Provavelmente você já viu o símbolo “$” em algum lugar, certo? Na verdade, seja nos boletos, na fatura do cartão de crédito ou no preço daquele produto que queremos muito comprar, ele faz parte do cotidiano. Pois é, aqui no Brasil, o R$ (real) representa nosso poder monetário, mas no resto do mundo o cifrão fala por si só e muitos o reconhecem como o símbolo do dólar.
Embora a gente o reconheça como um “S” maiúsculo cortado por uma barra vertical, isso é um equívoco comum. Acontece que, ao contrário do que muita gente pensa, o cifrão representa as letras “p” e “s” minúsculas sobrepostas. E, sabe por que? Porque “ps” era a sigla do peso no plural, a moeda mais utilizada no século 18.
Além disso, hoje em dia, o símbolo do dólar tem um significado muito mais complexo, já que alcança dimensões que vão além da economia, tendo tornado-se um elemento sociocultural. Só para ilustrar, para muitas pessoas, o dólar é uma abreviação do sonho americano. Em contrapartida, para outras, é a projeção do capitalismo desenfrado.
A origem do símbolo do dólar
Assim como dissemos acima, o símbolo do dólar é, praticamente, uma abreviação de pesos, a moeda que dominava o mundo há três séculos atrás. Antes dos Estados Unidos da América tornarem-se a grande potência que conhecemos hoje e criarem uma moeda que viria a se tornar global, o peso espanhol era a moeda mais popular.
Também conhecida como Pieces of Eight (pedaços de oito, em tradução livre), essa moeda podia ser partida em oito partes. Aliás, curiosamente, o peso utilizado em países colonizados pela Espanha é conhecido como dólar espanhol. Enfim, apesar de ser associado aos Estados Unidos, o símbolo do dólar antecedeu a nação.
Há indícios de que o cifrão foi adotado antes mesmo do surgimento da nação estadunidense. Inclusive, até 1776, reconheciam o país apenas como Colônias Unidas da América. Porém, a origem do cifrão deu-se em 1520, nas forjas do Reino da Boêmia, onde a moeda chamada joachimsthaler – mais tarde encurtada para thaler – nasceu.
Da holanda para o mundo
A variação holandesa do thaler, que acabou se popularizando na Europa e no mundo, chamava-se daler. Através dos bolsos dos primeiros imigrantes que ousaram atravessar o Atlântico em busca de melhores oportunidades, o daler chegou à América do Norte e tornou-se dólar.
Embora esse seja o ponto de origem do símbolo do dólar, não existe uma resposta completa para o momento decisivo do mesmo. Além disso, há várias lacunas nessa narrativa, já que não sabemos quem o idealizou e desenhou e o porquê daquela curiosa escolha de formas.
Teorias em torno do cifrão
Como resultado disso, inúmeras teorias a respeito do cifrão ganham vida. Por exemplo, uma delas sugere que há um “U” e um “S” escondidos no símbolo e que representam “unites of silver” (unidades de prata). Outra vai mais além e defende que o “U” e o “S” significam “United States” (Estados Unidos).
Por outro lado, um teoria mais mística associa o cifrão ao thaler boêmio, o qual apresentava uma serpente sobre uma cruz cristã. Contudo, a teoria mais aceita relaciona-se ao peso espanhol, que afirma que o cifrão forma-se por um “s” e um “p” sobrepostos.
De qualquer forma, diante de tantas perguntas sem respostas, costuma citar Oliver Pollock, um comerciante irlandês e um dos primeiros apoiadores da Revolução Americana, como o criador do símbolo do dólar. Ademais, a primeira vez que o cifrão foi impresso foi na Filadélfia, em 1790, por Archibald Binny.
A importância do dólar para os EUA e para o mundo
Embora não saibamos ao certo o ponto de origem do dólar, é certo que o mesmo tornou-se símbolo nacional dos Estados Unidos. Na verdade, muito além disso, a extrema valorização da moeda do governo estadunidense acontece em todos os países do mundo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reporta-se ao dólar como US$, mas também podemos vê-lo como USD nas bolsas de valores. Contudo, após o surgimento do euro – moeda única que compõe 15 dos 27 países da União Européia -, no ano de 2002, o dólar vem perdendo poder.
Ademais, a ascensão do mercado chinês e das criptomoedas também representam um risco ao monópolio da moeda estadunidense, mesmo que não de forma imediata. No fim das contas, quem não adoraria ganhar uns dólares, não é mesmo?
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