Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Infelizmente, existem muitas informações equivocadas circulando na internet sobre o autismo, o que pode levar, desse modo, a estereótipos e preconceitos.
É importante destacar que cada dia mais se conhece sobre essa condição, graças a estudos e pesquisas científicas que ajudam a compreender melhor as características do autismo e suas variações. Dessa forma, é fundamental buscar informações confiáveis e baseadas em evidências para compreender as pessoas com autismo e suas necessidades específicas. A conscientização e a educação sobre o autismo são, desse modo, fundamentais para promover a inclusão e o respeito às diferenças.
O autismo é um transtorno de desenvolvimento grave, ou seja, é um problema que impede a criança de desenvolver a comunicação, capacidade de aprendizado e de se adaptar.
O transtorno afeta o sistema nervoso, por isso a criança não se desenvolve intelectualmente como as outras crianças sem o problema. Os sinais iniciais podem ser observados pelos pais logo no início da vida, por volta do 1 ano e meio a 3 anos. Aqueles pais mais atentos, notarão que sua criança é diferente já nos primeiros meses de vida.
Atenção: Os autistas apresentam desenvolvimento físico normal. O que muda são apenas os aspectos cognitivos e psicológicos. explicados mais adiante. Já existe um teste online que ajuda na identificação do autista.
É normal que as pessoas com esse transtorno escolham viver isolados do mundo em volta, isso porque eles costumam achar mais fácil “criar seu próprio mundo”. Graças a evolução dos estudos, porém, hoje já se é capaz de ajudar essas pessoas a se adaptarem ao mundo, e serem incluídos e no meio social.
8 curiosidades sobre o autismo que todo mundo deveria conhecer
1. O Transtorno do Espectro Autista não é uma doença
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é considerado uma doença porque não é uma condição patológica ou infecciosa que possa ser curada com medicamentos ou tratamentos específicos. Em vez disso, o TEA é uma diferença neurológica que afeta a forma como uma pessoa percebe, processa e interage com o mundo ao seu redor.
As pessoas com TEA podem ter dificuldades em áreas como comunicação, interação social, comportamento e processamento sensorial, mas essas diferenças não as tornam doentes. Em vez disso, o TEA é considerado uma condição neurodiversa, ou seja, uma variação natural da neurologia humana.
Embora o TEA possa trazer desafios e limitações em algumas áreas da vida, muitas pessoas com TEA também têm habilidades e talentos únicos e valiosos. A neurodiversidade pode ser vista como uma parte importante da diversidade humana e deve ser valorizada e celebrada como tal.
2. Nenhum autista é igual ao outro
Nenhum indivíduo é igual ao outro, e isso inclui, portanto, as pessoas que estão no Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é uma condição complexa que afeta, então, o desenvolvimento e o comportamento, e pode se manifestar de maneiras muito diferentes em cada pessoa.
Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades significativas em áreas como comunicação e interação social, enquanto outras podem ter menos dificuldades nessas áreas, mas podem enfrentar desafios em outras áreas, como processamento sensorial ou comportamento repetitivo.
Além disso, outras variáveis podem influenciar a maneira como o TEA se manifesta em uma pessoa, como idade, sexo, histórico familiar, co-ocorrência de outras condições, experiências de vida e níveis de apoio e intervenção disponíveis.
Devemos, portanto, personalizar e adaptar as intervenções e estratégias de apoio às necessidades e preferências específicas de cada pessoa com TEA, pois é importante compreender que cada indivíduo com essa condição é único e merece ser reconhecido e valorizado como tal.
3. Há diferentes síndromes no Transtorno do Espectro Autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição complexa que pode se manifestar de várias maneiras, e por isso foi criada a classificação de “espectro” para abranger as diversas formas em que a condição pode aparecer.
Algumas das síndromes mais conhecidas que estão dentro do espectro autista incluem a Síndrome de Asperger, o Transtorno Autista Clássico e o Transtorno Desintegrativo da Infância. Cada uma dessas síndromes tem suas próprias características e sintomas específicos, mas todas elas compartilham algumas características centrais, como dificuldades na comunicação, interação social e comportamento.
Além disso, outras condições e transtornos podem ocorrer junto com o TEA, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtornos de Ansiedade, Transtornos de Humor e Epilepsia, entre outros. Por isso, é importante realizar uma avaliação médica e psicológica completa para avaliar as necessidades e identificar as melhores opções de tratamento para cada pessoa com TEA.
