O treinamento militar é feito para preparar soldados e agentes de operações para condições de combate, resgate, sobrevivência e outros. Além das atividades rotineiras de treino, também existem processos especiais para alguns batalhões.
No Brasil, por exemplo, é possível destacar o processo de seleção do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), no Rio de Janeiro, considerado um dos mais difíceis do mundo.
Além disso, os quartéis do Exército Brasileiro também contam com uma frequência de treinos diários. Chamada de Treinamento Físico Militar (TFM) a rotina conta com exercícios que visam manter a aptidão física e a saúde dos militares.
Também são feitas avaliações periódicas – geralmente duas vezes ao ano – para que o militar possa continuar atuando na área.
12 treinamentos militares mais difíceis do mundo
BOPE (Brasil)
O treinamento militar dos membros do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, é considerado um dos mais difíceis do mundo. A fim de combater o crime em favelas dominadas por facções, o Batalhão foi criado em 1970. Para isso, portanto, os militares passam por um processo de seleção ao longo de três meses.
No primeiro mês, por exemplo, chamado de mês do inferno, os militares passam por períodos de privação de sono e negociam as refeições com exercícios. Ao mesmo tempo, precisam sobreviver na selva e realizar atividades que envolvem lutas corporais ou marchas à cavalos sem sela. Dessa maneira, é comum que o processo aprove até menos que 10% dos candidatos, durante uma seleção.
SEALs (Estados Unidos)
Os SEALs formam o principal grupo de operação especial da Marinha dos Estados Unidos. Sendo assim, é natural que sejam submetidos a um treinamento militar singular e diferenciado. Assim como no caso do BOPE, a primeira fase é a mais desafiadora, aqui chamada de Semana Infernal.
Além disso, é comum que os exercícios aconteçam na água, já que o grupo faz parte da Marinha. Entre os testes estão resistência ao frio, mergulhos em poços sem visibilidade, testes de flutuação e desafios de apneia. Nesse último, por exemplo, existem testes que colocam os candidatos presos com algemas no fundo de um tanque, para que eles tentem escapar.
SAS (Reino Unido)
SAS é a sigla de Special Air Service (Serviço Aéreo Especial), unidade do Exército da Grã-Bretanha. No treinamento militar especial, os membros são largados no meio do nada e precisam passar por um teste desafiador num período de 20 horas.
O teste consiste em percorrer quase 65 km no local abandonado, mas não se resume a isso. Para realizar a missão, os candidatos não possuem acesso a comida ou bebida, além de carregarem uma mochila com 25 kg de peso e a própria arma. Além disso, os calçados dos candidatos são oferecidos com números diferentes, maiores ou menores do que os utilizados normalmente.
O treinamento é tão extremo que em 15 anos cerca de 125 pessoas morreram tentando realizá-lo.
GSG9 (Alemanha)
Em 1972, a Alemanha criou uma unidade policial especial para combater terroristas e resolver casos singulares de sequestros, resgates e outros. A GSG9 possui um treinamento militar conhecido por ser desafiador, apesar de não ter muitos detalhes públicos. Isso porque até mesmo a identidade de seus membros é um segredo de estado.
Entretanto, sabe-se que o teste tem baixa taxa de aprovação, com apenas um aprovado em cada cinco candidatos. O processo dura 22 semanas e envolve testes de risco, pressão psicológica, resistência física e manuseio em armas de fogo.
Em 2005, quando foi realizado o Swat World Challenge – competição que reuniu tropas de elite do mundo todo –, membros da GSG9 ganharam todas as provas.
GIGN (França)
Na França, o Groupe d’Intervention de la Gendarmerie Nationale (GIGN) também foi criado para atuar situações similares às combatidas pelo GSG9. Para isso, candidatos passam por um treinamento militar intenso ao longo de seis a oito semanas.
Os principais testes consistem em aprender a manusear explosivos e praticar artes marciais, mas sem a intenção de matar os oponentes. Dessa maneira, os testes com armas de fogo também são extremamente desafiadores. Aproximadamente 10% dos candidatos inscritos conseguem cumprir o treinamento até o final.
