A astaxantina é um pigmento avermelhado típico de algumas algas e animais marítimos. Nos animais, por exemplo, o composto é responsável por dar a cor de criaturas como salmão, truta, lagosta, camarão e outros frutos do mar.
O pigmento também recebe o nome de “rei dos carotenóides” por ser cerca de 10 a 100 vezes mais poderoso que outros com a mesma classificação, como betacaroteno e licopeno, por exemplo. Além disso, também possui algumas diferenças químicas que servem para defini-lo como mais seguro.
O composto também é vantajoso por não se tornar pró-oxidante no corpo, ou seja, age de forma diferente de vários outros antioxidantes. Dessa maneira, além de mais seguro, é também um dos mais eficazes e poderosos quando se trata de benefícios à saúde.
Benefícios da astaxantina
Atua com ação anti-inflamatória
A astaxantina possui propriedades anti-inflamatórias naturais, ou seja, sem risco de efeitos colaterais danosos como azia, úlceras gastrointestinais ou mesmo vício e dependência. A partir do bloqueio de enzimas inflamatórios COX2, então, o composto suprime níveis séricos de fatores inflamatórios (como oxido nítrico, interleucina 1B, prostaglandina E2, proteína reativa C e TNF-alfa), reduzindo dores e inflamações.
Protege a pele do sol
O tom avermelhado das criaturas ricas em astaxantina vem das propriedades anti-UV presentes nesse pigmento. Dessa maneira, ele é capaz de proteger as espécies marítimas da incidência dos raios solares desde o estágio de ovo. Quando ingerimos o composto, então, os benefícios são semelhantes, carregando ainda efeitos de redução de rugas e aumento da umidade da pele.
Combate a fadiga
Além dos tons de vermelho, a astaxantina também é responsável pela grande quantidade de energia presente em peixes como o salmão, por exemplo. É graças a isso, por exemplo, que os peixes conseguem fazer viagens rio acima, anualmente. Os humanos também podem adquirir benefícios semelhantes a partir do consumo, com aumento de força e energia que ajuda a recuperar estados de cansaço, especialmente após o exercício físico, por exemplo.
Protege os olhos e o sistema nervoso
A ação da astaxantina consegue atravessar as barreiras hemato-encefálica e hemato-retiniana, ou seja, chega diretamente nos olhos, cérebro e sistema nervoso. Dessa maneira, o composto consegue proteger essas regiões de oxidação e inflamações, garantindo a redução do risco de doenças como catarata, degeneração macular, cegueira, demência e doença de Alzheimer.
Protege o sistema cardiovascular
Os benefícios da ingestão de astaxantina também incluem melhorias na qualidade do sangue, por exemplo. De acordo com estudos, o consumo de doses de 6 a 8 mg diárias ajuda a reduzir a oxidação do colesterol LDL, diminuindo o risco de entupimento das artérias. Além disso, o composto aumenta o fluxo sanguíneo e reduz a concentração de açúcar no sangue, especialmente em pacientes diabéticos e com pressão arterial alta.
Ajuda no tratamento do câncer
A análise das propriedades antioxidantes da astaxantina revelou que o carotenoide pode ser eficiente no tratamento contra alguns tipos de câncer. A longo prazo, por exemplo, o composto inibiu o crescimento de células maléficas em pacientes com câncer de mama.
Neutraliza radicais livres
Um dos principais riscos da presença de radicais libres no corpo é o risco de inflamações e doenças causadas por eles. Uma vez que a ação da astaxantina é antioxidante, ajuda a neutralizar tais radicais, protegendo o corpo de uma série de condições de saúde.
Promove o corpo de doenças do estômago
A astaxantina tem efeitos gastroprotetores a partir da ação direta contra a bactéria Helicobacter pylori. Sendo assim, ela é responsável por gerar úlceras estomacais e câncer de estômago, o que significa que o consumo do pigmento protege o corpo contra o desenvolvimento das inflamações.
Aumenta a fertilidade
Evidências clínicas apontam que a ingestão de astaxantina pode favorecer a fertilidade em homens. De acordo com as pesquisas, homens que foram considerados inférteis por pelo menos 12 meses antes de iniciar o tratamento com o carotenoide apresentaram aumento significativo nos parâmetros de fertilidade. Em média, o crescimento foi de cinco vezes maior do que no período sem a ingestão do composto.
Equilibra a testosterona
Além de promover a fertilidade masculina, a astaxantina também tem outros efeitos ligados ao hormônio masculino. Isso porque o uso do composto foi capaz de inibir a ação da enzima 5-afa-reductase, que converte testosterona em hidrotestosterona. Ou seja, sem a conversão do hormônio, o corpo tem menos riscos de desenvolver condições como calvície de padrão masculino e aumento da próstata, com possível evolução para câncer de próstata.
Protege contra doenças do rim
Análises feitas com ratos diabéticos revelaram que o consumo de astaxanina reduziu a hipertrofia glomerular, uma condição que ocorre na parte do rim em que acontece a filtragem do sangue. Sendo assim, é possível considerar que o composto ajuda a frear o avanço de doenças renais diabéticas, garantindo a saúde do órgão por muito mais tempo.
Aprimora o cérebro
De acordo com evidências científicas, os efeitos da astaxantina também protegem o cérebro de doenças neurodegenerativas. Animais pesquisados apresentaram redução de propriedades nocivas de estresse oxidativo em neurônios produtores de dopamina, o que indica, então, que a alta concentração do carotenoide seria eficiente na proteção contra neurodegeneração associada à doença de Parkinson, Alzheimer e outras demências.
Fontes de astaxantina
A principal fonte natural de astaxatina estão no salmão, natural do Pacífico. Além disso, o carotenoide pode ser encontrado em outros frutos do mar, como lagosta, camarão ártico, caranguejo, truta vermelha, krill e algumas algas.
A maior concentração na hora do consumo, entretanto, está em suplementos naturais. Nesse caso a indicação de consumo é de cerca de 6 a 8 mg por dia, por meio de produtos como óleo de salmão enriquecido ou suplemento Krill Oil, por exemplo.
A princípio, não existem efeitos colaterais observados em análises laboratoriais. Doses que variam de 20 a 50 mg foram toleradas por pacientes pesquisados, mas ainda não é possível estabelecer um limite para a toxicidade do composto. Com exceção de fezes com tons de vermelho, nenhum outro efeito foi significativo.
O consumo durante a gravidez e a amamentação, no entanto, ainda não passou por observações suficiente para ser considerado seguro.
Além disso, aastaxantina também pode ser produzida de forma sintética, a partir produtos petroquímicos. Aqui, no entanto, a forma de consumo oferece menos benefícios, além de ser potencialmente inseguro e fora das normas de segurança indicadas.
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