O TEA é uma condição complexa que pode se manifestar de várias maneiras, e por isso foi criada a classificação de “espectro” para abranger as diversas formas em que a condição pode aparecer.
Algumas das síndromes mais conhecidas que estão dentro do espectro autista incluem a Síndrome de Asperger, o Transtorno Autista Clássico e o Transtorno Desintegrativo da Infância. Cada uma dessas síndromes tem suas próprias características e sintomas específicos, mas todas elas compartilham algumas características centrais, como dificuldades na comunicação, interação social e comportamento.
Além disso, outras condições e transtornos podem ocorrer junto com o TEA, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtornos de Ansiedade, Transtornos de Humor e Epilepsia, entre outros. Por isso, é importante realizar uma avaliação médica e psicológica completa para avaliar as necessidades e identificar as melhores opções de tratamento para cada pessoa com TEA.
4. Garantia de direitos dos autistas e seus familiares
Algumas das principais garantias de direitos incluem:
- Direito à Educação: As crianças com TEA têm o direito de receber uma educação de qualidade, portanto, adaptada às suas necessidades individuais. As escolas devem oferecer recursos e apoio para garantir que as crianças com TEA tenham acesso a um ambiente educacional adequado.
- Direito à Saúde: As pessoas com TEA têm o direito de receber atendimento médico e, assim, ter acesso a serviços de saúde especializados que possam ajudá-las a lidar com os sintomas e desafios associados à condição.
- Direito à Inclusão Social: As pessoas com TEA têm o direito de serem incluídas na sociedade e terem acesso às mesmas oportunidades e direitos que as demais pessoas. A inclusão social envolve ações como a acessibilidade em locais públicos e transporte, por exemplo.
- Direito à Assistência Social: Os autistas e seus familiares têm direito a benefícios e serviços sociais que possam ajudá-los a lidar com as dificuldades associadas à condição, como serviços de apoio à moradia, isto é, programas de treinamento profissional e serviços de cuidado.
- Direito à Participação em Decisões: As pessoas com TEA têm o direito de serem ouvidas e participarem de decisões que afetem suas vidas, especialmente em relação à sua saúde e bem-estar. Além disso, é direito das famílias serem informadas e consultadas sobre as decisões que afetem seus filhos.
5. A causa do TEA não tem relação com o ambiente familiar
A causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA) não tem relação direta com o ambiente familiar. O TEA é uma condição neurobiológica complexa que afeta o desenvolvimento do cérebro, portanto, acredita-se que tenha origem genética e ambiental.
Embora os fatores ambientais possam contribuir para a manifestação dos sintomas do TEA em indivíduos predispostos geneticamente, não se pode atribuir a responsabilidade aos pais ou cuidadores pelo desenvolvimento do TEA em seus filhos.
Por isso, é importante não culpar ou estigmatizar as famílias de pessoas com TEA, mas sim fornecer apoio e orientação adequados para ajudá-las a lidar com os desafios associados à condição.
Os pais e cuidadores podem ajudar a promover o desenvolvimento saudável de crianças com TEA, fornecendo um ambiente seguro e estimulante e oferecendo apoio emocional e educacional. O suporte adequado pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA e, desse modo, ajudá-las a alcançar seu potencial máximo.
6. O autismo já foi considerado esquizofrenia
Em décadas passadas, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) era frequentemente confundido com a Esquizofrenia, e então, os diagnósticos eram até mesmo incorretamente trocados.
Essa confusão ocorria porque os sintomas do TEA, como dificuldades na comunicação e interação social, estereotipias e comportamentos repetitivos, podem se sobrepor aos sintomas da Esquizofrenia em alguns casos. Além disso, as duas condições são complexas e ainda não eram bem compreendidas pelos profissionais de saúde.
No entanto, com o avanço da pesquisa científica e da compreensão do TEA, o diagnóstico tornou-se mais preciso e específico. Em 1980, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) incluiu o TEA como uma categoria diagnóstica separada, e desde então a condição vem sendo estudada e tratada de forma mais adequada.
Atualmente, profissionais de saúde qualificados, como médicos e psicólogos, realizam o diagnóstico do TEA por meio de uma avaliação clínica completa, baseada em critérios específicos de sintomas e comportamentos.