Le Raid (França)
Também na França, o Le Raid atua como unidade de combate ao terrorismo da polícia nacional. O batalhão foi criado em 1985, mas conta com um treinamento militar tão específico, que possui apenas cerca de 60 membros.
Para participar do grupo, no entanto, não é preciso ter nenhuma experiência militar prévia. Desde que consiga passar pelo treinamento, qualquer cidadão francês pode fazer parte do Le Raid.
O treinamento consiste em nove meses de testes lutas (com ênfase em boxe), tiro, paraquedismo e ataque de cães. Em uma das fases, por exemplo, é preciso atravessar um túnel sem luz, com cães agressivos e tiros passando de raspão.
Spetsnaz (Rússia)
Os russos também são conhecidos por oferecer um treinamento militar desafiador para Unidade para Fins Especiais Russas. O batalhão de elite foi criado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial e continua em atuação.
Os teste físicos e psicológicos duram cinco anos, mas são mais difíceis nos primeiros cinco meses. Nesse período, os candidatos aprendem a manusear armas de fogo, realizar ações de sabotagem, combate de guerrilhas e operações urbanas.
No entanto, a parte mais desafiadora do treinamento consiste em atirar no peito de companheiros militares, a fim de examinar reações de choque em combate.
Shayetet 13 (Israel)
A Shayetet 13 é uma unidade de Forças Especiais da Marinha de Israel com treinamento militar focado em operações antiterrorismo, resgate de reféns e interceptação de embarcações em alto-mar.
Sendo assim, grande parte do treinamento acontece em alto mar, com situações de clima extremo ou mergulhos com pouca visibilidade. Além disso, o treinamento de quatro anos e meio também coloca os soldados israelenses em ambientes urbanos, com práticas de rapel e paraquedismo em edifícios altos de Tel Aviv.
Grupo de Serviços Especiais (Paquistão)
O Grupo de Serviços Especiais do Paquistão foi fundado durante a década de 50. O treinamento militar é tão rígido que só pode ser realizado por soldados com ao menos dois anos de experiência e um certo número de pontos acumulado no serviço.
Após cumprir os requerimentos, os soldados passam por um treinamento de oito meses que envolve alguns desafios. Além dos testes de resistência física e mental típicos dos treinamentos de elite, os membros do grupo precisam assinar um pacto de sangue que os impede de sair do grupo. A dispensa só é autorizada em casos de problemas de saúde.
Forças Especiais da República da Coreia (Coreia do Sul)
A primeira exigência do treinamento militar das Forças Especiais da Republica da Coreia é a faixa preta em Taekwondo. Ou seja, antes mesmo de ingressar na tropa, é preciso ter uma experiência de anos de treinamento.
Lá dentro, os candidatos passam por testes na neve por um período de dez dias, em temperaturas que podem ser inferiores a -22ºC. Os soldados devem nadar por rios congelados, realizar missões com armas pesadas e até mesmo lutar sem camisa, em alguns dos testes.
Ainda que cheguem ao final do treinamento, os candidatos podem ser dispensados por não serem encarados como os melhores dos testes.
Fuzileiros Navais (Taiwan)
O treinamento militar do Corpo de Fuzileiros Navais de Taiwan também é focado em baixas temperaturas. Como parte da Marinha da República da China, os candidatos passam por uma espécie de teste especializados em combates “anfíbios”, ou seja, que ocorrem na terra e na água. Sendo assim, parte dos testes envolve passar, sem camisa, por trechos repletos de corais e rochas que deixam marcas e ferimentos por todo o corpo.
SASR (Austrália)
A Special Air Service Regiment é uma unidade de elite das Forças Especiais do Exército da Austrália. O grupo foi criado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial e conta com cem membros, entre homens e mulheres.
O treinamento militar para ingresso no grupo coloca os candidatos nus jogados em celas com sacos colocados sobre a cabeça. Ali, eles precisam resistir à situação de estresse, sem alimento e sem sono. Nos últimos 50 anos, pelo menos 48 soldados morreram no processo de seleção.
Fontes: Use Militar, BBC, Papo de Homem
Imagens: Wired, China Daily, The Sun, reddit, MSIG Warrior, Martian Herald, LAD Bible, SEAL Grinder Pit, Metropoles, Military, SOFREP, BBC, Insider