O surdo é uma pessoa com problema auditivo. Entretanto, o que muitos não sabem é que ser surdo e ser deficiente auditivo são duas coisas diferentes.
Em resumo, o que diferencia os dois problemas é a intensidade da perda auditiva. Enquanto um deficiente auditivo possui uma perda leve ou moderada da audição, o surdo não escuta nada.
Ou seja, os deficientes auditivos, mesmo com uma certa dificuldade e até com ajuda de aparelhos auditivos, conseguem se comunicar oralmente. Os surdos, não. Neste caso é necessário o uso da língua de sinais.
Existe ainda um outro ponto a ser considerado entre os problemas auditivos. Enquanto algumas pessoas já nascem que esse problema, outras começam a adquiri-lo ao longo da vida.
Por fim é possível perceber que existem vários tipos e classificações de problemas auditivos, além de diferentes graus da perda auditiva, até chegar no surdo.
Definição cultural sobre a surdez
Acima foi explicado a definição médica que diferencia o surdo do deficiente auditivo. Contudo, também é necessário levar em conta a definição cultural, que pode ser bastante diferente da definição dada pelos médicos. Em resumo, não é a definição de um médico que especifica o quanto a pessoa consegue ouvir e sim como ela se vê.
Portanto, pessoas que usam a língua de sinais e participam da comunidade surda, consideram-se assim. Por outro lado, eles não enxergam a perda auditiva como uma deficiência limitante e sim como uma forma diferente de conhecer o mundo. Ou seja, não é uma perda e sim um ganho surdo.
Da mesma forma, existem aqueles que não se identificam com a comunidade e com a cultura surda. Ou seja, estes são considerados como deficientes auditivos. E tudo isso acontece sem levar em conta qual é realmente o grau do problema auditivo de cada um.
Níveis da perda auditiva
Leve
Nesse caso, a pessoa consegue escutar sons de 26 e 40 dB. Ou seja, na maioria dos casos, ela consegue entender a fala. O problema chega quando estão em um ambiente que possui muitos ruídos. Por fim, o aparelho auditivo pode ser o suficiente para sanar o problema nesse caso. Entretanto, alguns não consideram necessário.
Moderada
As pessoas que estão nesse estágio consegue ouvir sons que estão entre 41 e 60 dB. Além disso, nesse caso a comunicação com outras pessoas dificulta quando estão em ambientes barulhentos ou quando não conseguem ver quem está falando. Contudo, o aparelho auditivo pode ajudar nesse caso.
Severa
Nesse caso, o indivíduo não consegue ouvir bem até mesmo com o uso de aparelhos auditivos. Ou seja, eles escutam sons acima de 61 a 80 dB. Todavia, é possível buscar por próteses que trazem benefícios e ajudam na compreensão da fala em alguns casos.
Profunda – ou surdo
Por fim, nesse caso, o indivíduo só consegue ouvir sons acima de 90 dB. Isso quando não escuta nada, ou seja, é surdo. Alguns aparelhos auditivos mais fortes conseguem melhorar a audição em alguns casos. Entretanto, outros meios de comunicação precisam auxiliar. Como por exemplo: libras e leitura labial.
Perda auditiva incapacitante
Esse é um novo conceito. Nesse caso, os adultos perdem a audição maior que 40 dB e as crianças maior que 30 dB. A perda auditiva incapacitante já atinge 5% da população mundial, ou seja, 466 milhões de pessoas e a tendência é aumentar. Enfim, esse problema afeta a função cognitiva, a qualidade de vida e até o bem-estar do indivíduo.
O que torna o indivíduo surdo?
Causas congênitas
Nesse caso, o indivíduo fica surdo ou tem uma deficiência auditiva diretamente no seu nascimento. Isso pode ocorrer por fatores hereditários (ou seja, veio dos pais) ou de alguma durante a gravidez e o parto. Por exemplo:
- Rubéola
- Sífilis
- Infecções durante a gravidez
- Uso de certos medicamentos durante a gestação. Por exemplo: antimaláricos, diuréticos e citotóxicos
- Asfixia durante o parto
- Icterícia grava durante o neonatal
Causas adquiridas
Por outro lado, algumas situações e doenças podem fazer com que o indivíduo se torne surto durante a vida. Por exemplo:
- Sarampo
- Meningite
- Caxumba
- Doenças infecciosas
- Infecções crônicas no ouvido
- Envelhecimento
- Lesões na cabeça ou ouvido
- Cera em excesso no canal auditivo
- Presença de corpos estranhos no canal auditivo
- Exposição excessiva a altos ruídos
- Uso de medicamentos ototóxicos
Libras para o surdo
Libras é uma língua visuoespacial que possui estrutura e gramática própria. Além disso, ela é reconhecida por lei em nosso país. Aliás é importante salientar que a Libras é uma língua e não uma linguagem. Enfim, por ser visuoespacial ela foi o primeiro idioma dedicado ao surdo no Brasil.
Entretanto, como o surdo precisa da Libra para se comunicar, é necessário que tenha acessibilidade na língua de sinais em qualquer lugar. Como por exemplo escolas e internet. Por outro lado, para o deficiente auditivo, toda essa acessibilidade não é necessária, já que eles conseguem ouvir parcialmente.
A Libra veio da França, adaptada da Língua Francesa de Sinais. Em 1857, Hernest Huet, um conde francês surdo, veio ao Brasil a pedido de Dom Pedro II. A intenção era que o conde abrisse a primeira escola de surdos do Brasil. Contudo, os brasileiros surdos já usavam alguns sinais para se comunicar e só incorporaram os sinais franceses à sua língua, surgindo assim, a Libras.
Dificuldades para o surdo
90% das crianças surdas nascem em casas ouvintes, ou seja, o problema já começa aí. Contudo, muitos familiares também se esforçam para que seus filhos cresçam e se desenvolvam apesar do seu problema auditivo. Por fim, é possível criar uma criança surda em uma casa ouvinte, só é necessário uma adaptação.
Assim como nas casas não há acessibilidade, nos sites também não. Isso porque, quase 80% dos surdos de todo o mundo são analfabetos e não conseguem ler os conteúdos online. Como a Libras é a sua primeira língua, alguns deles nunca chegaram a aprender a língua do país. Contudo, no Brasil já existem plugins que deixam o site acessível.
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Fontes: Direitodeouvir, Handtalk e Handtalk