7. Não tem cura para o TEA
Atualmente, não existe uma cura para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é uma condição crônica e complexa, que afeta o desenvolvimento neurológico e comportamental da pessoa ao longo da vida.
No entanto, existem várias intervenções terapêuticas e educacionais disponíveis que podem ajudar as pessoas com TEA a desenvolver suas habilidades sociais, de comunicação e comportamentais, bem como a melhorar sua qualidade de vida. Essas intervenções incluem:
- Terapias comportamentais e de desenvolvimento, como a Terapia Comportamental Aplicada (TCA) e a Análise do Comportamento Aplicada (ABA);
- Terapias de fala e linguagem, como a Terapia de Linguagem (TL);
- Terapias sensoriais, como a Terapia Ocupacional (TO) e a Integração Sensorial (IS);
- Intervenções educacionais personalizadas, que adaptam o ensino às necessidades individuais da pessoa com TEA;
- Medicações: remédios prescritos para tratar sintomas associados ao TEA, como ansiedade, irritabilidade ou hiperatividade.
Cada pessoa com TEA é única e pode se beneficiar de diferentes intervenções, portanto, é importante que o tratamento seja individualizado e adaptado às necessidades específicas da pessoa. O suporte e a intervenção precoce também são fundamentais para ajudar a maximizar o potencial de desenvolvimento e qualidade de vida da pessoa com TEA.
8. Existem mais diagnósticos de autismo em meninos
Estudos indicam que existe uma discrepância na proporção de diagnósticos de autismo entre meninos e meninas. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), em média, para cada quatro meninos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), apenas uma menina tem o diagnóstico. No entanto, devemos lembrar que esses dados se baseiam em estudos populacionais e que cada caso é único, podendo apresentar uma variação de sintomas e gravidade.
Existem várias teorias que buscam explicar a diferença de gênero na prevalência do TEA. Uma delas sugere que as mulheres podem ter uma maior capacidade de compensação social. Portanto, isso tornaria mais difícil o diagnóstico em mulheres que possam não apresentar sintomas tão evidentes. Uma teoria é que outras condições psiquiátricas, como depressão e ansiedade, podem ser diagnosticadas com maior frequência em mulheres, o que pode mascarar os sintomas do TEA.
Referências:
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Data & Statistics on Autism Spectrum Disorder. Disponível em: https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html
- Fombonne, E. (2009). Epidemiology of pervasive developmental disorders. Pediatric research, 65(6), 591-598.
- Lai, M. C., Lombardo, M. V., Auyeung, B., Chakrabarti, B., & Baron-Cohen, S. (2015). Sex/gender differences and autism: setting the scene for future research. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 54(1), 11-24.
Bibliografia complementar:
- Santos, F. H., Schiariti, V., & Lima, M. C. M. P. (2016). Transtorno do Espectro Autista: revisão da literatura para profissionais de saúde. Jornal de Pediatria, 92(6), S40-S52.
- Oliveira, G., Ataíde, B. T., Gomes, I., Filipe, C. N., & Martins, R. (2019). Diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Portugal. Análise Psicológica, 37(1), 61-73.
- Fernandes, F. D., Loureiro, R. S., & Del Prette, Z. A. (2017). O transtorno do espectro autista e o comportamento social: implicações para a prática clínica e educacional. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(1), 81-92.
- Pinto, A. M., Mattos, P., & Fonseca, R. P. (2018). Transtorno do espectro autista e outras comorbidades psiquiátricas em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Psiquiatria, 40(4), 422-429.
- Nathe, R. F., & Ribeiro, S. (2019). O papel da família no tratamento do transtorno do espectro autista: revisão da literatura. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 35.
- Barbosa, A. B., & Souza, A. S. (2016). O processo de inclusão escolar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA): revisão bibliográfica. Revista de Psicologia da IMED, 8(2), 24-33.
- Almeida, T. F. D., Costa, L. R. D., & Silva, R. A. D. (2018). A inclusão escolar de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil: uma revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(3), 383-398.
- Brasil, Ministério da Saúde. (2014). Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro de Autismo. Brasília: Ministério da Saúde.
Fontes: Genial care, Careplus, Salz Clínica, Pais e filhos, Megacurioso