Rei Arthur foi um famoso guerreiro britânico de linhagem real que inspirou diversas lendas ao longo do tempo. Mesmo sendo um dos reis mais famosos de todos os tempos, não há indícios suficientes de que ele tenha realmente existido.
Inicialmente, é preciso situar a lenda do Rei Arthur no tempo. As histórias que envolvem o lendário guerreiro se passam nos séculos V e VI. Ou seja, no período medieval. A princípio, os bretãos dominavam a Grã-Bretanha. Contudo, eles foram perdendo espaço após invasões dos saxões.
Apesar de constar como um dos mitos fundadores da Inglaterra, o rei nunca lutou ao lado desse país. Originalmente, Arthur faz parte de uma lenda celta e foi criada no País de Gales. Isso porque, foi para esse país que os habitantes da Grã-Bretanha foram durante as invasões dos saxões.
Além disso, é importante definir de onde vinham os saxões. O povo considerado bárbaro pelos bretões vivia onde hoje está a Alemanha.
A lenda do Rei Arthur
Conforme relatam as muitas lendas, o Rei Arthur seria filho de Uther Pendragon e da Duquesa Ingraine. Seu pai era um estimado guerreiro e chefe dos exércitos bretãos contra as invasões saxãs. Já sua mãe, era da família real da ilha de Avalon, local místico que cultuava uma religião antiga.
Antes de se casar com Uther, Igraine havia sido prometida para outro rei, Garlois, com quem teve sua primeira filha, Morgana. No entanto, o homem morre e a mãe de Arthur recebe uma mensagem do guia espiritual, mago Merlin, de que ela seria a próxima esposa do Pendragon.
Além disso, Merlin disse a Igraine que do seu casamento com Uther nasceria um menino capaz de trazer paz à Bretanha. Isso porque, a criança seria fruto da linhagem real da ilha (por parte da mãe) com princípios católicos e tipicamente ingleses (por parte do pai). Em resumo, Arthur seria a união dos dois universos que formavam a Grã-Bretanha.
No entanto, Igraine ficou resistente com a ideia de deixar seu destino ser manipulado. A fim de que ela concebesse Arthur, Merlin mudou a aparência de Uther para que ele se parecesse com Gorlois. O plano deu certo e a criança que nasceu foi criada pelo mago.
Mas, Arthur não foi criado com seus pais. Logo ao nascer, ele foi mandado para a corte de outro rei, onde não era conhecido. O jovem recebeu treinamento e educação e tornou-se um grande guerreiro. Além disso, ele tinha conhecimento da religião antiga por causa dos ensinamentos de Merlin.
Excalibur
Outra lenda famosa que ronda a história do Rei Arthur é a da Excalibur. Afinal, quem nunca ouviu a história da espada presa em uma pedra que só pode ser retirada pelo verdadeiro herdeiro do trono? Além disso, a arma era a mais poderosa e até seu nome exalava poder, “corta aço”.
Mas, a história é a seguinte. Arthur foi criado na corte de outro rei, isso você já sabe. O filho legítimo desse monarca era Kay, e Arthur virou seu cavaleiro.
Então, no dia da sagração de Kay sua espada quebra e é Arthur quem deve buscar outra arma. Desse modo, o jovem cavaleiro encontra uma espada presa em uma pedra, a Excalibur. Ele retira a arma da pedra sem dificuldade e a leva para seu irmão adotivo.
O pai de adotivo de Arthur reconhece a espada e percebe que, se o cavaleiro conseguiu pegar a arma, certamente ele era de uma linhagem nobre. Desse modo, o jovem toma consciência de sua história e volta para sua terra natal onde passa a ser líder do exército. Conta-se que ele chefiou e venceu 12 grandes batalhas.
Os cavaleiros da Távola Redonda
Após obter a Excalibur, Arthur volta para sua terra natal, Camelot, cujos domínios havia expandido. Por seu poder e capacidade de liderar o exército como ninguém, o rei então reúne diversos seguidores, em sua maioria, outros cavaleiros. Estes confiavam e serviam o rei.
Por isso, Merlin cria um grupo de 12 homens leais a Arthur, são os Cavaleiros da Távola Redonda. O nome não é em vão. Isso porque, eles se sentavam em torno de uma mesa arredondada que permitia que cada um visse uns aos outros e debatesse de forma igualitária.
