Imagine se você tivesse que enfrentar cirurgias sem anestesia!? Pois, antes de 1846, isso era algo bem normal para as pessoas.
Aliás, vale ressaltar que somente depois deste ano os médicos começaram a usar drogas para o entorpecimento da dor. Portanto, tudo era feito de forma brutal e sem qualquer ajuda de remédios.
Em suma, os cirurgiões cortam os pacientes, quebravam ossos, retiravam órgãos e costuravam artérias, como hoje em dia. Contudo, essas pessoas permaneciam completamente conscientes. Só de imaginar dá para sentir dor, não acha?
O livro Intervenções Cruciais, lançado recentemente, contém imagens detalhadas que explicam como eram feitos as tais cirurgias sem anestesia. A propósito, vale ressaltar que este é um livro proibido para os mais sensíveis.
Elaborada a partir da biblioteca de Wellcome Collection, a publicação, afinal, é narrada pelo historiador e médico Richard Barnett. De forma resumida, portanto, ele compila imagens e informações de inúmeros livros cirúrgicos raros, referentes à medicina nos séculos 17, 18 e 19.
As imagens, inclusive, são um tanto chocantes, mesmo se tratando de ilustrações feitas à mão. Isso porque mostram globos oculares sendo perfurados, cérebros sendo cortados e pés sendo amputados. Lembrando que tudo isso sem anestesia, naturalmente.
Para você ter noção do absurdo que eram as cirurgias sem anestesia naquela época, o anatomista John Hunter descreveu as operações como “um espetáculo humilhante da inutilidade da ciência”. Em suma, pessoas mais morriam que eram curadas com estes procedimentos.
Sobretudo, o mais chocante é imaginar que sofrer a dor do corpo sendo cortado e aberto foi normal até o século 19. Ou seja, há três séculos atrás. Afinal, só a partir de então o campo da medicina foi presenteado com grandes avanços.
Veja como eram feitas as cirurgias sem anestesia no passado:
Cirurgia ocular para corrigir o estrabismo
Cirurgia para remover o cancro da língua. Primeiro o músculo é cortado em dois e, então, o tumor é removido (1846).
Amputação dos dedos dos pés, com uma faca simples. Grande parte dos pacientes morriam de choque pós-operatório, infecção ou perda de sangue.
Uma cesariana, em 1840, antes das anestesias. Aproximadamente, 80% das mulheres morriam durante o procedimento, nos hospitais de Londres.
Cirurgia para remover o seio (1841).
Reconstrução da mandíbula inferior, por volta do ano de 1841. Alguns anos mais tarde, em 1865, Joseph Lister descobriu o antisséptico, que permitiu fazer operações mais arriscadas e reduzir os riscos de contaminação pelos pacientes (ou vítimas, como preferir).
Outros procedimentos médicos no passado
Como uma artéria, na região da virilha, era costurada com sutura e ganchos, em 1841. O médico deveria comprimir o abdômen do paciente para reduzir o fluxo sanguíneo.
Corte transversal vertical do cérebro humano (1844).
Instrumentos cirúrgicos utilizados por médicos, por volta de 1841: serras, facas e tesouras.
Tratamento de fístula lacrimal (pequena lesão perto do olho) em uma freira (1675).
Procedimentos cirúrgicos, o livro criado pelo historiador e médico Richard Barnett, em 1846.
Como as artérias do antebraço e cotovelo eram amarradas para parar o fluxo de sangue (1866).
Anatomia da artéria axilar, que transporta o sangue para o pescoço e o abdômen. Na ilustração ela é amarrada para parar o fluxo de sangue (1848).
Operação para a retirada do seio de uma mulher (1675).
Sangria, um procedimento comum no séculos 17 que consistia em remover o sangue para evitar ou tratar doenças (1675).
Como o corpo humano era dissecado, a fim de revelar os pulmões, coração e grandes vasos sanguíneos (1856).
E, se você acha que a tortura retrata a cima não foi suficiente, não deixe de conferir ainda: 23 fotos arrepiantes que revelam como era a medicina no passado.
Fontes: Daily Mail, Huffington Post
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