Testes em animais são procedimentos feitos em animais vivos para fins de pesquisa em biologia básica e doenças, avaliação da eficácia de novos medicamentos e teste da saúde humana e/ou segurança ambiental de produtos de consumo e da indústria, como cosméticos, produtos de limpeza domésticos, produtos farmacêuticos, entre outros.
Desse modo, muitas espécies diferentes são usadas em todo o mundo. No entanto, as mais comuns incluem camundongos, peixes, ratos, coelhos, bem como hamsters, gatos, cães, miniporcos e primatas não humanos (macacos e em alguns países, chimpanzés).
Este, assim como a clonagem de animais, é um tema polêmico e você vai saber por quê neste artigo.
Como são feitos os testes em animais?
Os tipos de procedimentos que os animais de pesquisa são submetidos variam, dependendo da pesquisa. Infelizmente, eles são frequentemente mortos no final da experiência.
De acordo com a Cruelty-Free International, os experimentos comuns com animais incluem:
- Injetar ou alimentar o animal com substâncias nocivas;
- Remover cirurgicamente órgãos ou tecidos para causar danos deliberadamente;
- Forçar os animais a inalar gás tóxicos;
- Submeter animais a situações assustadoras para criar ansiedade ou estresse;
- Entalhe de orelha e corte de cauda para identificação;
- Curtos períodos de contenção física para observação ou exame;
- Períodos prolongados de contenção física;
- Privação de comida e água;
- Procedimentos cirúrgicos seguidos de recuperação;
- Infligir feridas, queimaduras e outras lesões para estudar a cura;
- Inflição de dor para estudar sua fisiologia e tratamento;
- Experimentos comportamentais com estímulos cruéis como por exemplo, choque elétrico ou natação forçada;
- Morte por asfixia com dióxido de carbono, quebra de pescoço, decapitação ou outros meios.
Tipos de testes em animais
Os principais tipos de teste em animais são:
Testes de irritação ocular e cutânea
Embora as marcas de cosméticos livres de crueldade estejam se tornando cada vez mais onipresentes, muitas marcas ainda submetem os coelhos a testes cruéis.
Os mais comuns são os testes de irritação dos olhos e da pele que envolvem a imobilização forçada do coelho e a aplicação dos produtos nos olhos, bem como na pele exposta.
Perfuração do crânio
Uma prática assustadora envolve pesquisadores fazendo buracos nos crânios de animais para monitorar seus cérebros. Essa prática não é apenas horrível e estressante, mas, para tornar os macacos obedientes, os pesquisadores os deixam com fome.
Tal como acontece com muitos outros experimentos testados em animais, essas descobertas não são aplicáveis a humanos e são usadas apenas para satisfazer a curiosidade dos pesquisadores. Aliás, esses experimentos não são exclusivos de um único laboratório, nem exclusivos em macacos.
Criação de cães doentes
Criar cães com doenças terminais é bastante cruel, mas esses cães também nunca conhecerão um lar amoroso e reconfortante. Eles passam a vida em gaiolas frias e metálicas, tendo como único contato os pesquisadores de laboratório que os submetem a exames intrusivos.
Embora os pesquisadores afirmem que seu objetivo é nobre, buscar a cura para uma determinada doença, seus esforços têm sido infrutíferos e não se mostram muito promissores.
Testes com ratos e camundongos
Por causa de seu tamanho pequeno, vida útil curta e capacidade de se reproduzir rapidamente, ratos e camundongos são cobaias frequentes em pesquisas científicas, com mais de cem milhões deles morrendo a cada ano em nome da descoberta científica.
Com efeito, esses pequenos animais recebem tumores e doenças dolorosas, são sujeitos a amputações desnecessárias e submetidos a cirurgias sem anestesia.
Além disso, ratos e camundongos também são frequentemente usados em laboratórios de sala de aula da universidades para que os alunos possam replicar estudos anteriores.
Como escolhem as espécies de animais?
Uma enorme diversidade de espécies animais é usada regularmente em experimentos, incluindo animais selvagens. Eles são submetidos a inúmeros experimentos e geralmente são feitos para esse fim em laboratório ou em criadouros.
