O relacionamento abusivo é aquele que contém um ou mais tipos de violência em sua construção. De forma geral, isso significa um relacionamento que frequenta afeta autoestima, confiança e tranquilidade mental da vítima, seja por violência física ou abuso psicológico.
O abuso pode ser praticado de maneiras variadas, incluindo formas sutis nem sempre associadas a violência numa primeira observação. Por causa disso, é importante estar atento a uma porção de sinais que possam indicar os diferentes tipos de agressão.
Apesar de ocorrer em várias esferas de relacionamentos – como familiar ou profissional, por exemplo – o mais comum é fazer a associação com mulheres vítimas em casos amorosos. Isso porque, segundo a ONU Mulheres, 3 em cada 5 mulheres são vítimas de um relacionamento abusivo, sendo que 41% dos casos acontecem dentro de casa.
Abuso psicológico
Primeiramente, muitas pessoas não conseguem identificar sinais de relacionamento abusivo quando eles não incluem agressões físicas. Além disso, alguns comportamentos perigosos, como ciúme exagerado, são percebidos como corriqueiros e aceitos com frequência.
No entanto, o abuso psicológico também é capaz de oferecer uma série de riscos para a vítima, ou até evoluir para quadros de tortura psicológica. Geralmente ele envolve sentimentos de inferiorização, submissão, dominação, controle, isolamento, etc. Nesses casos, a vítima se vê numa relação de manipulação e dependência, muitas vezes a partir de ações que parecem justificadas, não sendo diretamente ligadas a casos de abuso.
Entretanto, qualquer relacionamento que passe pela privação de liberdade e direitos, bem como inclua episódios de humilhação e constrangimento, pode indicar sinais de abuso.
Principais sinais de relacionamento abusivo
Ciúme exagerado
O ciúme possessivo é muitas vezes associado a uma forma de amor. Ainda que seja natural sentir algum tipo de medo ou insegurança de perder a pessoa amada, quando isso vira motivo para atitudes de controle e ataques, é caso de abrir os olhos na relação.
Controle do parceiro
Muitas vezes associado a comportamentos de ciúme, o controle do parceiro também é comum em relacionamentos abusivos baseados em poder. O abusador parte de conceitos de amor – “é porque te amo muito” – ou proteção – “faço isso para o seu bem” – e passa a querer controlar diretamente o que a outra pessoa pode ou não fazer.
Invasão de privacidade
Em casos de controle excessivo, o agressor pode começar a invadir espaços pessoais do parceiro. Isso inclui desde ler mensagens no celular até episódios de perseguição na vida real. Mesmo que isso seja feito de maneira aberta, pode ser resultado de pressão e coerção, o que também indica tipos de abuso.
Afastamento e isolamento
O abuso psicológico também pode partir de comentários negativos sobre pessoas ao redor da relação. Dessa maneira, o abusador começa a ofender amigos, familiares e conhecido do (a) parceiro (a), exigindo posturas de isolamento que criam cada vez mais dependência dentro do relacionamento.
Chantagem emocional
A chantagem é um tipo de manipulação emocional que pode acontecer em vários níveis. Em casos mais violentos, o agressor pode usar de situações extremas, que vão desde ameaça de término do relacionamento até menção a suicídio. Em relacionamentos abusivos de casais com filhos, é muito comum que eles virem ferramentas de chantagem.
Ameaças
Os casos de ameaças são semelhantes aos de chantagem emocional, já que usam do anúncio de certas situações para gerar medo e insegurança na vítima. Apesar de ameaças de agressão física serem as mais claras, qualquer indício de que a pessoa esteja dando sinais de algum tipo de barganha ou agressão, já deve ser motivo de alerta.
Ataque à autoestima
A partir de uma série de críticas construídas sobre a personalidade e aparência da vítima, o abusador consegue manipular e destruir completamente sua confiança e autoestima. Além disso, o comportamento pode ter início com a premissa de piada e brincadeira, mas chega em pontos que a vítima acredita nas informações, não vendo possibilidade de alguém além do atual parceiro oferecer algum tipo de amor.
Invalidação de sentimentos
Assim como a própria imagem da vítima de relacionamento abusivo pode ser destruída, todos os seus sentimentos podem ser negativados. Isso acontecem em situações em que reclamações ou frustrações apresentadas numa relação são invalidados, a partir de justificativas como “isso não é nada”, “isso é besteira” ou “isso é coisa da sua cabeça”.
Controle financeiro
Muitas vítimas de relacionamento abusivo continuam na relação por uma dependência financeira desenvolvida entre o casal. A partir do momento em que só uma pessoa controla a renda, acaba exercendo domínio sobre grande parte do que a outra pessoa pode ou não fazer. Se somente uma das partes tem poder de decisão sobre escolhas que afetam todos os envolvidos, pode haver situação de abuso.
Destruição de objetos pessoais
Algumas relações abusivas não contam com agressão física propriamente, mas agressão a objetos materiais do outro. Isso pode partir desde o controle do acesso ao objeto, a uma destruição física real. Nesses casos, o ataque à posse pode servir para privar a vítima de algo, controlar suas ações ou gerar algum tipo de dano emocional.
Barganha sexual
Muitos abusadores exigem relações sexuais dentro do relacionamento como forma de manter algum tipo de satisfação. Entretanto, mesmo dentro de relacionamentos estáveis, se o sexo acontece de maneira forçada já é considerado estupro. Se ele ocorre a partir de chantagens ou desrespeito às intenções no momento, é resultado de abuso.
Agressão física
O sinal mais claro de um relacionamento abusivo é a violência física contra a vítima. Mesmo que ele não envolva violências extremas – como assassinato, por exemplo – deve ser observado com muita cautela. Sobretudo, isso inclui comportamentos considerados menores, como apertos, beliscões ou empurrões.
Como se livrar de um relacionamento abusivo
Enfim, o primeiro passo para escapar de uma situação de abuso é buscar um espaço seguro para a vítima. Muitas vezes, isso passa por uma série de obstáculos que envolvem o controle do abusador, criando empecilhos para a fuga.
Por causa disso, é importante que a pessoa possa contar com uma boa rede de conforto e segurança, com amigos, familiares ou profissionais especializados. Além disso, essa rede ajuda eliminar noções de culpa que a própria vítima possa carregar pelos abusos.
Nesse processo, é essencial procurar ajuda profissional. Um tratamento terapêutico acompanhado por especialista ajuda a romper com os laços emocionais criados pelo abusador, bem como lidar com os momentos de trauma e sofrimento da relação.
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Fontes: Área de Mulher, Az Mina, Psicólogos Berrini