Estima-se que mais de 100 homens fizeram parte dos cavaleiros, mas 12 deles ficaram mais famosos:
- Kay (irmão de criação de Arthur)
- Lancelot (primo de Arthur)
- Gaheris
- Bedivere
- Lamorak de Galis
- Gawain
- Galahad
- Tristão
- Gareth,
- Percival
- Boors
- Geraint
Além disso, os Cavaleiros da Távola Redonda estão ligados a uma outra lenda muito famosa: o Santo Graal. Isso porque, conta-se que durante uma das reuniões, os homens de Arthur tiveram uma visão sobre o cálice misterioso usado por Jesus na última ceia.
A visão gera uma competição entre os cavaleiros, a fim de encontrar o Santo Graal. Contudo, essa busca levou muitos anos e centenas de incursões por todas as partes da Grã-Bretanha. Além de tudo, apenas três cavaleiros teriam encontrado o objeto sagrado: Boors, Perceval e Galahad.
Casamento e morte do Rei Arthur
Mas, nem só de batalhas viveu o homem que inspirou tantas histórias. Acredita-se que o primeiro filho de Arthur foi Mordred, com sua própria irmã Morgana. A criança teria sido gerada em um ritual pagão da ilha de Avalon, que o rei era obrigado a participar, pois havia feito um juramento.
Apesar disso, Arthur também tinha jurado lealdade à Igreja Católica, por isso aceita se casar com uma jovem escolhida pelas lideranças cristãs. Seu nome era Guinevere e, apesar de prometida ao rei, ela estava apixonada pelo primo do mesmo, Lancelot.
Guinevere e Arthur não conseguiam ter filhos, apesar do rei já ter tido filhos bastardos. Outro fato surpreendente sobre o rei foi sua morte. Acredita-se que ele tenha sido morto por Mordred em uma batalha em Camelot.
Contudo, antes de morrer, Arthur também golpeia Mordred que morre poucos minutos depois. O corpo do rei é levado para a terra sagrada (para a crença pagã) de Avalon onde seu corpo descansa e para onde a espada mágica também é levada.
Curiosidades sobre o Rei Arthur
Por ser uma figura tão poderosa que inspira histórias até hoje, o Rei Arthur possui diversas curiosidades, bem como sua história. Confira algumas abaixo:
1 – Rei Arthur existiu ou não?
Como dito no começo desse texto, não há provas evidentes de que Arthur tenha sido uma pessoa real. Alguns pesquisadores acreditam, contudo, que as histórias associadas ao rei foram, na realidade, vividas por vários monarcas.
As lendas foram escritas em torno do século 12, por dois autores: Geoffrey Monmouth e Chrètien de Troys. Porém não se sabe se eles estavam contando a história de um homem real ou reunindo mitos da época.
2 – O nome Rei Arthur
Acredita-se que o nome Arthur seja homenagem a um mito celta sobre um urso. No entanto, há uma outra teoria que acredita que o nome do rei vem do termo Arcturus, uma constelação.
3 – Achados arqueológicos na Cornualha
Em agosto de 2016, arqueólogos acharam artefatos em Tintagel, na Cornualha, local em que Arthur nasceu. Apesar de não haver provas, especialistas acham que os castelos encontrados no lugar podem provar a existência do grande rei.
4 – Primórdios
O primeiro livro que conta a história do rei Arthur é História dos Reis da Bretanha. O autor foi o já citado Geoffrey Monmouth. No entanto, não há mais informações sobre o que inspirou o escritor.
5 – Mais evidências
Como você já sabe, Arthur teria chefiado e vencido 12 batalhas. Arqueólogos acharam evidências que podem estar relacionadas a um desses conflitos, em Chester, na Inglaterra. Essa evidência é nada mais nada menos que a Távola Redonda.
6 – Onde fica Camelot?
Não há consenso, mas arqueólogos acreditam que seja em West Yorkshire, no Reino Unido. Isso porque, a região seria estratégica para guerreiros, no caso, cavaleiros.
7 – Abadia de Glastonbury
Por fim, há relatos de que em 1911, um grupo de monges achou um túmulo duplo na Abadia de Glastonbury. Os restos mortais no local seriam de Arthur e Guinevere, por causa de inscrições presentes no local. Contudo, nenhum desses vestígios foi encontrado por pesquisadores.
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Fonte: Revista Galileu, Superinteressante, Toda Matéria, Escola Britannica
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