Algumas espécies são escolhidas por seus atributos específicos. Assim, várias espécies de macacos (primatas não humanos) são usadas como ‘modelos’ para doenças humanas e furões participam de testes para o desenvolvimento de vacinas.
Ratos, camundongos, coelhos e peixes-zebra são as espécies mais comumente usadas para experimentos de laboratório. Embora muitas técnicas de pesquisa, como modelagem computacional e estudos que se baseiam em células, não envolvam o uso de animais vivos, ainda existem algumas áreas que fazem testes em animais.
Quando começaram os testes em animais e por quê?
Desde os tempos antigos, a experimentação em espécies animais, como cães, primatas, roedores tem sido uma prática comum da comunidade científica.
Aliás, a vivissecção (cirurgia em animais vivos para auxiliar no entendimento da anatomia e fisiologia) antecede o teste animal que conhecemos hoje; e ocorreu desde o século VI a.C.
Foi apenas durante o Renascimento que a experimentação animal ressurgiu. O anatomista flamengo Vesalius (1514-1564) começou a realizar experimentos em animais vivos para compreender melhor o corpo humano.
Durante a era do Iluminismo, o famoso filósofo René Descartes erroneamente descreveu os animais como meras máquinas, para parafrasear seu trabalho.
Embora muitos em sua época considerassem isso absurdo, isso deu aos cientistas a justificativa perfeita para realizar experimentos dolorosos em animais vivos.
1ª legislação a regular a experimentação animal
Curiosamente, assim como a experimentação animal estava começando a produzir ganhos significativos no final do século XIX, um crescente movimento anti-vivissecionista estava surgindo, especialmente na Grã-Bretanha.
Dessa forma, uma emenda de 1876 ao Cruelty to Animals Act de 1849 regulamentou o uso de animais para fins científicos e exigiu o uso de anestesia, drogas que subjugam a sensação e/ou a consciência.
Portanto, esta foi a primeira legislação a regular a experimentação animal e seria a única nos próximos 50 anos até que outras nações, nomeadamente nações ocidentais, começassem a aprovar leis semelhantes.
É possível acabar com os testes em animais?
Atualmente, os cientistas estão trabalhando em novas abordagens que substituem, reduzem e refinam (melhoram) os testes com animais. Isso recebeu o nome de “3Rs da pesquisa científica”.
Parte desse trabalho se concentra na melhoria do alojamento dos animais, enquanto outro trabalho envolve o uso de células em um tubo de ensaio ou modelos de computador como substitutos de animais. Os três Rs são um passo na direção certa para a ciência médica.
Assim, cada experimento em laboratório deve usar o menor número possível de animais, e o método deve resultar no mínimo de dor e sofrimento para o animal.
No Brasil, uma resolução da reguladora nacional, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), promove a aceitação de métodos alternativos aos experimentos em animais.
Isso vale para cosméticos, produtos para saúde, bem como produtos de limpeza e medicamentos, desde que sejam reconhecidos pelo Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal).
A saída tecnológica
Outra maneira de substituir experimentos com animais é usando computadores ou modelos matemáticos. Dessa maneira, eles usam cálculos que se baseiam em pesquisas anteriores para prever quais medicamentos podem ser eficazes; ou quais efeitos colaterais podem ocorrer se os medicamentos forem administrados a humanos.
Avanços recentes na tecnologia significam que os computadores podem simular processos biológicos reais em uma realidade virtual. Tais métodos têm sido usados para desenvolver vacinas com base em informações sobre genes bacterianos e também têm sido usados em pesquisas sobre doenças como câncer, por exemplo.
10 marcas que não fazem testes em animais
Por fim, algumas das empresas que não fazem teste em animais em laboratórios incluem:
- Natura
- Da Horta
- Granado
- Quem disse Berenice
- Jequiti
- L’aqua di Fiori
- Água de Cheiro
- Contém 1G
- Impala
- Mahogany
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Fontes: Uol, Infoescola, Blogfca, Meio sustentável