O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é uma data reconhecida pela ONU, comemorada em centenas de países. Mas, até isso acontecer, houve um longo caminho em que não faltaram polêmicas ideológicas e desinformação; além de que as fontes históricas nem sempre são coincidentes sobre os fatos.
No Dia da Mulher, é comum que flores e chocolates sejam distribuídos como forma de comemorar a data. Isso, de certa forma, amenizou um pouco a importância da data como corolário de lutas e conquistas de direitos e equidade salarial, por exemplo, que continuam.
A “normatização” da data, como se fosse um novo “dia das mães” ou das crianças, dilui um pouco as centenas de anos em que a luta das mulheres se desenvolveu: do direito de voto, das sufragistas, aos reprodutivos; da equiparação salarial ao combate à violência de gênero.
Quando surgiu essa data comemorativa?
O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março, tem suas origens no final do século XIX e início do século XX, isto é, quando as mulheres começaram a reivindicar por direitos trabalhistas, políticos e sociais. Então, o direito de voto era a principal reivindicação do movimento sufragista. Na maioria dos países, as mulheres não tinham sequer o direito de votar ou, muito menos, de serem votadas.
Em 28 de fevereiro de 1908, nos Estados Unidos, ocorreu uma manifestação de mulheres em prol de melhores condições de trabalho e direito ao voto. Essa manifestação ficou conhecida como “Marcha das Mulheres de Nova York”. No ano seguinte, a socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação de um “dia internacional das mulheres”, durante a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague, Dinamarca.
Em seguida, no dia 25 de março de 1911, um grande incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist matou 146 trabalhadores, na maioria mulheres. O incêndio aconteceu no dia 25 de março de 1911, também em Nova York, e teve um peso maior, porém apenas posteriormente. Ainda mais tarde, no dia 8 de março de 1917, cerca de 90 mil operárias russas foram para as ruas reivindicar melhores condições de vida e trabalho. Daí a escolha da data.
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Como o movimento operário influenciou essa data?
O movimento operário teve uma grande influência na criação do Dia Internacional da Mulher em 8 de março. Na virada do século XX, as condições de trabalho nas fábricas eram precárias e os trabalhadores, incluindo as mulheres e crianças, frequentemente trabalhavam longas horas em condições insalubres e perigosas.
As mulheres trabalhadoras, em particular, enfrentavam salários mais baixos do que os homens e muitas vezes eram sujeitas a assédio e exploração. Como resultado, muitas trabalhadoras se juntaram a movimentos operários para lutar por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos.
Assim, o movimento operário teve um papel fundamental na criação da data e na luta das mulheres por direitos e igualdade. Isso, muito embora dentro do próprio movimento operário, nem todos os homens aceitavam a participação feminina, quanto mais a ampliação de direitos delas.
O processo de esclarecimento das classes operárias, assim como as lutas pela mudança de mentalidade dentro do próprio movimento, foram conquistados aos poucos, ao longo dos anos.
Importância do Dia Internacional da Mulher
Em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. A data é comemorada em mais de 100 países, atualmente; entretanto, com datas diferentes em alguns e ignorado em outros.
Desde que o dia foi instituído em 8 de março, as mulheres conquistaram diversos direitos e avanços significativos em diferentes áreas. Alguns exemplos incluem:
- Direito ao voto. Muitos países concederam o direito ao voto para as mulheres no século XX, sendo que algumas nações foram pioneiras nessa conquista, como a Nova Zelândia em 1893.
- Maior participação no mercado de trabalho. As mulheres conquistaram mais espaço no mercado de trabalho, ou seja, a ampliação de oportunidades de emprego e maior igualdade salarial em alguns países.
- Direitos reprodutivos. As mulheres lutaram por direitos reprodutivos, como o acesso à contracepção e ao aborto seguro em alguns países.
- e, direitos civis: As mulheres tiveram importantes conquistas na luta pelos direitos civis; isto inclui a luta contra o racismo e outras formas de discriminação.
Apesar dessas conquistas, ainda há muitos desafios e lutas a serem enfrentados pelas mulheres. Algumas das conquistas que ainda faltam acontecer incluem:
- Igualdade salarial. As mulheres ainda recebem menos do que os homens em muitas áreas, mesmo realizando o mesmo trabalho.
- Maior representação política. Do mesmo modo, elas ainda estão representadas em cargos políticos, em muitos países, de forma minoritária.
- Fim da violência de gênero. A violência contra as mulheres ainda é uma realidade em muitos lugares. Isto inclui a violência doméstica, o assédio sexual e outras formas de violência de gênero.
- Igualdade de acesso à educação e oportunidades. Elas ainda enfrentam desafios no acesso à educação e oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional em alguns países.
Em suma, ainda há muitas batalhas para vencer na luta pela igualdade de gênero e, com certeza, pela plena realização dos direitos das mulheres.
Fonte: Área de Mulher, BBC, Brasil Escola, Toda Matéria
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