolvendo o teste nuclear da Coreia do Norte é a possibilidade ou não dos abalos sísmicos despertarem o vulcão ativo do Monte Peaktu, uma montanha considerada sagrada pelos norte-coreanos.
Mas, sobre isso, os especialistas americanos acreditam que não exista risco iminente de desencadear uma explosão. Aliás, a última vez que o vulcão entrou em erupção foi em 1903.
Conforme os estudiosos, indubitavelmente, os abalos sísmicos golpeiam o vulcão e o magma embaixo dele, mas é improvável que essa energia seja suficiente para dar início a uma erupção.
No próprio Estados Unidos, por exemplo, depois dos teste em Nevada, não foi possível comprovar a ligação entre as explosões e a atividade vulcânica de áreas próximas, como a da montanha Timber e a da caldeira de Long Valley, na Califórnia.
Um único estudo recente sobre o assunto, publicado pela revista científica Nature em 2016, mostrou que seria necessário um teste nuclear de magnitude 7,0 para que suas ondas sísmicas produzissem mudanças de estresse significativas para interferir em uma atividade vulcânica. Então, ao que tudo indica, pelo menos nesse aspecto a Coreia do Norte não corre perigo.
E você, o que acha desse assunto? E melhor: o que acha que a Coreia do Norte está tramando com um teste nuclear tão potente? Não deixe de nos contar sua opinião nos comentários!
Agora, falando em Coreia do Norte, você vai ficar ainda mais chocado com esse país e seu governo depois de conferir esse outro post aqui: 8 coisas comuns que dão pena de morte na Coreia do Norte.
Fonte: BBC