A questão dos símbolos nazistas no Japão criou uma discussão após um bar fechar suas portas. Em resumo, o estabelecimento usava a suástica nazista como símbolo e encerrou suas atividades em Osaka. No geral, a área de Minami onde estava o bar é popular por ter diversas casas noturnas e ser frequentado por pessoas de diferentes idades.
Apesar disso, o evento que parece ser isolado mostrou ao mundo, mais uma vez, a insurgência desses símbolos na cultura atual. Nesse sentido, também criou uma grande polêmica por conta da história do país com o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Logo após o anúncio da ideia e identidade visual do bar com símbolos nazistas no Japão, uma série de críticas surgiu na internet.
Como consequência, os administradores retiraram o site oficial do ar e publicaram um pedido formal de desculpas. Basicamente, o símbolo nazista esta presente tanto nas garrafas quanto nos uniformes de estilo militar para os funcionários. Acima de tudo, é comum que estabelecimentos noturnos e casas de festas no país sigam temas específicos para entreter os clientes.
No entanto, a questão dos símbolos nazistas toca num ponto histórico e cultural do país, muito mais do que numa questão política. Em outras palavras, os japoneses sentiram-se profundamente ofendidos e ultrajados por causa da história do nazismo no país. Portanto, antropólogos explicaram que esse acontecimento representa uma “falta de sensibilidade histórica”.
A história dos símbolos nazistas no Japão
No geral, o Japão não tem um evento histórico como o Holocausto escrito em sua história quanto à Segunda Guerra Mundial. Portanto, não se trata de um acontecimento com o mesmo impacto que existe em países europeus, como a própria Alemanha. Como consequência, há uma desvalorização dos símbolos autoritários e uma popularização por meio de elementos culturais.
Basicamente, os símbolos nazistas no Japão surgem a partir de uma difusão cultural. Ou seja, por meio de filmes, livros e produtos da cultura pop que muitas vezes geram uma romantização da Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, os símbolos nazistas são mais símbolos estéticos do que realmente um elemento problemático a nível histórico para parte da população.
Nesse sentido, criou-se um movimento chamado nazi cult em que há o consumo de imagens relacionadas ao ideário nazista no pós-guerra. Em resumo, a adoção desses símbolos por apelo estético surge para chocar e causar incômodo. Ou seja, não surge necessariamente como um sinal de simpatia à ideologia nazista, mas acaba sendo problemático de qualquer forma.
Sobretudo, a alegação de um desconhecimento sobre o valor histórico por parte do bar não é algo novo. Anteriormente, a Sony Music japonesa pediu desculpas por conta de um show de Halloween em 2016 em que o grupo subiu ao palco com capas similares às das autoridades nazistas. Também foi usado o argumento do “não saber” e do “não ter feito de propósito” nos posicionamentos públicos.
No geral, existem diversos outros exemplos, que incluem a representação de mensagens implícitas em animes e até mesmo a autorização da autobiografia de Hitler nas escolas japonesas. Portanto, o acontecimento com o bar denuncia um problema cujas raízes vão além das vestimentas e decorações de um bar.
Japão na Segunda Guerra Mundial
A princípio, o Japão foi aliado da Alemanha nazista e da Itália fascista durante a Segunda Guerra Mundial, sendo parte do Eixo. Apesar disso, a Segunda Guerra Mundial contou com eventos cruéis ao país, como a escravização de mulheres japonesas pelos militares que estiveram no.
Além disso, existe ainda a problemática sociocultural dos bombardeamentos atômicos das cidades de Hiroshima e Nagazaki. Em resumo, ambos foram ações dos Estados Unidos contra o Império do Japão durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente, em agosto de 1945.
Curiosamente, se trata do primeiro e único evento histórico onde se usou armas nucleares em uma guerra e contra alvos civis. Ademais, estima-se que os primeiros 2 a 4 meses após os ataques tiveram efeitos agudos. Como consequência, entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima morreram.
Em Nagazaki, o número chegou a 80 mil pessoas, com cerca de metade das mortes acontecendo no primeiro dia após o lançamento das bombas. Posteriormente, houveram ainda efeitos em decorrência das queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões por conta da radiação. Por fim, no mês seguinte, o governo japonês assinou o acordo de rendição, o que cria debates até os dias atuais.
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